Escrito por Fabian Laszlo
Publico no Jornal Filhos do Sol em 1999.
O vampiro exerce um certo fascínio sobre o ser humano à décadas, senão séculos, e isso decorre especialmente pelas suas típicas características: é forte, poderoso (possui poderes “paranormais”), é sensual (traz consigo um certo erotismo proibido) e além de irradiar uma marcante auto-confiança, ainda é capaz de exercer um intenso domínio sobre os outros, conseguindo com isso tudo o que deseja.
Os vampiros mais antigos aparecem em velhas lendas hebraicas como a demoníaca Lilith e têm sua origem provavelmente entre os egípcios. Ao longo do tempo centenas de lendas acerca da existência de vampiros surgiram. O cristianismo deixou bem arraigadas crenças de que, se uma pessoa morria excomungada, suicidava-se ou fazia um pacto com o diabo, ela era obrigada a viver dentro de sua tumba, saindo à noite para sugar o sangue dos parentes. Uma curiosa história , ocorrida em 1892, em Exeter, Inglaterra, levanta à tona esta questão. A família Brown teria sido vítima de uma espécie de maldição onde várias pessoas da família morreram. Quando um dos filhos, Edwin, começou a dar sinais de fraqueza, após a morte de sua mãe e de suas duas irmãs, e nenhum remédio o ajudava, concluiu-se o pior: ele deveria estar sendo vampirizado por uma das mulheres mortas. Decidiu-se exumar os corpos, e três caixões foram tirados da cova no cemitério local. Dois deles continham apenas esqueletos; mas o terceiro, da irmã Mercy, ao ser aberto, apavorou os presentes. Mercy estava exatamente com o aspecto de quando fora enterrada e ainda havia sangue em seu coração. Não houve dúvidas e o coração foi reduzido a pó com um preparado químico especial. Mas Edwin morreu assim mesmo.
Mesmo antes de Bram Stoker em 1897 publicar “Drácula” já havia grande preocupação quanto aos vampiros e toda a idade média é cercada de lendas. Na Hungria, epidemias incontroláveis eram frequentemente ligadas à ação de sugadores de sangue. E a caça aos vampiros era implacável. Tribunais especiais eram montados, e dezenas de suspeitos interrogados. Cadáveres não eram enterrados sem antes ficar expostos com o fim de verificar se eles se decompunham mesmo. Tumbas eram abertas e, se o corpo não estava devidamente putrefato, estaca nele.
O típico meio de matar vampiros, através de estacas plantadas em seu coração talvez tenha surgido com a história do conde Vlad Tepes, conhecido como “o empalador”, pois mandava empalar (antigo suplício que consistia em espetar o condenado em uma estaca, deixando-o assim até morrer) seus inimigos vencidos em guerra e assitia-os morrerem aos poucos, enquanto almoçava e bebia de seu sangue. Este foi o motivo que levou a Vlad ser considerado um dos maiores tiranos da história.
Nascido em 1431 na Transilvânia, na cidade de Sighisoara, era descendente de Vlad II Dracul, teve uma irmã, Mircea, e um irmão, Radu. O pai de Vlad pertencia a uma antiga intituição (1408), “a Ordem do Dragão”, que teria sido criada pelo imperador romano Sigismundo e tinha como função defender a cruz (cristianismo) e realizar batalhas cotra os inimigos do país (Hungria), principalmentre os turcos. A ordem ganhou proteção da família real e compunha-se de 24 membros. Era simbolizada por um dragão com sua cauda passando por trás do pescoço, tendo às suas costas a cruz vermelha de São Jorge com as inscrições: “o quam misericors est Deus” na vertical e “ justus et paciens” na horizontal. Com a expansão da ordem este símbolo teria adotado ainda outras variações.
Drácula teria sido o nome adotado por Vlad Tepes. Este nome tem ligação com a palavra “drac ou dracul” (derivada do latin “draco”) e que têm duplo significado, “dragão” e/ou “diabo”. O consenso geral pelos historiadores seria de que Vlad teria adotado esse nome como um “apelido”, derivado da Ordem do Dragão. Para os turcos, o significado “diabo”, era bem mais acatado do que “dragão”, pois as atitudes sanguinárias tomadas por Drácula, após ter sucedido seu então falecido pai, eram de dar medo. Conta-se que teria empalado uma mulher, só por que esta teceu um camisolão de dormir para seu marido e que Drácula teria considerado muito curto (ou seja, pouco discreto). Em outra ocasião, quando recebeu emissários do sultão da Turquia (Maomé II), perguntou por que eles não tiravam os turbantes em sua presença e como a resposta foi “é um costume, nós jamais os tiramos”, Vlad (ou Drácula), imediatamente mandou amarrá-los e pregou o os turbantes na cabeça dos homens, para “que o costume fosse respeitado”. Além disso, acabou com os roubos na Valáquia de maneira terrível. Ele prendeu uma jovem cigana acusada de ladra e mergulhou-a em água fervente. Quando seus familiares foram reclamar o corpo, foram convidados para jantar com ele. Foi servido um guisado que, disseram-lhes, poderiam repetir o quanto quisessem. Depois da exemplar hospitalidade, resolveram perguntar novamente pela jovem e imaginem a surpresa quando veio a resposta: “era o guisado que tanto deliciou vocês”.
Drácula descendia de Basarab o Grande, à quem era de crédito a fundação da Valáquia, hoje parte da Romênia. A denominação de vampiro atribuída por Bram Stoker em seu livro à Drácula, não caberia-lhe tão bem, apesar do mesmo tomar o sangue (em um cálice) de seus inimigos, quanto se fosse atribuída a um de seus antepassados por parte de mãe, o Conde Bathory. Esse conde nasceu também no século XV e foi um homem tão terrível quanto Drácula. Senhor feudal da Transilvânia, especializou-se em astronomia e biologia, casou-se várias vezes e teve cinco filhos. Seus estudos comobiólogo o fizeram concluir que morcegos não envelhecem como seres humanos, mesmo depois de mortos. Assim, começou a pesquisá-los. Em sua casa, instalou laboratórios, onde foi sua própria cobaia, injetando na veia soros à base de ervas e pele de morcegos. Sua fama vem ainda da morte rápida de suas mulheres: “ele as consumia sexualmente”. Se “alimentava delas através de um intercâmbio energético e hormonal durante a relação sexual – assim passava sua vitalidade (energia) para si.” A associação com o termo Drácula (anteriormente atribuído à Vlad Tepes), vem do fato de seu castelo ficar em frente ao Monte do Diabo, que em romeno quer dizer dracul. O conde Bathory sofreu perseguições e acabou-se mudando para Paris. Os relatos históricos apontam que ele teria “retornado para a Transilvânia com 90 anos de idade, dizendo que era sobrinho de si mesmo, pois era inexplicável a sua aparência física de 35 anos. Após ter sido delatado, acabou desaparecendo misteriosamente.”
Mas a história dos “reais vampiros” que inspiraram Stoker não param por aí. Em 1560 nasceu a condessa Elizabeth Bathory, vinda de uma velha família nobre na Transilvânia. Aos 15 anos de idade casou-se com o conde Ferenes Nadasby, que veio a falecer em 1600, quando o período de atrocidades realizadas por E. Bathory iniciou. Desequilibrada mental, certa noite, a camareia penteava-a quando feriu-se levemente. Vendo o sangue brotar e percebendo a beleza da jovem, ela chamou mais duas criadas e trancou-se no quarto, sugando-a até matá-la, crendo assim, que jamais perderia sua juventude. A partir de então, por dez anos a condessa teria feito mais de 600 vítimas, às quais matava para beber e, dizem até se banhar em seu sangue. Mas sua loucura não parou por aí, ela tinha em seu castelo, um verdadeiro arsenal de aparelhos de tortura, com os quais se distraía levando dor e sofrimento às jovens que atraía para lá. Foi descoberta quando uma de suas vítimas conseguiu fugir e contar às autoridades. Morreu exilada em seu castelo por ordens do Rei Mathias II, que só não mandou matá-la por que sua prima, a primeira ministra, interveio à seu favor pedindo clemência.
Apesar dos livros não fazerem uma ligação entre os Dráculas e Bathorys (inclusive Drácula foi auxiliado a retornar ao trono em 1476 pelo príncipe Steven Bathory), todos possuíam o mesmo sangue e ambas as famílias possuíam o dragão como brasão. O fato da condessa ter agido como o fez, assim como os outros pode estar associado a sérios problemas advindos por constantes casamentos consaguíneos dentro da mesma família, o que gerou com o tempo doenças congênitas como a epilepsia e comportamentos fora do normal: o ambiente onde a pequena Bathory nasceu era repleto de turbulências, seu tio era supostamente adorador do diabo, sua tia bem conhecida como lésbica e bi-sexual vivia torturando empregados e servos e o irmão de Elizabeth, Stephan, era um bêbado.
Ainda existiram muitos outros “vampiros reais” na história, como John Haigh, que matou em Londres, no período de 1944 a 1945, oito pessoas para beber-lhes o sangue. Livrava-se dos corpos jogando-os numa enorme tina de ácido sulfúrico. E ainda Peter Kurten, conhecido como “vampiro de Dusseldorf”, matada, torturava e bebia o sangue de suas vítimas. Teria sido o primeiro serial killer a ser examinado a fundo por um psiquiatra, vindo a morrer guilhotinado em 1931.
O sangue, o alimento preferido pelos vampiros, é o elemento mais essencial à vida. Esotericamente falando, por conter uma alta porcentagem de energia vital (chamada também de prana pelos hindus e de chi pelos chineses), o sangue reporia toda a energia vital perdida pelo vampiro, e quem sabe, ele pudesse ficar até semanas sem se alimentar. Mas a verdade é que os alimentos guardados, enlatados ou congelados como as carnes, possuem pouca energia vital. Os alimentos mais ricos em prana seriam vegetais e frutas frescas (ainda estão vivos), o que não seria de admirar encontrar atualmente vampiros vegetarianos. Animais carnívoros, como os leões e tigres comem a carne de sua presa ainda “viva”, obtendo desta, assim como o histórico vampiro, toda a energia necessária à sua vida, o que é muito diferente da carne comprada em um supermercado.
Mas não teríamos somente o vampirismo de sangue, mas especificamente o de energia. Uma pessoa que vive constantemente assediada por estes ditos “vampiros energéticos”, pode acabar contraindo uma anemia “inexplicável”. Acredita-se que algum fator bioquímico-emocional no corpo cause alguma interferência na formação da hemoglobina.
O fator determinante do vampiro não seria tanto o “seu ato em si”, mas sim a sua atitude, a finalidade perseguida pelo vampiro: apropriar-se da vida e/ou da energia da vítima, assim o vampiro domina e possui este ser. Desta forma, o termo “vampiro” extende-se um pouco mais e vamos notá-lo presente em nossa vida diária, quando queremos ser “donos” de alguém num relacionamento ou quando, por motivos pessoais, alugamos o “ouvido alheio” sugando desta pessoa sua vitalidade. Todos somos vampiros em potencial e de tal forma sempre que um fator desencadeador como carências egoísticas ou ambição esteja presente, mostra-se importante “olhar-se no espelho” e ver se não se está agindo “vampíricamente”. O interessante aqui a ressaltarmos é que o “vampiro energético” não se apercebe de que é um vampiro, ele não consegue se ver como tal, semelhante aos vampiros dos livros, que não se vêm na frente do espelho.
O vampiro energético se destaca pelas suas características de egoísmo pessoal e necessidade de domínio ou ambição, mas isso pode vir camuflado, como na maioria das vezes (pois o vampiro também é um ator), por uma falsa imagem sofrida, carente e triste, que vive “todos os flagelos e torturas do mundo”. Sendo assim ele chega contando sua história, sua dor e quando conseguimos sair de sua presença, nos sobram a “típica dor de cabeça”, o “cansaço inexplicável”, um “sono sem razão”, ou ainda “vontade de bocejar”, “ombros tensos”, etc. Quem nunca sentiu-se vampirizado pelos outros?
Mas como os vampiros energéticos agem?
Antes de mais nada eles escolhem a sua vítima à dedo, assim como os vampiros dos filmes. Depois “alugam seus ouvidos” contando-lhes histórias cansativas e problemas pessoais, que numa ininterrupta lamúria são vivenciados quase que “perpetuamente”em sua existência. O que falta nestes tipos de indivíduos é justamente tomar decisões de mudança em suas vidas, às quais eles fogem ou não tem força por si próprios para tanto. Este tipo de vampiro é um fraco, aproveita-se dos outros usando seus problemas como desculpa para surgar-lhes sua energia, o que lhes dá uma sensação momentânea de sustento, de bem-estar, mas que logo será gasta pela sua agitada mente que não cansa de pensar em suas “infelicidades mal resolvidas”.
A este tipo de vampiro chamamos de “vampiro carente”, pois usa especificamente seus problemas para num ato de “dó”, de piedade alheia, conseguir uma vítima que lhe dê ouvidos. Aqui teremos o exemplo da típica senhora que tem uma série de dificuldades nunca resolvidas (ela também nem tenta, só diz), seja no casamento ou junto aos filhos e que vive perpetuamente carregando sua “cruz” (ela já a aceita): a todo instante ela pensa em seus problemas, vive e dorme mal com eles e à menor chance, quando encontra alguém disponível para ouví-la, solta seu desabafo. O que diferencia este comportamento normal para o de uma pessoa com qualidades vampirescas é que o vampiro vive “sua novela”, nunca fazendo algo para sair fora de seus problemas, diferente da pessoa normal com dificuldades momentâneas em sua vida (fases difíceis todos nós temos, mas tomamos atitudes para mudá-las, o vampiro gosta, talvez ele tenha algo meio que de masoquista nesta sua atitude).
A este vampiro todos estamos suscetíveis e ele muitas vezes dorme conosco, pode ser nossa própria mãe, pai ou vizinha, alguém que quando você sempre encontra ou está próximo se sente cansado, sugado, ou seja “vampirizado”.
Seu poder está na força de seu olhar; um magnetismo, uma força quase hipnótica que torna difícil num diálogo com uma pessoa deste tipo desviar o olhar. Enquanto ela prende sua atenção, ela cria um elo para “vampirizar” sua energia vital. Evitar? Bem não existe uma fórmula mágica. As pessoas costumam ensinar a mentalizar uma luz dourada ou azul ao redor do seu corpo, cruzar as pernas e braços, mas na verdade a única forma de cortar o elo é sair da presença deste tipo de indivíduo. Uma coisa que ajuda em muito é olhar para a testa da pessoa e não para os olhos, isso quebra um pouco o elo, assim como dominar o diálogo, mudando de assunto, mas ainda assim não resolve de todo. Estas, são pessoas consideradas “cansativas” e acabam estando muito sós pois os outros as evitam.
Ainda existem outros tipos de vampiros energéticos. Há aquele tipo possessivo e dominador, que age de diferentes maneiras. Às vezes é dentro de um relacionamento, sendo caracterizado pelo domínio sobre um dos parceiros. Isso pode estar associado a interesses sexuais, financeiros ou ilusões afetivas, que impedem que o outro tome a decisão de mudar, de sair fora. Acaba que acontecendo quase que uma relação simbiótica, um jogo de interesses. Existem muitos casos deste tipo, como esposas infelizes dentro de uma casamento, mas que por questões financeiras não se separam (têm medo de não dar conta), ou pessoas que por interesses sexuais mantêm um relacionamento “vicioso” e desgastante (o parceiro lhe suga tudo: dinheiro, vitalidade, prestígio, etc).
Um outro tipo de vampiro que tornou-se muito freqüente nos dias de hoje é o “Mestre”. Aquele que é cheio de discípulos que o seguem ouvindo tudo o que ele têm à dizer. Muitos destes, autoproclamados “Mestres místicos” agem de forma muito parecida com a que o governo atua com a população. Não investindo na educação e cultura do povo, o governo consegue manter a massa “ignorante” e “cega” para que poucos, dentre os seus, possam “vampirizá-la” e usufruir de comodidades e poder. Muitos destes “Mestres” passam bonitos ensinamentos de amor, paz e altruísmo, mas isso apresenta-se tão somente como fachada. Eles nunca entregam a “vara e ensinam as pessoas a pescarem por si próprias”, pois é claro, assim ele deixaria de ser “Mestre”, pois seus discípulos descobririam o potencial dentro de si próprios e poderiam caminhar sozinhos. O que este tipo de “vampiro” busca é engrandecer seu “alter ego” carente.
Ainda nesta casa, teremos o “vampiro líder”, talvez um bom exemplo seria Hitler e alguns tipos de “chefes” que acham ser donos do mundo e dos outros. O interesse é sugar de seus funcionários, tudo o que eles têm a oferecer, dando o mínimo em troca.
O “vampiro aproveitador” é aquele que só sabe tirar proveito dos outros. Sempre que tem uma chance, seja no troco errado do funcionário do caixa, seja através de favores, ele está sempre querendo tirar “uma casquinha”. É considerado “vampirismo”, toda e qualquer ação egoística em que o único beneficiado é o agente, sem jamais estar presente um objetivo de troca. Este acaba agindo se apossando da situação ou pessoa, e “montando sobre ela”, suga-lhe tudo aquilo que lhe é possível. O importante aqui a observarmos é que a culpa não está tão somente nas mãos do “vampiro”, mas também na da vítima, já que bem mais da metade delas compactua e sabe das intenções “vampirescas” alheias e acata simplesmente abaixando a cabeça e deixando como costumamos falar, “as coisas fluírem, afinal de contas, quem sabe um dia melhora?”
Ultimamente o homem têm agido de forma bem “vampiresca” junto à natureza, explorando-a de forma absurdamente egoística. Muitas opções por exemplo de energia limpa, como o carro a hidrogênio, a energia solar e outras, não são colocadas em prática justamente por que há interesses pessoais envolvidos. O petróleo e a energia nuclear, ainda são opções melhores e mais rentáveis para o bolso de alguns (aqueles mesmos que regem os governos nas maiores potências do mundo).
O último tipo é o “vampiro consciente”, aquele que, como podemos dizer, é iniciado na arte e sabe muito bem o que está fazendo. Estes indivíduos podemos dizer que são verdadeiros “magos negros”, e encontraremos entre eles muitos “Mestres”, anteriormente já citados, assim como líderes, muitas vezes iniciados em práticas ocultistas dentro de grupos fechados e às vezes secretos.
Enfim, para concluir, todos nós somos um pouco “Dráculas”, todos temos nossos “ciclos vampíricos” e os conhecemos (alguns mais, outros menos). Talvez por isso, a identificação de milhares de pessoas com estes personagens obscuros dos livros e filmes. Todos temos uma parte obscura. Jung chamava esta parte obscura dentro de nós de “a sombra”: A sombra é o mal que habita em nós ou, dito de uma forma menos poética e mais precisa, “são todas essas coisas que guardamos e mantemos escondidas (às vezes de nós mesmos), por que não são aceitáveis pela sociedade em que vivemos”.
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