ESPECIALISTA EM DORES CRÔNICAS RELACIONA DORES E EMOÇÕES NÃO-RESOLVIDAS
Eric Robins, M.D.
Dr. John Sarno é professor de fisiatria na Universidade de Nova York. Ele atende pacientes com piores casos de dores crônicas. Muitos tiveram dores severas (pescoço, ombros, costas, nádegas) por 10 a 30 anos, muitos receberam varias injeções epidurais, uma ou mais cirurgias e anos de fisioterapia. Todos tinham seus movimentos gravemente comprometidos (como se uma empilhadeira tivesse caído em cima deles ) e todas suas radiografias pareciam as do “Homem Elefante”, de maneira que aparentemente havia boas razoes para suas dores.
Com este grupo de pacientes, ele tem taxa de cura de 70% (com relação a dores e funções), e outros 15% de seus pacientes obtem melhorias significativas (i.e., 40 a 80% de melhoria). E ele obteve esses resultados com cerca de 12.000 pacientes.
Um paciente típico de dores crônicas vai ao consultório e geralmente o medico solicita a ressonância magnética. Invariavelmente este mostra algum tipo de anormalidade anatômica, como discos deslocados ou estenose ou artrite da coluna. E o medico normalmente diz, por exemplo: “É o disco que está causando sua dor.” E então se inicia o tratamento do disco, com resultados pobres a longo prazo.
Sarno pesquisou a literatura e percebeu que se você pegasse 100 pessoas de meia-idade SEM dores nas costas e fizesse uma ressonância magnética, 60% delas apresentariam deslocamento do disco ou estenose da coluna e NENHUMA dor (New England Journal of Medicine article 1994). Então ele começou a indagar: “SE não é o disco que está causando a dor, então qual será a causa?”
O que ele descobriu é que essas pessoas tinham tensão crônica e espasmos musculares no pescoço, nas costas, nos ombros, ou nas nádegas. Ele diz que quando o músculo é tensionado de maneira crônica, o sangue não pode fluir por ele, ocorre uma aparente falta de oxigênio e é isso que causa a dor intensa. Você também pode imaginar um músculo tensionado comprimindo um nervo causando sintomas de ciática.
Um ponto importante aqui é que ele não está dizendo a pacientes que toda a dor está em suas cabeças; ele está apresentando uma explicação fisiológica verdadeira para ela. No entanto, quando nós avançamos mais alguns níveis lógicos, no próximo parágrafo, você verá a conexão com as emoções.
Então Sarno fez a pergunta: “Por que alguém começou a ter seus músculos tensionados cronicamente?” Aqui estão suas explicações. Ele diz que muitos de nós crescem nas famílias em que aprendem, num certo nível (inconsciente), que não é bom sentir ou expressar nossa raiva ou ansiedade.
O problema, obviamente, é que quando nós crescemos, nós temos eventos específicos ou traumas que provocam raiva ou ansiedade. Quando essas emoções começam a surgir em seu corpo, nossa mente inconsciente diz, basicamente: “Não é bom ou seguro sentir essas coisas”. “Daí”, diz Sarno: “a mente inconsciente irá provocar a compressão e endurecimento dos músculos para causar a dor a fim de desviar nossa mente daquilo que está nos causando ansiedade ou raiva. Muitas vezes essa dor/processo pode durar décadas.
Como Sarno obtém seus resultados impressionantes é levando o pessoal para duas palestras. Na primeira palestra, ele diz para eles: “Não é o disco ou estenose da coluna, ou anormalidade anatômica que está causando sua dor. Muitas pessoas na sua idade e sem dores tém um disco deslocado ou estenose da coluna, etc. O que está causando sua dor é a tensão crônica e espasmo muscular. Etc., etc. “
Na segunda palestra, ele diz a eles: “Quando vocés tiverem dor, eu quero que observem o que está causando essa raiva ou ansiedade”. Então Sarno descreve como ele faz o pessoal escrever um diário, ou participar de grupos de terapia ou fazer psicoterapia. Ele diz que cerca de 20% de seus pacientes não estavam conscientes do que estariam causando raiva ou ansiedade e precisaram fazer terapia para entrar em contato com algum material reprimido ou inconsciente.
Eu explico o modelo de Sarno quando dou palestras, pelo fato de ele conseguir resultados tão impressionantes e claro, por ser um fato comprovado. Em um de seus livros mais recentes, ele explica que este modelo emocional não está restrito a dor músculo-esquelética, mas pode ser usado para muitas doenças crônicas ou doenças funcionais. Ademais, tenho certeza que fica obvio para você que alguns dos métodos que ele estava usando para lidar com problemas emocionais eram arcaicos comparados com a velocidade e a eficiência da EFT. Poderiam esperar de nós resultados melhores e mais rápidos com EFT, que é a melhor e mais rápida técnica de cura mente-corpo de uso clinico no mundo atualmente.
Eric Robins, MD
Procure ler ainda em ingles: Healing Back Pain:the Mind-body Connection
Eu mesma recomendo.
Este blog tem a finalidade de publicar as terapias que realizo, atualizar infos sobre artigos de saúde e dar dicas interessantes aos meus seguidores. www.andreaconeglian.com.br
Wikipedia
Resultados da pesquisa
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Filme: Estamira
O filme Estamira revela antes de mais nada o respeito à escuta do outro, do diferente, do estranho. Estranho que, entretanto, nos é familiar de alguma forma. Como não admirar - e concordar - com a frase dita por uma doente mental crônica segundo a qual "não existem mais ´inocentes´, mas sim ´espertos ao contrário´ " ? http://www.cinemaemcena.com.br/estamira/blog.asp
A interpretação da loucura
O estado de falsidade do ser humano é algo fascinante. Vem de uma necessidade de adaptação quase biológica, de comportamentos sociais arraigados, influenciados em menor ou maior quantidade pela mídia, política, “instinto de sobrevivência” ou até mesmo impulsos sexuais. Freud explica? Talvez seja da natureza da contemporaneidade a paixão pela imagem e pelo superficial; seja da perfeição da “linda vizinha” ao “amigo leal”, conceitos criados pelo Homem que nos conduzem no dia a dia e nos dizem que o importante são as relações cultivadas, por mais falsas que sejam. Para mim, Estamira, de Marcos Prado, é sobre isso. Estamira é enxergada e tratada - não só moralmente, mas fisicamente - como louca. Marcos Prado vai nos mostrar que a loucura é assim como tudo, um ponto de vista, no caso dela, um ponto de vista comum entre várias pessoas e que eu, concordando com o dele, discordo.
Estamira é uma mulher que trabalha (e trata isso com orgulho) em um lixão. É antes de tudo alguém que já sofreu diversos abusos e possui um olhar peculiar sobre a vida. Ela se irrita quando o assunto é Deus e se diz sábia, mostrando uma postura que pode ser facilmente confundida com arrogância. Não é. Estamira é um “lugar”, uma idéia, um estado de espírito onde o ser humano pode ser mais autêntico. É alheia ao mundo (o mundo dito “são”) e assim tenta estudá-lo, e por mais que o olhar fechado de fora tente trazê-la para o “real” (é preciso dar remédio a quem “sai da linha”?), o lado inconsciente continua martelando quase como um demônio trazendo de volta discursos embolados que fazem todo sentido. É a manifestação de um interior furioso nascido de um passado infeliz e sofrido, que somado a uma boa dose de “determinismo”, transforma Estamira na figura que é.
O lixão é a representação irônica e trágica da própria condição do homem. Para um olhar raso, é meramente uma imagem de contexto social de pobreza, mas para o grão do super-8 de Marcos Prado, é o lugar onde talvez se encontre a sua própria essência. A idéia de sobrevivência de Estamira nos lembra do quanto nos apegamos ao desnecessário, e como a sensação de prazer trazida por este nos tornou quase escravos do imediato. É a paixão pela imagem já dita antes, que nos torna um bando de desconhecidos buscando impressões sedutoras e fantásticas. Será preciso perdermos tudo (materialmente falando) para poder nos encontrarmos?
Estamira tem 3 filhas e um filho, todos bem criados e que guardam imenso amor por ela, apesar de alguns deles (especialmente o filho) divergir de opinião e enxergá-la com um olhar moldado por forte religiosidade, um ponto de vista claramente antagônico ao da mãe. Para ele, assim como para muitos brasileiros, a religião e a figura de Deus são conceitos intocáveis, tornando a visão “radical” de Estamira inaceitável. Fica claro que ele a enxerga como louca, apesar de o amor de filho ainda se mostrar presente. Estamira é como um desconforto, aquela pessoa que talvez o filho não quer que as pessoas vejam, principalmente nos seus acessos de raiva. Ainda assim, é interessante ver como as filhas (duas delas criadas longe de Estamira) conseguem enxergar a beleza dentro desse dragão furioso, um sentimento que pode vir a ser uma saudade ou um olhar do jovem de cabeça aberta, interessado em escutar um pouco. Estamira quer ser ouvida, algo que ela provavelmente não foi durante a vida toda. É um acúmulo de frustrações que trazem à tona pensamentos tão honestos e nervosos que para o ouvido desatento soa apenas como delírio. É outra coisa que o filme nos lembra: precisamos escutar mais. E Estamira vai repetir as suas idéias e neologismos até conseguir ser tratada com o respeito que merece, sem a definição pré-conceituosa de louca, velha e pobre. A voz de Estamira é uma resposta à negligência social que cometemos dia-a-dia: sabemos dessa crua realidade pois vemos todos os dias no jornal, mas é muito mais confortável pensar no churrasco de domingo, na promoção, no emprego e no novo celular . É o lixo que vira descuido.
Visualmente, Estamira é uma encenação real do apocalipse. É o sol que se mistura com o fogo, com o grão, com o lixo, resto e descuido. É um filme pintado pela natureza, no caso, a humana. É uma arte do descartado, e os outros trabalhadores do lixão fazem parte desse cenário ativo e invasor, que preferimos esquecer. O plano final do filme é um daqueles momentos em que a natureza conspira a favor do cinema, não só encerrando a orquestra do Fim, como ilustrando ali mesmo tudo que foi dito e que está preso na cabeça de Estamira, esta simples humana com algo a dizer.
A interpretação da loucura
O estado de falsidade do ser humano é algo fascinante. Vem de uma necessidade de adaptação quase biológica, de comportamentos sociais arraigados, influenciados em menor ou maior quantidade pela mídia, política, “instinto de sobrevivência” ou até mesmo impulsos sexuais. Freud explica? Talvez seja da natureza da contemporaneidade a paixão pela imagem e pelo superficial; seja da perfeição da “linda vizinha” ao “amigo leal”, conceitos criados pelo Homem que nos conduzem no dia a dia e nos dizem que o importante são as relações cultivadas, por mais falsas que sejam. Para mim, Estamira, de Marcos Prado, é sobre isso. Estamira é enxergada e tratada - não só moralmente, mas fisicamente - como louca. Marcos Prado vai nos mostrar que a loucura é assim como tudo, um ponto de vista, no caso dela, um ponto de vista comum entre várias pessoas e que eu, concordando com o dele, discordo.
Estamira é uma mulher que trabalha (e trata isso com orgulho) em um lixão. É antes de tudo alguém que já sofreu diversos abusos e possui um olhar peculiar sobre a vida. Ela se irrita quando o assunto é Deus e se diz sábia, mostrando uma postura que pode ser facilmente confundida com arrogância. Não é. Estamira é um “lugar”, uma idéia, um estado de espírito onde o ser humano pode ser mais autêntico. É alheia ao mundo (o mundo dito “são”) e assim tenta estudá-lo, e por mais que o olhar fechado de fora tente trazê-la para o “real” (é preciso dar remédio a quem “sai da linha”?), o lado inconsciente continua martelando quase como um demônio trazendo de volta discursos embolados que fazem todo sentido. É a manifestação de um interior furioso nascido de um passado infeliz e sofrido, que somado a uma boa dose de “determinismo”, transforma Estamira na figura que é.
O lixão é a representação irônica e trágica da própria condição do homem. Para um olhar raso, é meramente uma imagem de contexto social de pobreza, mas para o grão do super-8 de Marcos Prado, é o lugar onde talvez se encontre a sua própria essência. A idéia de sobrevivência de Estamira nos lembra do quanto nos apegamos ao desnecessário, e como a sensação de prazer trazida por este nos tornou quase escravos do imediato. É a paixão pela imagem já dita antes, que nos torna um bando de desconhecidos buscando impressões sedutoras e fantásticas. Será preciso perdermos tudo (materialmente falando) para poder nos encontrarmos?
Estamira tem 3 filhas e um filho, todos bem criados e que guardam imenso amor por ela, apesar de alguns deles (especialmente o filho) divergir de opinião e enxergá-la com um olhar moldado por forte religiosidade, um ponto de vista claramente antagônico ao da mãe. Para ele, assim como para muitos brasileiros, a religião e a figura de Deus são conceitos intocáveis, tornando a visão “radical” de Estamira inaceitável. Fica claro que ele a enxerga como louca, apesar de o amor de filho ainda se mostrar presente. Estamira é como um desconforto, aquela pessoa que talvez o filho não quer que as pessoas vejam, principalmente nos seus acessos de raiva. Ainda assim, é interessante ver como as filhas (duas delas criadas longe de Estamira) conseguem enxergar a beleza dentro desse dragão furioso, um sentimento que pode vir a ser uma saudade ou um olhar do jovem de cabeça aberta, interessado em escutar um pouco. Estamira quer ser ouvida, algo que ela provavelmente não foi durante a vida toda. É um acúmulo de frustrações que trazem à tona pensamentos tão honestos e nervosos que para o ouvido desatento soa apenas como delírio. É outra coisa que o filme nos lembra: precisamos escutar mais. E Estamira vai repetir as suas idéias e neologismos até conseguir ser tratada com o respeito que merece, sem a definição pré-conceituosa de louca, velha e pobre. A voz de Estamira é uma resposta à negligência social que cometemos dia-a-dia: sabemos dessa crua realidade pois vemos todos os dias no jornal, mas é muito mais confortável pensar no churrasco de domingo, na promoção, no emprego e no novo celular . É o lixo que vira descuido.
Visualmente, Estamira é uma encenação real do apocalipse. É o sol que se mistura com o fogo, com o grão, com o lixo, resto e descuido. É um filme pintado pela natureza, no caso, a humana. É uma arte do descartado, e os outros trabalhadores do lixão fazem parte desse cenário ativo e invasor, que preferimos esquecer. O plano final do filme é um daqueles momentos em que a natureza conspira a favor do cinema, não só encerrando a orquestra do Fim, como ilustrando ali mesmo tudo que foi dito e que está preso na cabeça de Estamira, esta simples humana com algo a dizer.
http://www.curenaturalicancro.com/en/examples-therapy-sodium-bicarbonate/examples-of-the-sodium-bicarbonate-therapy/2010/12/15
Exemplos de terapia de bicarbonato de sódio
Por De 15 de dezembro de 2010,
A razão fundamental e os motivos que sugerem uma terapia com bicarbonato de sódio contra tumores é que, embora com a concordância de uma miríade de fatores concausal variável - o desenvolvimento ea proliferação de locais e remotos destes tumores tem uma causa que é exclusivamente fungin.
No momento, contra os fungos não há remédio que não seja útil, na minha opinião, bicarbonato de sódio. O anti-fungins que estão atualmente no mercado, na verdade, não têm a capacidade de penetrar as massas (excepto administrações talvez no começo deazoli ou deB amfotercin entregues por via parenteral), já que são concebidos para atuar apenas em um nível estratificado do tipo epitelial. Eles são, portanto, incapazes de afetar agregações myceliar conjunto volumetricamente e também mascarados pela reação connectival que tenta enquadrar-los.
Temos visto que os fungos também são capazes de sofrer mutações rapidamente sua estrutura genética. Isso significa que após uma fase inicial de sensibilidade aos fungicidas, em pouco tempo eles são capazes de codificá-las e metabolizar-los sem serem danificados por eles - e, paradoxalmente, extraem um benefício de sua alta toxicidade no organismo.
Isso acontece, por exemplo, no carcinoma prostateinvasive com pelve congelada. Para esta aflição, não é uma terapia com anti-fungins que no início é muito eficaz a nível sintomatológica, mas com o tempo ele sempre perde a sua eficácia.
O bicarbonato de sódio, ao contrário, porque é extremamente difusível e sem que a complexidade estrutural que os fungos podem facilmente codificar, mantém por muito tempo sua capacidade de penetrar as massas. Esta é também, e sobretudo devido àvelocidade com que ele se desintegra-los, O que torna a adaptabilidade dos fungos é impossível, portanto, não pode se defender. A terapia com bicarbonato deve ser instituído com a dosagem forte, contínua e com ciclos pauseless em um trabalho de destruição, que deve proceder a partir do começo ao fim sem interrupção durante pelo menos 7-8 dias para o primeiro ciclo, mantendo em mente que uma massa de 2-3-4 centímetros começa a regredir de forma consistente a partir do terceiro para o quarto dia, e cai do quarto para o quinto.
De um modo geral, o limite máximo da dose que pode ser administrado em uma sessão gravita em torno de 500 cc de bicarbonato de sódio, cinco por cento solução, com a possibilidade de aumentar ou diminuir a dose em 20 por cento em função da massa corporal dos individual a ser tratada e na presença de várias localizações em que a repartir uma maior quantidade de sais.
É preciso sublinhar que as doses indicadas, pois eles são inofensivos, são os mesmos que já foram utilizados sem qualquer problema por mais de 30 anos em uma miríade de outras situações mórbidas, tais como:
Cetoacidose diabética severa
reanimação cardio-respiratória
Gravidez
Hemodiálise
A diálise peritoneal
Farmacológico intoxicação
Hepatopatia
Cirurgia Vascular
Com o objetivo de atingir o efeito máximo, bicarbonato de sódio deve ser administrado diretamente sobre as massas neoplásicas que são suscetíveis de regressão apenas por destruir as colônias de fungos.
Isto é possível pelaarteriografia seletiva (Visualização através de instrumentação específica das artérias) e pelo posicionamento dos arterialporta-a-cath (Estes dispositivos são pequenas bacias usadas para juntar o cateter). Estes métodos permitem o posicionamento de um pequeno cateter diretamente na artéria que nutre a massa neoplásica, permitindo a administração de doses elevadas de bicarbonato de sódio nos recessos mais profundos do organismo.
Com este método, é possível atingir quase todos os órgãos, que podem ser tratadas e podem beneficiar de um tratamento com sais de bicarbonato, que é inofensiva, rápida e eficaz com apenas a excepção de algumas áreas do osso, como vértebras e costelas, onde o irrigação arterial escassos não permite dosagem suficiente para atingir as metas.
A arteriografia seletiva representa, portanto, uma arma poderosa contra os fungos que podem sempre ser utilizados contra neoplasias, por um lado, porque é indolor e não causa efeitos colaterais, em segundo lugar porque os riscos são muito baixos.
casos descritos:
cancro da bexiga
câncer no cérebro
câncer de mama
câncer de intestino
Tumor dos membros
câncer de fígado
câncer de pulmão
câncer de orofaringe
tumor da pleura
tumor de próstata
tumor do pâncreas
carcinosis peritoneal
câncer de pele e psoríase
câncer do baço
câncer de estômago
Por De 15 de dezembro de 2010,
A razão fundamental e os motivos que sugerem uma terapia com bicarbonato de sódio contra tumores é que, embora com a concordância de uma miríade de fatores concausal variável - o desenvolvimento ea proliferação de locais e remotos destes tumores tem uma causa que é exclusivamente fungin.
No momento, contra os fungos não há remédio que não seja útil, na minha opinião, bicarbonato de sódio. O anti-fungins que estão atualmente no mercado, na verdade, não têm a capacidade de penetrar as massas (excepto administrações talvez no começo deazoli ou deB amfotercin entregues por via parenteral), já que são concebidos para atuar apenas em um nível estratificado do tipo epitelial. Eles são, portanto, incapazes de afetar agregações myceliar conjunto volumetricamente e também mascarados pela reação connectival que tenta enquadrar-los.
Temos visto que os fungos também são capazes de sofrer mutações rapidamente sua estrutura genética. Isso significa que após uma fase inicial de sensibilidade aos fungicidas, em pouco tempo eles são capazes de codificá-las e metabolizar-los sem serem danificados por eles - e, paradoxalmente, extraem um benefício de sua alta toxicidade no organismo.
Isso acontece, por exemplo, no carcinoma prostateinvasive com pelve congelada. Para esta aflição, não é uma terapia com anti-fungins que no início é muito eficaz a nível sintomatológica, mas com o tempo ele sempre perde a sua eficácia.
O bicarbonato de sódio, ao contrário, porque é extremamente difusível e sem que a complexidade estrutural que os fungos podem facilmente codificar, mantém por muito tempo sua capacidade de penetrar as massas. Esta é também, e sobretudo devido àvelocidade com que ele se desintegra-los, O que torna a adaptabilidade dos fungos é impossível, portanto, não pode se defender. A terapia com bicarbonato deve ser instituído com a dosagem forte, contínua e com ciclos pauseless em um trabalho de destruição, que deve proceder a partir do começo ao fim sem interrupção durante pelo menos 7-8 dias para o primeiro ciclo, mantendo em mente que uma massa de 2-3-4 centímetros começa a regredir de forma consistente a partir do terceiro para o quarto dia, e cai do quarto para o quinto.
De um modo geral, o limite máximo da dose que pode ser administrado em uma sessão gravita em torno de 500 cc de bicarbonato de sódio, cinco por cento solução, com a possibilidade de aumentar ou diminuir a dose em 20 por cento em função da massa corporal dos individual a ser tratada e na presença de várias localizações em que a repartir uma maior quantidade de sais.
É preciso sublinhar que as doses indicadas, pois eles são inofensivos, são os mesmos que já foram utilizados sem qualquer problema por mais de 30 anos em uma miríade de outras situações mórbidas, tais como:
Cetoacidose diabética severa
reanimação cardio-respiratória
Gravidez
Hemodiálise
A diálise peritoneal
Farmacológico intoxicação
Hepatopatia
Cirurgia Vascular
Com o objetivo de atingir o efeito máximo, bicarbonato de sódio deve ser administrado diretamente sobre as massas neoplásicas que são suscetíveis de regressão apenas por destruir as colônias de fungos.
Isto é possível pelaarteriografia seletiva (Visualização através de instrumentação específica das artérias) e pelo posicionamento dos arterialporta-a-cath (Estes dispositivos são pequenas bacias usadas para juntar o cateter). Estes métodos permitem o posicionamento de um pequeno cateter diretamente na artéria que nutre a massa neoplásica, permitindo a administração de doses elevadas de bicarbonato de sódio nos recessos mais profundos do organismo.
Com este método, é possível atingir quase todos os órgãos, que podem ser tratadas e podem beneficiar de um tratamento com sais de bicarbonato, que é inofensiva, rápida e eficaz com apenas a excepção de algumas áreas do osso, como vértebras e costelas, onde o irrigação arterial escassos não permite dosagem suficiente para atingir as metas.
A arteriografia seletiva representa, portanto, uma arma poderosa contra os fungos que podem sempre ser utilizados contra neoplasias, por um lado, porque é indolor e não causa efeitos colaterais, em segundo lugar porque os riscos são muito baixos.
casos descritos:
cancro da bexiga
câncer no cérebro
câncer de mama
câncer de intestino
Tumor dos membros
câncer de fígado
câncer de pulmão
câncer de orofaringe
tumor da pleura
tumor de próstata
tumor do pâncreas
carcinosis peritoneal
câncer de pele e psoríase
câncer do baço
câncer de estômago
Neurotransmitters, neuroregulators and neurotoxins in the life of plants
http://ginkgo.cisti.nrc.ca/RPAS/rpv?hm=HInit&journal=cjps&volume=86&afpf=P06-034.pdf
http://www.thevisualmd.com/health_centers/cardiovascular_health/cardiovascular_continuum
Um site interessante de videos sobre o corpo humano e suas funcoes!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Ômega 6 pode estar associado à perda de memória
Ômega 6 pode estar associado à perda de memória
20 de outubro de 2008
Comer alimentos ricos em ômega 6 sempre foi uma prática indicada pelos médicos
como essencial para manter uma dieta saudável. No entanto, um estudo realizado por
pesquisadores americanos sugere que o ácido graxo pode se transformar em um vilão
para o cérebro.
Cientistas do Instituto para Doenças Neurológicas Gladstone, na Califórnia,
encontraram indícios de que a substância, conhecida por reduzir o colesterol ruim,
destrói células cerebrais e pode causar o mal de Alzheimer. Os resultados do estudo
mostraram que o consumo excessivo de ômega 6 danificou as células do cérebro de
ratos de laboratório, prejudicando a função da memória.
Em artigo publicado na revista Nature Neuroscience, os pesquisadores disseram que o
ômega 6 interferiu na membrana que protege o cérebro de toxinas. Assim, as células
responsáveis pela memória nos ratos foram destruídas.
De acordo com os pesquisadores, a redução da quantidade de ômega 6 na alimentação
diária pode impedir o desenvolvimento do mal de Alzheimer. A afirmação, porém,
precisa ser vista com cautela na opinião de Rebecca Wood, diretora executiva da ONG
britânica Alzheimer's Research Trust. Para ela, a nova pesquisa é encorajadora, mas as
pessoas não deveriam começar a excluir ácidos graxos de sua dieta.
Segundo Wood, serão necessários mais testes para chegar a um resultado confiável em
seres humanos. O ômega 6 é um ácido graxo que está presente em ovos, nozes e óleos
vegetais. Além de reduzir a quantidade de colesterol ruim no organismo, ele
também atua no sistema imunológico.
O ácido graxo ômega 6 está presente em nozes, sementes e óleos vegetais. Como benefícios para a saúde, o ômega 6
pode reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim) e do colesterol total. Porém sua ingestão exagerada pode abaixar o níveis de HDL, o colesterol bom para a saúde.
O ácido graxo ômega-6 é encontrado na maioria dos óleos vegetais, como o de soja,
milho e girassol, o ácido graxo ômega-3 encontra-se nos vegetais de folhas verdes, nos
óleos de linhaça e canola, e principalmente nos animais marinhos. O aumento na
ingestão dos ácidos graxos da família ômega-6 produz eicosanóides inflamatórios e
cancerígenos, aumentando o risco de situações como morte súbita. O ácido graxo
ômega-3 é antiinflamatórios, antitrombóticos e reduzem os lipídios do sangue, tendo
propriedades vasos dilatadoras.
Nature Neuroscience 11, 1311 - 1318 (2008)
Published online: 19 October 2008 | doi:10.1038/nn.2213
20 de outubro de 2008
Comer alimentos ricos em ômega 6 sempre foi uma prática indicada pelos médicos
como essencial para manter uma dieta saudável. No entanto, um estudo realizado por
pesquisadores americanos sugere que o ácido graxo pode se transformar em um vilão
para o cérebro.
Cientistas do Instituto para Doenças Neurológicas Gladstone, na Califórnia,
encontraram indícios de que a substância, conhecida por reduzir o colesterol ruim,
destrói células cerebrais e pode causar o mal de Alzheimer. Os resultados do estudo
mostraram que o consumo excessivo de ômega 6 danificou as células do cérebro de
ratos de laboratório, prejudicando a função da memória.
Em artigo publicado na revista Nature Neuroscience, os pesquisadores disseram que o
ômega 6 interferiu na membrana que protege o cérebro de toxinas. Assim, as células
responsáveis pela memória nos ratos foram destruídas.
De acordo com os pesquisadores, a redução da quantidade de ômega 6 na alimentação
diária pode impedir o desenvolvimento do mal de Alzheimer. A afirmação, porém,
precisa ser vista com cautela na opinião de Rebecca Wood, diretora executiva da ONG
britânica Alzheimer's Research Trust. Para ela, a nova pesquisa é encorajadora, mas as
pessoas não deveriam começar a excluir ácidos graxos de sua dieta.
Segundo Wood, serão necessários mais testes para chegar a um resultado confiável em
seres humanos. O ômega 6 é um ácido graxo que está presente em ovos, nozes e óleos
vegetais. Além de reduzir a quantidade de colesterol ruim no organismo, ele
também atua no sistema imunológico.
O ácido graxo ômega 6 está presente em nozes, sementes e óleos vegetais. Como benefícios para a saúde, o ômega 6
pode reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim) e do colesterol total. Porém sua ingestão exagerada pode abaixar o níveis de HDL, o colesterol bom para a saúde.
O ácido graxo ômega-6 é encontrado na maioria dos óleos vegetais, como o de soja,
milho e girassol, o ácido graxo ômega-3 encontra-se nos vegetais de folhas verdes, nos
óleos de linhaça e canola, e principalmente nos animais marinhos. O aumento na
ingestão dos ácidos graxos da família ômega-6 produz eicosanóides inflamatórios e
cancerígenos, aumentando o risco de situações como morte súbita. O ácido graxo
ômega-3 é antiinflamatórios, antitrombóticos e reduzem os lipídios do sangue, tendo
propriedades vasos dilatadoras.
Nature Neuroscience 11, 1311 - 1318 (2008)
Published online: 19 October 2008 | doi:10.1038/nn.2213
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Dieta rica em fast foods e alimentos processados pode reduzir seu Q.I.
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,3203174,Dieta-rica-em-fast-foods-e-alimentos-processados-pode-reduzir-seu-Q-I.html
Dieta rica em fast foods e alimentos processados pode reduzir seu Q.I.
Afirmação é de uma pesquisa britânica que avaliou crianças de três a oito anos
Pessoas com dieta rica em comida processada podem apresentar Q.I. ligeiramente mais baixo, de acordo com um amplo estudo divulgado no Journal of Epidemiology and Community Health da British Medical Association (BMA) e que já está sendo aclamado como o mais abrangente do tipo. A conclusão da pesquisa é o resultado do acompanhamento de 14.000 crianças nascidas na Inglaterra entre 1991 e 1992, que tiveram a saúde e o bem-estar monitorados aos três, quatro, sete e oito anos e meio.
Os pais das crianças foram orientados a preencher questionários que perguntavam, entre outras coisas, o que seus filhos comiam e bebiam. Três padrões de dieta foram então identificados: o primeiro, rico em gorduras processadas e açúcar; o segundo, uma dieta "tradicional" com base em carne e vegetais; e o terceiro, considerado "saudável", com muita salada, frutas e vegetais, além de macarrão e arroz.
Quando as crianças chegaram aos oito anos e meio, seu Q.I. (sigla para quociente de inteligência) foi medido através de uma ferramenta padrão conhecida como Escala de Inteligência de Wechsler. Entre as 4 mil crianças cujos dados estão completos, é possível perceber uma diferença significativa de Q.I. daquelas que consumiam comida processada em relação às submetidas a uma dieta saudável nos primeiros anos da infância.
Ao todo, 20% das crianças participantes consumiam grande quantidade de comida processada, e o Q.I. médio aferido entre elas é 101. Já entre os 20% alimentados de maneira saudável, o Q.I. médio é 106.
— É uma diferença muito pequena, não é uma diferença vasta — admite Pauline Emmett, uma das autoras do estudo, que pertence à Escola de Medicina Social e Comunitária da Universidade de Bristol.
— No entanto, ela as torna menos capazes de lidar com a educação, menos capazes de lidar com algumas coisas na vida — acrescenta.
A associação entre nível de Q.I. e nutrição é um ponto polêmico e exaustivamente debatido, uma vez que pode ser influenciada por inúmeros fatores como o contexto social e econômico de cada indivíduo. É possível argumentar, por exemplo, que uma família de classe média tem mais interesse (ou mais condições) de servir uma refeição saudável aos filhos, além de dar mais estímulo à criança para que consuma alimentos saudáveis, em comparação com famílias mais pobres.
Emmett explica que sua equipe dedicou especial cuidado para neutralizar este tipo de fator na aferição dos dados.
— Temos todo o controle do nível educacional da mãe, da classe social da mãe, sua idade, se vive em casa própria, o que aconteceu em sua vida, qualquer coisa errada, o ambiente da casa, se há livros ou se assiste muita televisão, coisas assim — diz a pesquisadora.
Além disso, afirma, o tamanho do estudo não tem precedentes na área.
— É uma amostra gigantesca, é muito maior do que qualquer coisa que alguém já tenha feito — acrescentou, em entrevista à AFP.
Emmett enfatiza, entretanto, que ainda são necessários mais trabalhos para descobrir se este impacto no Q.I. das crianças continua à medida que envelhecem. Sobre por que uma dieta rica em 'junk food' teria esta influência sobre a inteligência, a pesquisadora sugere que a falta de vitaminas e minerais vitais para o desenvolvimento do cérebro, adquiridos em pouca quantidade em alimentos processados, em um momento fundamental da infância, pode ser responsável pela diferença.
— Uma dieta de 'junk food' não proporciona um bom desenvolvimento do cérebro — conclui.
Dieta rica em fast foods e alimentos processados pode reduzir seu Q.I.
Afirmação é de uma pesquisa britânica que avaliou crianças de três a oito anos
Pessoas com dieta rica em comida processada podem apresentar Q.I. ligeiramente mais baixo, de acordo com um amplo estudo divulgado no Journal of Epidemiology and Community Health da British Medical Association (BMA) e que já está sendo aclamado como o mais abrangente do tipo. A conclusão da pesquisa é o resultado do acompanhamento de 14.000 crianças nascidas na Inglaterra entre 1991 e 1992, que tiveram a saúde e o bem-estar monitorados aos três, quatro, sete e oito anos e meio.
Os pais das crianças foram orientados a preencher questionários que perguntavam, entre outras coisas, o que seus filhos comiam e bebiam. Três padrões de dieta foram então identificados: o primeiro, rico em gorduras processadas e açúcar; o segundo, uma dieta "tradicional" com base em carne e vegetais; e o terceiro, considerado "saudável", com muita salada, frutas e vegetais, além de macarrão e arroz.
Quando as crianças chegaram aos oito anos e meio, seu Q.I. (sigla para quociente de inteligência) foi medido através de uma ferramenta padrão conhecida como Escala de Inteligência de Wechsler. Entre as 4 mil crianças cujos dados estão completos, é possível perceber uma diferença significativa de Q.I. daquelas que consumiam comida processada em relação às submetidas a uma dieta saudável nos primeiros anos da infância.
Ao todo, 20% das crianças participantes consumiam grande quantidade de comida processada, e o Q.I. médio aferido entre elas é 101. Já entre os 20% alimentados de maneira saudável, o Q.I. médio é 106.
— É uma diferença muito pequena, não é uma diferença vasta — admite Pauline Emmett, uma das autoras do estudo, que pertence à Escola de Medicina Social e Comunitária da Universidade de Bristol.
— No entanto, ela as torna menos capazes de lidar com a educação, menos capazes de lidar com algumas coisas na vida — acrescenta.
A associação entre nível de Q.I. e nutrição é um ponto polêmico e exaustivamente debatido, uma vez que pode ser influenciada por inúmeros fatores como o contexto social e econômico de cada indivíduo. É possível argumentar, por exemplo, que uma família de classe média tem mais interesse (ou mais condições) de servir uma refeição saudável aos filhos, além de dar mais estímulo à criança para que consuma alimentos saudáveis, em comparação com famílias mais pobres.
Emmett explica que sua equipe dedicou especial cuidado para neutralizar este tipo de fator na aferição dos dados.
— Temos todo o controle do nível educacional da mãe, da classe social da mãe, sua idade, se vive em casa própria, o que aconteceu em sua vida, qualquer coisa errada, o ambiente da casa, se há livros ou se assiste muita televisão, coisas assim — diz a pesquisadora.
Além disso, afirma, o tamanho do estudo não tem precedentes na área.
— É uma amostra gigantesca, é muito maior do que qualquer coisa que alguém já tenha feito — acrescentou, em entrevista à AFP.
Emmett enfatiza, entretanto, que ainda são necessários mais trabalhos para descobrir se este impacto no Q.I. das crianças continua à medida que envelhecem. Sobre por que uma dieta rica em 'junk food' teria esta influência sobre a inteligência, a pesquisadora sugere que a falta de vitaminas e minerais vitais para o desenvolvimento do cérebro, adquiridos em pouca quantidade em alimentos processados, em um momento fundamental da infância, pode ser responsável pela diferença.
— Uma dieta de 'junk food' não proporciona um bom desenvolvimento do cérebro — conclui.
Sua doença é o seu aliado, não seu inimigo.
Este é um artigo publicado no "La Vanguardia em 27/11/2002", é uma entrevista antiga, mas de grande interesse. A Entrevistada é Ghislaine M. Victor Lactot Amela uma ex-médica e autora de "A Máfia Médica", que desafia o atual sistema de saúde.
Tenho 61 anos e nasci em Montreal (Canadá). Fui médica e hoje sou Ghislaine Lactot, médica da alma. Divorciei-me duas vezes, tenho quatro filhos (de 37e 28 anos) e quatro netos. Política? Soberania individual! Acredite em si mesmo: você é divino e se esqueceu.
A medicina moderna promove a doença, não a saúde: a denúncia sobre isso está em meu livro "A Máfia Médica".
Estou gripado, o que você me receita?
- Nada.
Nem um pouco de Frenadol?
- Por quê? Para encobrir os sintomas? Não. Cuide de seus sintomas, ouça-se! E sua alma vai lhe dar a receita.
Mas eu fico na cama ou não?
- Pergunte a si mesmo, e faça o que você sente que lhe convém mais. Acredite em si mesmo!
Mas os vírus não se importam com o que eu acredito!
Oh, agora vejo: você escolhe o papel de vítima. Sua atitude é: "Eu peguei a gripe. Eu sou uma vítima de um vírus. Preciso de remédio"!
- Claro que sim, como todos...
Bem, aí está... Minha atitude seria: "Eu me dei uma gripe de presente. Eu sou o responsável! Devo me cuidar um pouco". E eu gostaria de ir para a cama, repousaria, relaxaria, meditaria um pouco sobre como eu tenho me maltratado ultimamente...
- V. se deu uma gripe de presente, você diz?
Sim! Sua doença vem de você, e não de fora. A doença é um presente que você faz para se encontrar consigo mesmo.
- Mas ninguém quer uma doença...
A doença reflete uma desarmonia interna em sua alma. Sua doença é o seu aliado, sinaliza: que olhe para sua alma e veja o que acontece com você. Agradeça, pois lhe dá a oportunidade de fazer as pazes com você mesmo!
- Talvez o mais prático fosse um comprimido...
Fazer a guerra contra a doença? Isso é o que sugere a medicina de hoje, e as guerras matam, sempre trazem a morte.
- Não me diga agora que a medicina mata...
Um terço das pessoas hospitalizadas o são pelo efeito dos medicamentos! Nos Estados Unidos, 700.000 pessoas morrem anualmente por causa dos efeitos colaterais dos medicamentos e dos tratamentos hospitalares.
- Morreriam do mesmo jeito sem medicação, ora.
Não. Não se mudarmos o foco: a medicina moderna se esqueceu da saúde, é uma medicina da doença e da morte! Não é uma medicina da saúde e da vida.
Medicina da doença? Esclareça!...
Na China antiga, um acupunturista era demitido se o seu paciente ficasse doente. Ou seja, o médico cuidava de sua saúde! Entende? Toda nossa medicina é, portanto, um fracasso total.
- Prefere remédios alternativos, por quê?
Eles respeitam mais o corpo que a medicina industrial, é claro: a homeopatia (será a medicina do século XXI!) acupuntura, fitoterapia, reflexoterapia, massoterapia... a prática da yoga... a meditação... o liang gong ;são mais baratos... e bem menos perigosos.
- Mas eles não salvam ninguém do câncer.
Diga isso à medicina convencional! Ela o salvaria de um câncer?
- Pode fazer isso, sim.
O que fará com certeza é lhe envenenar com coquetéis químicos, lhe queimar com radiação, lhe mutilar com extirpações( leia-se cirurgias )...
E, ainda por cima, a cada dia há mais câncer! Por quê? Porque as pessoas vivem esquecendo sua alma (que é divina): a paz de sua alma será a sua saúde, porque seu corpo é o reflexo material da sua alma. Se você se reencontrar com sua alma, se estiver em paz com ela... não haverá câncer!
- Belas palavras, mas se seu filho tivesse câncer, o que você faria?
Alimentaria sua fé em si mesmo: isso fortalece o sistema imunológico, o que afasta o câncer. O medo é o pior inimigo! O medo compromete a sua autodefesa. Nada de medo, nada de se render ao câncer! Tranqüilidade, convicção, delicadeza, terapias suaves...
- Desculpe-me, mas faz mais sentido ir a um oncologista, um médico especialista.
A medicina convencional só deve ser o último recurso, o extremo mesmo... E se sua alma estiver em paz, você nunca irá precisar dela.
- Bem, tenhamos então a alma em paz... mas, se por acaso encontrarem a vacina.
Não! Elas são produzidas com células de ovário de hamster cancerizadas para multiplicá-las e cultivá-las em um soro de bezerro estabilizado com alumínio (Este da hepatite B, com seu vírus): Você injetaria seus filhos com isso?
- Já tenho feito isso várias vezes...
E eu com os meus: Eu era médica, mas ainda não sabia o que sei agora . No entanto, hoje meus filhos já não vacinam .
- Acho que vou continuar com as vacinas...
Por quê? A medicina atual mata moscas com um martelo: nem sempre morre a mosca, mas sempre se quebra a mesa de cristal. Há tantos efeitos colaterais...
- Por que abominou a medicina?
Tornei-me uma médica para ajudar. Eu me concentrei em Flebologia, as veias varicosas. Cheguei a ter várias clínicas. Mas fui percebendo o poder mafioso na indústria médica, que prejudica nossa saúde, que vive à custa de que estejamos doentes! Denunciei isso... e fui expulsa da faculdade de Medicina.
- Ou seja, você já não pode prescrever remédios...
Melhor! Os medicamentos são fabricados pensando na lógica industrial do máximo benefício econômico, e não pensando em nossa saúde. Pelo contrário: se estamos doentes, a máfia médica continua fazendo dinheiro!
- E a quem interessa a "máfia médica"?
À Organização Mundial de Saúde (OMS), às multinacionais farmacêuticas que a financiam, aos governos obedientes, aos hospitais e médicos (muitos por ignorância)... O que está por trás disso? O dinheiro!
- Você não escolhe nenhum inimigo pequeno...
Eu sei, porém, se eu tivesse me calado, teria ficado doente e hoje estaria morta.
- Qual foi sua última doença?
Dois dias atrás, He Heee... uma diarréia!
E para refletir o que em sua alma?
Oh, eu não sei, eu não analisei... simplesmente limitei-me a não comer... E já me sinto bem!
- Mas, e se ficar muito mal, hein?
Sei, sei... Se a doença for visitá-lo, acolha-a, abrace-a! Faça as pazes com ela! Não saia correndo como louco para encontrar um médico, um salvador... Seu salvador vive dentro de você. Seu salvador é você; e Você , é Deus!
" Os homens sempre esquecem que a felicidade humana é uma disposição da mente e não uma condição circunstancial."
John Lodke ac,ant,b,l,giro,re,ju,
Tenho 61 anos e nasci em Montreal (Canadá). Fui médica e hoje sou Ghislaine Lactot, médica da alma. Divorciei-me duas vezes, tenho quatro filhos (de 37e 28 anos) e quatro netos. Política? Soberania individual! Acredite em si mesmo: você é divino e se esqueceu.
A medicina moderna promove a doença, não a saúde: a denúncia sobre isso está em meu livro "A Máfia Médica".
Estou gripado, o que você me receita?
- Nada.
Nem um pouco de Frenadol?
- Por quê? Para encobrir os sintomas? Não. Cuide de seus sintomas, ouça-se! E sua alma vai lhe dar a receita.
Mas eu fico na cama ou não?
- Pergunte a si mesmo, e faça o que você sente que lhe convém mais. Acredite em si mesmo!
Mas os vírus não se importam com o que eu acredito!
Oh, agora vejo: você escolhe o papel de vítima. Sua atitude é: "Eu peguei a gripe. Eu sou uma vítima de um vírus. Preciso de remédio"!
- Claro que sim, como todos...
Bem, aí está... Minha atitude seria: "Eu me dei uma gripe de presente. Eu sou o responsável! Devo me cuidar um pouco". E eu gostaria de ir para a cama, repousaria, relaxaria, meditaria um pouco sobre como eu tenho me maltratado ultimamente...
- V. se deu uma gripe de presente, você diz?
Sim! Sua doença vem de você, e não de fora. A doença é um presente que você faz para se encontrar consigo mesmo.
- Mas ninguém quer uma doença...
A doença reflete uma desarmonia interna em sua alma. Sua doença é o seu aliado, sinaliza: que olhe para sua alma e veja o que acontece com você. Agradeça, pois lhe dá a oportunidade de fazer as pazes com você mesmo!
- Talvez o mais prático fosse um comprimido...
Fazer a guerra contra a doença? Isso é o que sugere a medicina de hoje, e as guerras matam, sempre trazem a morte.
- Não me diga agora que a medicina mata...
Um terço das pessoas hospitalizadas o são pelo efeito dos medicamentos! Nos Estados Unidos, 700.000 pessoas morrem anualmente por causa dos efeitos colaterais dos medicamentos e dos tratamentos hospitalares.
- Morreriam do mesmo jeito sem medicação, ora.
Não. Não se mudarmos o foco: a medicina moderna se esqueceu da saúde, é uma medicina da doença e da morte! Não é uma medicina da saúde e da vida.
Medicina da doença? Esclareça!...
Na China antiga, um acupunturista era demitido se o seu paciente ficasse doente. Ou seja, o médico cuidava de sua saúde! Entende? Toda nossa medicina é, portanto, um fracasso total.
- Prefere remédios alternativos, por quê?
Eles respeitam mais o corpo que a medicina industrial, é claro: a homeopatia (será a medicina do século XXI!) acupuntura, fitoterapia, reflexoterapia, massoterapia... a prática da yoga... a meditação... o liang gong ;são mais baratos... e bem menos perigosos.
- Mas eles não salvam ninguém do câncer.
Diga isso à medicina convencional! Ela o salvaria de um câncer?
- Pode fazer isso, sim.
O que fará com certeza é lhe envenenar com coquetéis químicos, lhe queimar com radiação, lhe mutilar com extirpações( leia-se cirurgias )...
E, ainda por cima, a cada dia há mais câncer! Por quê? Porque as pessoas vivem esquecendo sua alma (que é divina): a paz de sua alma será a sua saúde, porque seu corpo é o reflexo material da sua alma. Se você se reencontrar com sua alma, se estiver em paz com ela... não haverá câncer!
- Belas palavras, mas se seu filho tivesse câncer, o que você faria?
Alimentaria sua fé em si mesmo: isso fortalece o sistema imunológico, o que afasta o câncer. O medo é o pior inimigo! O medo compromete a sua autodefesa. Nada de medo, nada de se render ao câncer! Tranqüilidade, convicção, delicadeza, terapias suaves...
- Desculpe-me, mas faz mais sentido ir a um oncologista, um médico especialista.
A medicina convencional só deve ser o último recurso, o extremo mesmo... E se sua alma estiver em paz, você nunca irá precisar dela.
- Bem, tenhamos então a alma em paz... mas, se por acaso encontrarem a vacina.
Não! Elas são produzidas com células de ovário de hamster cancerizadas para multiplicá-las e cultivá-las em um soro de bezerro estabilizado com alumínio (Este da hepatite B, com seu vírus): Você injetaria seus filhos com isso?
- Já tenho feito isso várias vezes...
E eu com os meus: Eu era médica, mas ainda não sabia o que sei agora . No entanto, hoje meus filhos já não vacinam .
- Acho que vou continuar com as vacinas...
Por quê? A medicina atual mata moscas com um martelo: nem sempre morre a mosca, mas sempre se quebra a mesa de cristal. Há tantos efeitos colaterais...
- Por que abominou a medicina?
Tornei-me uma médica para ajudar. Eu me concentrei em Flebologia, as veias varicosas. Cheguei a ter várias clínicas. Mas fui percebendo o poder mafioso na indústria médica, que prejudica nossa saúde, que vive à custa de que estejamos doentes! Denunciei isso... e fui expulsa da faculdade de Medicina.
- Ou seja, você já não pode prescrever remédios...
Melhor! Os medicamentos são fabricados pensando na lógica industrial do máximo benefício econômico, e não pensando em nossa saúde. Pelo contrário: se estamos doentes, a máfia médica continua fazendo dinheiro!
- E a quem interessa a "máfia médica"?
À Organização Mundial de Saúde (OMS), às multinacionais farmacêuticas que a financiam, aos governos obedientes, aos hospitais e médicos (muitos por ignorância)... O que está por trás disso? O dinheiro!
- Você não escolhe nenhum inimigo pequeno...
Eu sei, porém, se eu tivesse me calado, teria ficado doente e hoje estaria morta.
- Qual foi sua última doença?
Dois dias atrás, He Heee... uma diarréia!
E para refletir o que em sua alma?
Oh, eu não sei, eu não analisei... simplesmente limitei-me a não comer... E já me sinto bem!
- Mas, e se ficar muito mal, hein?
Sei, sei... Se a doença for visitá-lo, acolha-a, abrace-a! Faça as pazes com ela! Não saia correndo como louco para encontrar um médico, um salvador... Seu salvador vive dentro de você. Seu salvador é você; e Você , é Deus!
" Os homens sempre esquecem que a felicidade humana é uma disposição da mente e não uma condição circunstancial."
John Lodke ac,ant,b,l,giro,re,ju,
NEUROGÊNESE NO CÉREBRO ADULTO
NEUROGÊNESE NO CÉREBRO ADULTO:
MORTE DE UM DOGMA
Gross, CG. Neurogenesis in the adult brain: death of a dogma. Nature 10/00 (1) 67-73 [PDF]
Por mais de 100 anos a hipótese central da neurociência tem sido que “novos neurônios não são adicionados ao cérebro de um mamífero adulto”. Este trabalho examina as origens deste dogma, sua manutenção em face a evidencias contraditórias e seu colapso final. A aceitação da neurogênese adulta pode ser parte de uma mudança no paradigma contemporâneo da visão da plasticidade e estabilidade no cérebro de adultos.
O DOGMA DE MEIO SÉCULO
No final do século 19, a idéia de que o cérebro de um mamífero adulto permanece constante estruturalmente, foi abraçada universalmente pelas principais figuras da época, incluindo Koelliker, His e Cajal. Quais são as origens deste ponto de vista? Koelliker, His e outros descreveram em detalhes o desenvolvimento do sistema nervoso central em humanos e outros mamíferos. Eles descobriram que a estrutura do cérebro permanece fixa logo após o nascimento. Devido a aparente permanência constante da arquitetura elaborada do cérebro, a idéia de que neurônios eram adicionados constantemente foi inconcebível. Similarmente, Ramón, Cajal e outros descreveram as diferentes fases do desenvolvimento dos neurônios, que termina com as características estruturais multipolar do adulto. Como nenhuma figura mitótica nem os estágios do desenvolvimento foram vistos no cérebro de adultos, a possibilidade de adição contínua de neurônios era raramente levada a sério.
Na primeira metade do século vinte, foram relatados ocasionalmente neurogênese pós-natal em mamíferos. Schaper argumentou a existência de células indiferenciadas que estavam fortemente distribuídas no cérebro de teleostei a humanos, e que estas poderiam se diferenciar tanto em neurônios com em glia. Levi relatou mitose em neurônios pequenos no cérebro danificado de porco. Ao mesmo tempo, Hamilton detectou mitose em ratos de quatro dias de vida, e Allen relatou figuras mitóticas no cérebro de rato de até pelo menos 120 dias após o nascimento. Em muitos desses estudos, figuras mitóticas foram descobertas forrando as paredes do ventrículo lateral e na zona subventricular de ratos adultos. Consequentemente, a possibilidade de que novas células surgindo na zona subventricular e migrando para o cérebro para formar neurônios maduros foi sustentada.
Entretanto, nestes estudos, não ficou claro se as células sob mitose se tornavam glia ou neurônio. Infelizmente, nenhum dos métodos usados pelos investigadores foi capaz de distinguir uma célula glia se multiplicando de um pequeno neurônio mitótico.
Estes relatos isolados constatando a possibilidade da neurogênese em cérebro de adulto, tendiam a ser ignorados pelos livros e muito pouco citados. Possivelmente isso ocorreu devido ao grande peso da autoridade opositora à idéia e a inadequação de métodos disponíveis para detectar a divisão celular e realizar a distinção entre glia e neurônios pequenos.
TIMIDINA TRITIADA
Um avanço importante no estudo da neurogênese surgiu no final dos anos 50 com a introdução da autoradiografia com [3H]-timidina. [3H]-timidina é incorporada ao DNA durante a divisão celular. Desta forma a população de células que haviam se dividido poderia ser marcada, e seu momento e local de nascimento determinados (fig. 1). Os primeiros estudos foram realizados em roedores nos períodos pré e perinatal, refletindo a persistência da crença na ausência da neurogênese em mamíferos adultos.
Figura 1
Nascimento e morte celular no adulto. Fotomicrografias de células granulares do giro dentado coradas com violeta cresil. a. célula de rato marcada com [3H]-timidina. b. célula de rato marcada com BrdU. c. célula mitótica de macaco em anáfase marcada com BrdU. d. célula de macaco picnótica (morrendo).
Em 1961, a autoradiografia de [3H]-timidina foi usada pela primeira vez nos estudos de proliferação no cérebro de adulto. Apesar do relato de células provenientes da zona subventricular migrarem para o cérebro e se tornarem neurônios e glia em camundongos de três dias de vida, as evidências em adultos não ficaram claras.
No início dos anos 60, trabalhos foram publicados relatando a existência de novos neurônios em várias estruturas de ratos jovens e adultos, incluindo neocortex, bulbo olfatório, etc. Estes neurônios foram chamados de “microneurônios” (granulares com axônio pequeno) e foram considerados de grande importância no aprendizado e na memória. O desprezo desta descoberta é um caso clássico de descoberta feita “antes do tempo”. Houve várias razões para que este trabalho, realizado por Joseph Altman, não fosse aceito. Primeiro, as técnicas disponíveis não eram adequadas para diferenciar células neuronais das gliais. Segundo, os resultados mostraram uma migração desigual do ventrículo para, por exemplo, o bulbo olfatório e o córtex cerebral. Por último, uma importante razão para a não aceitação deste trabalho foi o fato de que Altman era um pós-doutorando auto-didata que trabalhava por conta própria no Departamento de Psicologia (MIT) e que seu o resultado de seu trabalho iria alterar um fato central e universalmente aceito da neurociência. No final dos anos 70, um livro sobre desenvolvimento da neurosciência afirmou “... não há nenhuma evidencia convincente da produção de neurônios no cérebro de mamíferos adultos”.
MICROSCOPIA ELETRÔNICA
Quinze anos depois da descoberta de Altman, vários estudos de microscopia eletrônica realizados por Michael Kaplan e seus colaboradores suportaram argumentos de neurogênese em adulto. Primeiro eles mostraram que células marcadas com [3H]-timidina no giro dentado e no bulbo olfatório do cérebro de rato apresentaram características de neurônios, como dendritos e sinapses. Finalmente Kaplan mostrou mitoses na zona subventricular de macaco adulto combinando técnicas de marcação com [3H]-timidina e microscopia eletrônica. Apesar de sua evidência para neurogênese em adulto, o trabalho de Kaplan teve pouca repercussão. Ao contrário do caso de Altman, mesmo a publicação em jornais prestigiosos e rigorosos por uma figura desconhecida não foi suficiente para fazer uma marca no dogma.
FALTA DE EVIDÊNCIAS
Outra razão para o pequeno impacto do trabalho de Kaplan foi um trabalho apresentado em um encontro em 1984 e publicado no ano seguinte. Pasko Rakic, o autor deste trabalho, conduzia estudos sobre o desenvolvimento do cérebro em primatas. Ele desenvolveu um estudo em adultos de macacos Rhesus baseado na [3H]-timidina onde foram examinadas “todas grandes estruturas e subdivisões do cérebro, incluindo a visão, motora, neocortex, hipocampo e bulbo olfatório”. Rackic descobriu células marcadas no cérebro de qualquer adulto e concluiu que “todos neurônios do macaco Rhesus foram gerados no período pré-natal e pós-natal”.
Este trabalho teve uma grande influência na neurociência. Pesquisas subsequentes usando [3H]-timidina, micrografia eletrônica e marcadores imunocitoquímicos para astroglia também não identificaram neurogênese no giro dentado do primata (relato contradito mais tarde após a introdução de novas técnicas). Para Rackic, a suposta carência de neurogênese em primatas adultos faz sentido, isto é, “uma população estável de neurônios pode ser biologicamente necessária em um organismo onde a sobrevivência depende do aprendizado assimilado durante um longo período de vida”.
As seções seguintes deste trabalho discutem três desenvolvimentos que eventualmente levam a aceitação geral de que neurônios gerados em adultos são adicionados em apenas uma região do cérebro de roedores adultos chamada hipocampo, e que isto é provavelmente um fenômeno interessante e importante. O primeiro avanço foi uma série de experimentos que mostraram neurogênese em pássaros adultos. O segundo avanço foi a introdução de novos métodos para marcar células novas e distinguir neurônios e glia. Finalmente, demonstrações que a neurogênese poderia ser regulada por importantes variáveis fisiológicas como stress, complexidade ambiental e aprendizado aumentaram a possibilidade de que neurogênese em adulto fosse mais do que vestígios ontogenéticos ou filogenéticos e que deveria ser importante em animais superiores. Desta forma duas perguntas se destacam: Ocorre neurogênese em primatas adultos? Qual seria a função destes neurônios gerados no adulto?
NEUROGÊNESE EM AVES
Começando no final dos anos 60, Nottebohm e seus companheiros começaram uma análise sistemática das bases neuronais do aprendizado musical dos pássaros. Eles descobriam vários mecanismos cruciais para o canto dos pássaros e mostraram como o volume de dois núcleos eram uma função de variáveis como sexo, maturidade sexual, complexidade do canto, espécies, nível de testosterona e estação. As mudanças no volume deste dois núcleos musicais relacionados à mudanças hormonais e de estação foram tão visíveis em algumas espécies que Nottebohm começou a investigar se estas mudanças estavam relacionadas a flutuações no número de neurônios no cérebro de aves adultas.
Em uma série de experimentos, Nottebohm e seus companheiros mostraram que, de fato, milhões de novos neurônios são adicionados todo dia ao cérebro das aves. Primeiro foi provada a adição de neurônios com [3H]-timidina; segundo, as evidências ultraestruturais que novas células estão recebendo sinapses; e por último que estes neurônios respondem ao canto como potencial de ação. Em estudos seguintes, foi relatado que os axônios destes novos neurônios se estendem por longas distâncias, o nascimento e a morte de neurônios ocorre em paralelo e que ambas as espécies musicais e não-musicais possuem neurogênese em regiões fora do cérebro, como o hipocampo e que neste último ocorre uma modulação pela complexidade do meio e experiência no aprendizado.
Apesar da semelhança entre a neurogênese de aves e de primatas, estes estudos tendem a ser vistos como irrelevantes para mamíferos. Ao invés disso, as evidências de neurogênese em aves foram vistas como uma especialização exótica relacionada com a necessidade de manter um cérebro leve e para ciclos estacionais de canto.
Novas técnicas
Nos anos 90 ocorreram vários avanços que finalmente estabeleceram a realidade da neurogênese em giro dentado no rato adulto. Primeiro foi demonstrado que as novas células formadas estidiam seus em axônios ao longo de uma via de fibras. Outro importante avanço foi a introdução do análogo da timidina sintética BrdU (5-bromo-3’-deoxiuridina). Como a timidina, a BrdU é incorporada pelas células durante a fase S da mitose, marcando estas células proliferadoras e sua progênie. Esta marcação pode ser visualizada com técnicas imunocitoquímicas (fig. 2) e não requer autoradiografia. Esta técnica permite uma estimativa do número total de células e também demonstra que as células novas expressam marcadores tipo- específicos.
Figura 2 – Marcadores célula-específicos e neurogênese.
Imagens de microscopia confocal de escaneamento laser mostrando imagens de células marcadas com BrdU. a. duas células (setas brancas) marcadas com BrdU e o marcador de oligodendrócito CNP de córtex frontal de macaque adulto. A barra de escala de 5mm também se aplica para b. b. Célula marcada com BrdU (vermelho com seta branca) co-marcada com marcador neuronal de proteína associada a microtúbulo (MAP-2) (corante citoplasmático verde) do giro dentado de um macaque adulto. c. Células duplamente marcadas com BrdU e marcador neuronal, classe III beta-tubulina (TuJ1) do giro dentado de ratos adultos. Barra de escala de 5mm. d. Célula de córtex parietal de macaque adulto co-marcada com BrdU e retrograde tracer Fast Blue (marcador azul de corpo celular). A seta amarela aponta células marcadas com BrdU e não co-marcadas com Fast blue. A barra de escala é de 10mm. e. Imagens de escaneamento laser confocal (série Z), Seções de 1mm através de uma célula marcada com BrdU (setas brancas) no córtex prefrontal de macaque adulto mostrando a co-localização do marcador neuronal, neuronal nuclei – NeuN (verde nuclear e cor citoplasmática). A seta amarela indica uma célula marcada apenas com NeuN. A barra de escala é de 15mm.
Outro avanço importante foi o uso de marcadores celulares específicos para uma identificação imunohistoquímica das novas células geradas. Entre os marcadores de neurônios maduros estão NSE (neuron specific enolase), MPA-2 (microtubule-associated protein), TuJ1 (Classe III beta-tubulina) e NeuN (neuronal nuclei). Apesar de alguns destes marcadores mostrarem presença em células não-neuronais sob certas condições e outros não estarem presentes em todos os tipos de células neuronais, a expressão de muitos destes antigenos numa população de células adultas é considerada uma boa evidência .
Neurônios imaturos podem ser marcados com as proteínas Hu, PSA-NCAM (polysialylated-neural cell adhesion molecule), TuJ1 e CRMP4 (collapsin response mediated protein 4). Alguns destes marcadores estão presentes em células não neuronais. Existem também marcadores para oligodentrócitos, como CNP e O4, e para astrócitos, como GFAP e S100b.
É interessante notar as diferenças aparentes na boa vontade de aceitar a plasticidade em diferentes estruturas cerebrais. Há poucos anos atrás Altman relatou neurogênese pós-natal no córtex cerebral e no giro dentado de roedores, e também no bulbo olfatório. A falta de evidências foi a mesma para todas as áreas. Mas os três argumentos tiveram destinos diferentes. Neurogênese no bulbo olfatório e no giro dentado foi evidenciada cedo, mas, ainda em 1991, apenas os resultados do bulbo olfatório foram incluídos no texto autorizado de Jacobson. Isto pode refletir a grande boa vontade em aceitar a plasticidade em organismos filogeneticamente mais velhos e em áreas menos interligadas. A situação do córtex cerebral de ratos ainda não está clara. Kaplan relatou esta neurogênese através de autoradiografia e evidências estruturais, mas recentemente Macklis e seus colegas não encontraram neurogênese no córtex, a menos que a apoptose fosse induzida.
REGULAÇÃO DA NEUROGÊNESE
As novas técnicas chegaram no início dos anos 90 e as afirmações feitas anteriormente por Altman de que novos neurônios eram incorporados ao giro dentado de adultos foram confirmadas por várias vezes. Mas seria esse fenômeno um vestígio filogenético ou erro no desenvolvimento? Uma série de estudos logo mostrou que a neurogênese no giro dentado poderia ser modulado pela experiência e poderia ser importante nas funções cognitivas do organismo.
Gould e colaboradores mostraram que o estresse diminuía o número de neurônios gerados no giro dentado de adultos. O aumento dos hormônios esteróides adrenais e de glucocorticóides são, provavelmente, os responsáveis por esse efeito de estresse, diminuído a taxa de neurogênese. Esses achados foram posteriormente confirmados pelos estudos de Cameron e McKay que mostraram a relação da diminuição da neurogênese nos giros dentados em idosos com o aumento dos níveis de glucocorticóides. A administração crônica de morfina e heroína também diminui a neurogênese, mas o mecanismo não parece envolver corticoesteróides.
Foram descobertas também várias condições que aumentam o número de células adultas geradas no giro. Viu-se que o oestrogênio estimula a produção de novos neurônios imaturos no giro dentado e a ovarioectomia reduz. Percebeu-se também a complexidade ambiental aumenta o número de neurônios hipocampais da mesma forma mostrada em pássaros, ratos e camundongos. Curiosamente ao colocar camundongos para correr em rodas há um aumento do número de células marcadas com BrdU no giro dentado. Mas se isso é devido à estimulação ambiental, redução do estresse ou algum outro efeito periférico do exercício, como aumento no fluxo sanguíneo ainda está incerto.
Apesar de que ambientes ricos provavelmente oferecem mais oportunidades para aprender do que experimentos padrão de laboratório, há muitas outras diferenças entre as duas condições, como a quantidade e qualidade da vida social, visual, auditória, tátil e de estimulações motoras. Para isolar os efeitos da aprendizagem, Gould e colaboradores estudaram a influência de experiências de aprendizagem na produção de novos neurônios no giro dentado de ratos. O número de novos neurônios aumentou em animais treinados em condições de cegueira ou de aprendizagem espacial, duas tarefas dependentes da região hipocampal. Ao contrário, nenhuma mudança no número de novos neurônios foi encontrada em animais treinados em tarefas não dependentes do hipocampo. Um aumento da sobrevivência dos novos neurônios pode ocorrer quando a experiência de aprendizado ocorre algum tempo após a produção celular. Ainda, há alguma discussão se o aumento pode estar confinado apenas a partes específicas do giro dentado.
Em resumo, há várias condições que podem aumentar ou diminuir a neurogênese no giro dentado de adultos, indicando que a esse fenômeno pode ser importante para a função hipocampal.
O DOGMA SE DESPEDAÇA
Na década de 90 viu-se um aumento das evidências relacionadas à plasticidade do sistema nervoso central. Diversas demonstrações de plasticidade no cérebro de mamíferos adultos têm encorajado a procura de neurogênese em primatas adultos e tornado essa possibilidade muito mais plausível do que no passado.
No fim da década a neurogênese adulta foi mostrada no giro dentado de primatas utilizando marcação de BrdU combinada com marcadores neuronais, mostrando que novos neurônios tinham sido formados em marmoset, macaque e em humanos. O estudo de Erikson em humanos com câncer foi um ponto chave para aceitação da neurogênese humana como um fenômeno real, pois mostrou que mesmo no cérebro mais complexo existente, novos neurônios continuam a ser adicionados ao longo da vida. Não está claro se a taxa ou as características da neurogênese variam entre as ordens de primatas ou roedores, pois dados comparativos ainda não estão disponíveis. Evidências posteriores para a neurogênese adulta no hipocampo vêem de estudos nos quais células progenitoras capazes de proliferação foram isoladas do hipocampo de ratos e humanos adultos.
Recentemente Gould e colegas publicaram que um número relativamente pequeno de novos neurônios foi adicionado ao neocortex de macaque adulto. Como extensão a esse trabalho os autores mostraram que a maioria desses neurônios adultos gerados possuía uma existência transiente. Através de alguns métodos foi possível visualizar o nascimento e morte do neurônio.
Portanto, mais de 100 anos após a formação da doutrina dos neurônios, finalmente está claro que o fato de que “os neurônios não podem ser adicionados ao cérebro de mamíferos adultos” é falso. Mesmo em adultos, mesmo em primatas e aparentemente mesmo no córtex cerebral. A questão agora é: quais são as funções dessas novas células?
UM PAPEL NA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA?
Todos os dias milhares de novos neurônios são adicionados no cérebro de mamíferos. Apesar de que novos neurônios são uma minúscula proporção da população total, sua contínua adição através do tempo de vida implica numa considerável mudança estrutural. A magnitude e ubiqüidade da neurogênese adulta entre os vertebrados sugere que ela é funcionalmente significante e não meramente um vestígio do desenvolvimento.
Os dados disponíveis sobre essas novas células apresentam diferentes tempos de vida, variando de dias até a vida inteira do animal. Pode haver uma população de neurônios adultos que são gerados com longevidade curta e variável, e outra(s) população(ões) aparentemente de tamanho(s) menor(es), que é(são) permanente(s). O turnover da maioria dos novos neurônios parece mostrar que é improvável que suas funções sejam as de substituir as células mortas durante o desenvolvimento.
Essa seção considera a possibilidade que as células geradas no adulto tenham funções na aprendizagem e memória. Na próxima, uma seção mais especulativa, algumas possíveis funções dos novos neurônios na aprendizagem são discutidas. Ambas as seções enfocam o hipocampo devido ao fato de que a maior densidade de novos neurônios é gerada ali e ao maior conhecimento que temos sobre estes.
Existem cinco considerações que sugerem que a neurogênese nos mamíferos adultos pode ser importante para o aprendizado e memória.
1. Novos neurônios são adicionados a estruturas cruciais para a aprendizagem e memória. Isso inclui, na maioria dos vertebrados, o hipocampo (envolvido na aprendizagem espacial e consolidação da memória de longa duração), o córtex inferior temporal (envolvido na aprendizagem visual) e o cortex superior parietal (envolvido na aprendizagem espacial);
2. Várias condições que diminuem a proliferação de células granulares no giro dentado, como o estresse, aumento dos níveis de corticoesteróides circulantes, envelhecimento e administração de opiáceos, também prejudicam a aprendizagem dependente de hipocampo. Portanto esses prejuízos na aprendizagem podem estar relacionados com uma diminuição dos neurônios granulares gerados em adultos;
3. Várias condições que aumentam a proliferação de células do hipocampo aumentam a aprendizagem das tarefas dependentes de hipocampo. Isso inclui aumento nos níveis de oestrogênio, aumento da complexidade ambiental e “corrida na roda”. As descobertas de Praag que a corrida na roda aumenta o LTP do giro dentado, a neurogênese da região e a aprendizagem espacial também são consistentes com a idéia de uma associação entre a neurogênese adulta e a aprendizagem. Finalmente, aprendizado específico em tarefas hipocampais aumenta a vida das novas células no giro dentado. Esses resultados suportam a possibilidade que a neurogênese adulta no hipocampo pode ser importante para as funções de aprendizagem dessa estrutura. Entretanto deve-se notar que tanto os moduladores negativos da neurogênese (como o estresse) e seus moduladores positivos (como a complexidade ambiental) têm vários efeitos não relacionados à neurogênese, como mudança na estrutura dendrítica na sinapse, glia e na vascularidade, todas contribuindo para mudanças na performance de aprendizagem;
4. Novos neurônios (ou pelo menos aqueles anteriormente inutilizados) são preditos e requeridos para algumas teorias computacionais de aprendizagem. Muitos modelos contemporâneos de programação de aprendizagem encontraram que não é viável a utilização de redes já fixas. Então eles postularam a adição de unidades na rede ou a existência de neurônios não utilizados;
5. Os neurônios gerados em adultos podem ser similares aos gerados nas fases embrionárias e pos-natais no fato de possuírem algumas propriedades que podem fazê-los particularmente adequados para funções de aprendizado e memória. Por exemplo, durante o desenvolvimento, os novos neurônios estendem seus axônios e rapidamente fazem novas sinapses. Similarmente, neurônios gerados no giro dentado de adultos estendem seus axônios por 4 a 10 dias após sua geração, indicando que podem fazer sinapses longas antes de se tornarem completamente maduros. Talvez eles sejam particularmente plásticos e façam conexões mais prontamente durante estágios precoces. Finalmente células granulares que foram presumivelmente geradas na fase adulta têm um menor limiar de indução de LTP, produzindo maiores facilitações de curta duração, sendo mais plásticos e menos passíveis de inibição mediada por GABA do que células mais velhas, características que são coerentes com seu papel na memória de curta duração.
FUNÇÕES: ALGUMAS ESPECULAÇÕES
Nessa seção mais especulativa são discutidas possíveis funções dos neurônios gerados em adultos na aprendizagem e memória. Esses neurônios têm propriedades temporais que podem estar relacionadas à formação de memórias. A adição diária de neurônios no cérebro pode levar em conta o fato de que as memórias de longa duração são rotuladas de acordo com o tempo, um fenômeno sugerido por aspectos de perda de memória em pacientes humanos. Por exemplo, em condições como o mal de Alzheimer há uma perda retrogressiva das memórias. Ainda, na recuperação de amnésia traumática, as memórias mais antigas retornam primeiro. Esses gradientes temporais de amnésia implicam que as memórias mais jovens são diferentes das mais velhas, na medida que as mais velhas são mais resistentes a interferências traumáticas e de doenças. A adição continua de novos neurônios sugere um possível mecanismo para esse fenômeno. Pode haver grupos de células que guardam um tipo particular de memória, com novos neurônios adultos sendo gerados continuamente e integrados aos circuitos de memória. Portanto, quanto mais velhos os circuitos de uma memória particular mais neurônios ela deve ter e mais resistente deve ser a traumas devido à maior redundância, maior dispersão espacial ou ambos. Essa hipótese exige que haja uma população de neurônios gerados no adulto que tenham uma alta taxa de sobrevivência.
Entretanto, muitos neurônios gerados nos adultos parecem ter uma existência de tempo limitado. Isso pode estar relacionado ao processo transiente envolvido na memória. Um processo possível é a transformação de memória de curta duração a memória de longa duração. Talvez o padrão de atividade em circuitos envolvendo os neurônios recém gerados represente o tempo de estocagem de um determinado evento. Se o padrão de atividade persistir, pode produzir uma mudança nos neurônios mais velhos e permanentes que representam a memória de longa-duração, talvez atuando em sua expressão gênica resultando numa mudança na eficácia sináptica. Após a ocorrência dessa consolidação, os neurônios recém gerados no adulto podem morrer, permitindo que novos neurônios possam chegar, funcionando da mesma forma para a consolidação de novas memórias.
Um papel especifico para a geração de neurônios em adultos pode ser possível através de funções de armazenamento limitado por tempo no hipocampo. Essa estrutura parece ser essencial para armazenamento de memórias declarativas, apesar de que apenas por pouco tempo. A função do hipocampo na manutenção dessa informação diminui em memórias mais antigas, que se pensa serem estabelecidas nas áreas de associação neocortical. Essas funções de memórias temporárias no hipocampo podem envolver neurônios transientes gerados no hipocampo do adulto. Quando essas memórias tornam-se permanentemente guardadas nos circuitos neocorticais os neurônios adultos agora não-necessarios podem morrer. Em ratos, muitas células geradas no hipocampo de adultos morrem após três semanas de vida. Em macacos, muitos dos neurônios gerados em adultos morrem em nove semanas. Esses ciclos de vida correspondem aproximadamente à estimativa de duração do armazenamento hipocampal nas duas espécies, uma correlação que confere plausibilidade à idéia de que os neurônios transientes hipocampais podem ser importantes para o armazenamento transiente de funções no hipocampo.
CONCLUSÕES
A idéia que novos neurônios não são adicionados aos cérebros de mamíferos adultos vem desde as origens da moderna neurociência nos fins do século XIX. A persistência desse dogma em face a contradições empíricas e sua recente demolição mostram a força de uma tradição e a dificuldade de cientistas desconhecidos e jovens têm em alterar esses pensamentos pré-concebidos. Isso sugere também a necessidade de novas idéias surgirem juntamente com uma matriz de suporte de técnicas inovadoras que lhes tragam maior aceitação. A concordância geral sobre a neurogênese adulta, pelo menos no giro dentado do hipocampo é sugestiva e sugere uma mudança no paradigma corrente. Nos podemos estar no meio de uma revolução no nosso conceito da plasticidade do cérebro de um mamífero adulto.
Deve ser enfatizado que o número atual de neurônios gerados no cérebro de adultos é apenas uma pequena proporção da população total de neurônios. Mas a existência de neurônios gerados na fase adulta no hipocampo (e provavelmente em todos os lugares do cérebro) e a possibilidade que essas células possam funcionar na capacidade de aprendizado e memória oferecem novos mecanismos para o armazenamento de informações no cérebro. Pode ser que a aprendizagem e a memória envolvam o desenvolvimento de circuitos inteiramente novos com elementos novos e anteriormente não utilizados, tanto quando a modulação de velhos circuitos e conexões.
Finalmente, a neurogênese adulta pode também ser relevante na corrida para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para o tratamento dos danos cerebrais.
PERGUNTAS
Perguntas normais
1. Como a [3H]-timidina pode ajudar nos experimentos relacionados com a neurogênese em mamíferos adultos?
2. Quais eram os motivos para a não aceitação da neurogênese em adulto relatada por Altman nos anos 60?
3. Cite os novos avanços tecnológicos que sustentaram as evidências de Altman na atualidade. Fale um pouco do modo de ação de cada técnica.
4. Com a utilização de novas técnicas, qual foi a conclusão final aceita pelo mundo científico com relação a neurogênese em mamíferos adultos?
5. Os estudos de neurogênese em aves revelaram uma ligação deste fenômeno com um hábito importante destes organismos. Qual é este habito e sua ligação com a neurogênese?
6. Há várias condições que podem aumentar ou diminuir a neurogênese no hipocampo de adultos. Cite alguns deles e explique, se possível, como eles atuam.
7. Através de experimentos com marcadores que são incorporados ao DNA durante a replicação, como o BrdU, foi possível perceber a produção de novos neurônios nos sistemas nervosos de vários organismos. Além disso, os cientistas conseguiram também mostrar que essas células eram transientes, ou seja, elas tinham um tempo de vida limitado. Como eles conseguiram medir isso e qual a hipótese feita sobre a atuação dessas células no sistema de aprendizagem/memória?
8. Considerando qual fato os cientistas concluíram que o surgimento das células novas não era um evento isolado ou um erro no desenvolvimento e chegaram à conclusão de que esses neurônios deveriam ter uma função específica?
9. Quais são as cinco observações que fazem o autor concluir que a neurogênese nos mamíferos adultos pode ser importante para o aprendizado e memória?
10. Quais as três explicações especulativas que o autor dá para as possíveis atuações dos neurônios formados no cérebro de adultos na memória e na aprendizagem?
Perguntas filosóficas
1. Se a ciência, assim como a religião, pode conter seus dogmas, como o de que “os neurônios não se regeneram” ou “Deus existe”, qual a diferença entre as duas formas de se entender o mundo? Como a ciência e religião tratam a quebra de seus dogmas?
2. No início dos estudos em biologia molecular, o genoma dos organismos era visto como uma unidade altamente rígida, complexa e imutável. Apenas depois de muitos anos de estudo foi possível provar que o genoma é relativamente mutável e instável, podendo realizar quebras, rearranjos, trocas, transposições e mutações. A partir de agora estamos descobrindo que também as estruturas cerebrais não parecem ser tão coordenadas como pensamos, o que você pode esperar sobre as novas descobertas da neurobiologia? Será que descobriremos padrões cada vez menos rígidos, demonstrando uma maior plasticidade dos arranjos neuronais?
3. Uma vez li um livro de um médico indiano (que ainda pode ser encontrado nas livrarias) chamado longevidade do cérebro. O autor indicava, entre outras coisas, que os neurônios não se regeneravam em adultos (acho que o livro era de 95 então vá lá...). Entretanto ele dizia que os neurônios que sobreviviam aumentavam o número de conexões, podendo, à medida que o tempo passava, entrar em contato com um número maior de outros neurônios e que isso supriria a perda dos neurônios por morte. Existe alguma evidência que aponta isso ou o cara viajou? (Ele defendia também a aplicação de certas drogas e alimentos, inclusive de gingko biloba para aumentar a atividade cerebral, existe evidência para isso também?)
4. Como a complexidade ambiental, no caso mostrado, o fato do camundongo correr na roda poderia levar a um aumento na neurogênese?
MORTE DE UM DOGMA
Gross, CG. Neurogenesis in the adult brain: death of a dogma. Nature 10/00 (1) 67-73 [PDF]
Por mais de 100 anos a hipótese central da neurociência tem sido que “novos neurônios não são adicionados ao cérebro de um mamífero adulto”. Este trabalho examina as origens deste dogma, sua manutenção em face a evidencias contraditórias e seu colapso final. A aceitação da neurogênese adulta pode ser parte de uma mudança no paradigma contemporâneo da visão da plasticidade e estabilidade no cérebro de adultos.
O DOGMA DE MEIO SÉCULO
No final do século 19, a idéia de que o cérebro de um mamífero adulto permanece constante estruturalmente, foi abraçada universalmente pelas principais figuras da época, incluindo Koelliker, His e Cajal. Quais são as origens deste ponto de vista? Koelliker, His e outros descreveram em detalhes o desenvolvimento do sistema nervoso central em humanos e outros mamíferos. Eles descobriram que a estrutura do cérebro permanece fixa logo após o nascimento. Devido a aparente permanência constante da arquitetura elaborada do cérebro, a idéia de que neurônios eram adicionados constantemente foi inconcebível. Similarmente, Ramón, Cajal e outros descreveram as diferentes fases do desenvolvimento dos neurônios, que termina com as características estruturais multipolar do adulto. Como nenhuma figura mitótica nem os estágios do desenvolvimento foram vistos no cérebro de adultos, a possibilidade de adição contínua de neurônios era raramente levada a sério.
Na primeira metade do século vinte, foram relatados ocasionalmente neurogênese pós-natal em mamíferos. Schaper argumentou a existência de células indiferenciadas que estavam fortemente distribuídas no cérebro de teleostei a humanos, e que estas poderiam se diferenciar tanto em neurônios com em glia. Levi relatou mitose em neurônios pequenos no cérebro danificado de porco. Ao mesmo tempo, Hamilton detectou mitose em ratos de quatro dias de vida, e Allen relatou figuras mitóticas no cérebro de rato de até pelo menos 120 dias após o nascimento. Em muitos desses estudos, figuras mitóticas foram descobertas forrando as paredes do ventrículo lateral e na zona subventricular de ratos adultos. Consequentemente, a possibilidade de que novas células surgindo na zona subventricular e migrando para o cérebro para formar neurônios maduros foi sustentada.
Entretanto, nestes estudos, não ficou claro se as células sob mitose se tornavam glia ou neurônio. Infelizmente, nenhum dos métodos usados pelos investigadores foi capaz de distinguir uma célula glia se multiplicando de um pequeno neurônio mitótico.
Estes relatos isolados constatando a possibilidade da neurogênese em cérebro de adulto, tendiam a ser ignorados pelos livros e muito pouco citados. Possivelmente isso ocorreu devido ao grande peso da autoridade opositora à idéia e a inadequação de métodos disponíveis para detectar a divisão celular e realizar a distinção entre glia e neurônios pequenos.
TIMIDINA TRITIADA
Um avanço importante no estudo da neurogênese surgiu no final dos anos 50 com a introdução da autoradiografia com [3H]-timidina. [3H]-timidina é incorporada ao DNA durante a divisão celular. Desta forma a população de células que haviam se dividido poderia ser marcada, e seu momento e local de nascimento determinados (fig. 1). Os primeiros estudos foram realizados em roedores nos períodos pré e perinatal, refletindo a persistência da crença na ausência da neurogênese em mamíferos adultos.
Figura 1
Nascimento e morte celular no adulto. Fotomicrografias de células granulares do giro dentado coradas com violeta cresil. a. célula de rato marcada com [3H]-timidina. b. célula de rato marcada com BrdU. c. célula mitótica de macaco em anáfase marcada com BrdU. d. célula de macaco picnótica (morrendo).
Em 1961, a autoradiografia de [3H]-timidina foi usada pela primeira vez nos estudos de proliferação no cérebro de adulto. Apesar do relato de células provenientes da zona subventricular migrarem para o cérebro e se tornarem neurônios e glia em camundongos de três dias de vida, as evidências em adultos não ficaram claras.
No início dos anos 60, trabalhos foram publicados relatando a existência de novos neurônios em várias estruturas de ratos jovens e adultos, incluindo neocortex, bulbo olfatório, etc. Estes neurônios foram chamados de “microneurônios” (granulares com axônio pequeno) e foram considerados de grande importância no aprendizado e na memória. O desprezo desta descoberta é um caso clássico de descoberta feita “antes do tempo”. Houve várias razões para que este trabalho, realizado por Joseph Altman, não fosse aceito. Primeiro, as técnicas disponíveis não eram adequadas para diferenciar células neuronais das gliais. Segundo, os resultados mostraram uma migração desigual do ventrículo para, por exemplo, o bulbo olfatório e o córtex cerebral. Por último, uma importante razão para a não aceitação deste trabalho foi o fato de que Altman era um pós-doutorando auto-didata que trabalhava por conta própria no Departamento de Psicologia (MIT) e que seu o resultado de seu trabalho iria alterar um fato central e universalmente aceito da neurociência. No final dos anos 70, um livro sobre desenvolvimento da neurosciência afirmou “... não há nenhuma evidencia convincente da produção de neurônios no cérebro de mamíferos adultos”.
MICROSCOPIA ELETRÔNICA
Quinze anos depois da descoberta de Altman, vários estudos de microscopia eletrônica realizados por Michael Kaplan e seus colaboradores suportaram argumentos de neurogênese em adulto. Primeiro eles mostraram que células marcadas com [3H]-timidina no giro dentado e no bulbo olfatório do cérebro de rato apresentaram características de neurônios, como dendritos e sinapses. Finalmente Kaplan mostrou mitoses na zona subventricular de macaco adulto combinando técnicas de marcação com [3H]-timidina e microscopia eletrônica. Apesar de sua evidência para neurogênese em adulto, o trabalho de Kaplan teve pouca repercussão. Ao contrário do caso de Altman, mesmo a publicação em jornais prestigiosos e rigorosos por uma figura desconhecida não foi suficiente para fazer uma marca no dogma.
FALTA DE EVIDÊNCIAS
Outra razão para o pequeno impacto do trabalho de Kaplan foi um trabalho apresentado em um encontro em 1984 e publicado no ano seguinte. Pasko Rakic, o autor deste trabalho, conduzia estudos sobre o desenvolvimento do cérebro em primatas. Ele desenvolveu um estudo em adultos de macacos Rhesus baseado na [3H]-timidina onde foram examinadas “todas grandes estruturas e subdivisões do cérebro, incluindo a visão, motora, neocortex, hipocampo e bulbo olfatório”. Rackic descobriu células marcadas no cérebro de qualquer adulto e concluiu que “todos neurônios do macaco Rhesus foram gerados no período pré-natal e pós-natal”.
Este trabalho teve uma grande influência na neurociência. Pesquisas subsequentes usando [3H]-timidina, micrografia eletrônica e marcadores imunocitoquímicos para astroglia também não identificaram neurogênese no giro dentado do primata (relato contradito mais tarde após a introdução de novas técnicas). Para Rackic, a suposta carência de neurogênese em primatas adultos faz sentido, isto é, “uma população estável de neurônios pode ser biologicamente necessária em um organismo onde a sobrevivência depende do aprendizado assimilado durante um longo período de vida”.
As seções seguintes deste trabalho discutem três desenvolvimentos que eventualmente levam a aceitação geral de que neurônios gerados em adultos são adicionados em apenas uma região do cérebro de roedores adultos chamada hipocampo, e que isto é provavelmente um fenômeno interessante e importante. O primeiro avanço foi uma série de experimentos que mostraram neurogênese em pássaros adultos. O segundo avanço foi a introdução de novos métodos para marcar células novas e distinguir neurônios e glia. Finalmente, demonstrações que a neurogênese poderia ser regulada por importantes variáveis fisiológicas como stress, complexidade ambiental e aprendizado aumentaram a possibilidade de que neurogênese em adulto fosse mais do que vestígios ontogenéticos ou filogenéticos e que deveria ser importante em animais superiores. Desta forma duas perguntas se destacam: Ocorre neurogênese em primatas adultos? Qual seria a função destes neurônios gerados no adulto?
NEUROGÊNESE EM AVES
Começando no final dos anos 60, Nottebohm e seus companheiros começaram uma análise sistemática das bases neuronais do aprendizado musical dos pássaros. Eles descobriam vários mecanismos cruciais para o canto dos pássaros e mostraram como o volume de dois núcleos eram uma função de variáveis como sexo, maturidade sexual, complexidade do canto, espécies, nível de testosterona e estação. As mudanças no volume deste dois núcleos musicais relacionados à mudanças hormonais e de estação foram tão visíveis em algumas espécies que Nottebohm começou a investigar se estas mudanças estavam relacionadas a flutuações no número de neurônios no cérebro de aves adultas.
Em uma série de experimentos, Nottebohm e seus companheiros mostraram que, de fato, milhões de novos neurônios são adicionados todo dia ao cérebro das aves. Primeiro foi provada a adição de neurônios com [3H]-timidina; segundo, as evidências ultraestruturais que novas células estão recebendo sinapses; e por último que estes neurônios respondem ao canto como potencial de ação. Em estudos seguintes, foi relatado que os axônios destes novos neurônios se estendem por longas distâncias, o nascimento e a morte de neurônios ocorre em paralelo e que ambas as espécies musicais e não-musicais possuem neurogênese em regiões fora do cérebro, como o hipocampo e que neste último ocorre uma modulação pela complexidade do meio e experiência no aprendizado.
Apesar da semelhança entre a neurogênese de aves e de primatas, estes estudos tendem a ser vistos como irrelevantes para mamíferos. Ao invés disso, as evidências de neurogênese em aves foram vistas como uma especialização exótica relacionada com a necessidade de manter um cérebro leve e para ciclos estacionais de canto.
Novas técnicas
Nos anos 90 ocorreram vários avanços que finalmente estabeleceram a realidade da neurogênese em giro dentado no rato adulto. Primeiro foi demonstrado que as novas células formadas estidiam seus em axônios ao longo de uma via de fibras. Outro importante avanço foi a introdução do análogo da timidina sintética BrdU (5-bromo-3’-deoxiuridina). Como a timidina, a BrdU é incorporada pelas células durante a fase S da mitose, marcando estas células proliferadoras e sua progênie. Esta marcação pode ser visualizada com técnicas imunocitoquímicas (fig. 2) e não requer autoradiografia. Esta técnica permite uma estimativa do número total de células e também demonstra que as células novas expressam marcadores tipo- específicos.
Figura 2 – Marcadores célula-específicos e neurogênese.
Imagens de microscopia confocal de escaneamento laser mostrando imagens de células marcadas com BrdU. a. duas células (setas brancas) marcadas com BrdU e o marcador de oligodendrócito CNP de córtex frontal de macaque adulto. A barra de escala de 5mm também se aplica para b. b. Célula marcada com BrdU (vermelho com seta branca) co-marcada com marcador neuronal de proteína associada a microtúbulo (MAP-2) (corante citoplasmático verde) do giro dentado de um macaque adulto. c. Células duplamente marcadas com BrdU e marcador neuronal, classe III beta-tubulina (TuJ1) do giro dentado de ratos adultos. Barra de escala de 5mm. d. Célula de córtex parietal de macaque adulto co-marcada com BrdU e retrograde tracer Fast Blue (marcador azul de corpo celular). A seta amarela aponta células marcadas com BrdU e não co-marcadas com Fast blue. A barra de escala é de 10mm. e. Imagens de escaneamento laser confocal (série Z), Seções de 1mm através de uma célula marcada com BrdU (setas brancas) no córtex prefrontal de macaque adulto mostrando a co-localização do marcador neuronal, neuronal nuclei – NeuN (verde nuclear e cor citoplasmática). A seta amarela indica uma célula marcada apenas com NeuN. A barra de escala é de 15mm.
Outro avanço importante foi o uso de marcadores celulares específicos para uma identificação imunohistoquímica das novas células geradas. Entre os marcadores de neurônios maduros estão NSE (neuron specific enolase), MPA-2 (microtubule-associated protein), TuJ1 (Classe III beta-tubulina) e NeuN (neuronal nuclei). Apesar de alguns destes marcadores mostrarem presença em células não-neuronais sob certas condições e outros não estarem presentes em todos os tipos de células neuronais, a expressão de muitos destes antigenos numa população de células adultas é considerada uma boa evidência .
Neurônios imaturos podem ser marcados com as proteínas Hu, PSA-NCAM (polysialylated-neural cell adhesion molecule), TuJ1 e CRMP4 (collapsin response mediated protein 4). Alguns destes marcadores estão presentes em células não neuronais. Existem também marcadores para oligodentrócitos, como CNP e O4, e para astrócitos, como GFAP e S100b.
É interessante notar as diferenças aparentes na boa vontade de aceitar a plasticidade em diferentes estruturas cerebrais. Há poucos anos atrás Altman relatou neurogênese pós-natal no córtex cerebral e no giro dentado de roedores, e também no bulbo olfatório. A falta de evidências foi a mesma para todas as áreas. Mas os três argumentos tiveram destinos diferentes. Neurogênese no bulbo olfatório e no giro dentado foi evidenciada cedo, mas, ainda em 1991, apenas os resultados do bulbo olfatório foram incluídos no texto autorizado de Jacobson. Isto pode refletir a grande boa vontade em aceitar a plasticidade em organismos filogeneticamente mais velhos e em áreas menos interligadas. A situação do córtex cerebral de ratos ainda não está clara. Kaplan relatou esta neurogênese através de autoradiografia e evidências estruturais, mas recentemente Macklis e seus colegas não encontraram neurogênese no córtex, a menos que a apoptose fosse induzida.
REGULAÇÃO DA NEUROGÊNESE
As novas técnicas chegaram no início dos anos 90 e as afirmações feitas anteriormente por Altman de que novos neurônios eram incorporados ao giro dentado de adultos foram confirmadas por várias vezes. Mas seria esse fenômeno um vestígio filogenético ou erro no desenvolvimento? Uma série de estudos logo mostrou que a neurogênese no giro dentado poderia ser modulado pela experiência e poderia ser importante nas funções cognitivas do organismo.
Gould e colaboradores mostraram que o estresse diminuía o número de neurônios gerados no giro dentado de adultos. O aumento dos hormônios esteróides adrenais e de glucocorticóides são, provavelmente, os responsáveis por esse efeito de estresse, diminuído a taxa de neurogênese. Esses achados foram posteriormente confirmados pelos estudos de Cameron e McKay que mostraram a relação da diminuição da neurogênese nos giros dentados em idosos com o aumento dos níveis de glucocorticóides. A administração crônica de morfina e heroína também diminui a neurogênese, mas o mecanismo não parece envolver corticoesteróides.
Foram descobertas também várias condições que aumentam o número de células adultas geradas no giro. Viu-se que o oestrogênio estimula a produção de novos neurônios imaturos no giro dentado e a ovarioectomia reduz. Percebeu-se também a complexidade ambiental aumenta o número de neurônios hipocampais da mesma forma mostrada em pássaros, ratos e camundongos. Curiosamente ao colocar camundongos para correr em rodas há um aumento do número de células marcadas com BrdU no giro dentado. Mas se isso é devido à estimulação ambiental, redução do estresse ou algum outro efeito periférico do exercício, como aumento no fluxo sanguíneo ainda está incerto.
Apesar de que ambientes ricos provavelmente oferecem mais oportunidades para aprender do que experimentos padrão de laboratório, há muitas outras diferenças entre as duas condições, como a quantidade e qualidade da vida social, visual, auditória, tátil e de estimulações motoras. Para isolar os efeitos da aprendizagem, Gould e colaboradores estudaram a influência de experiências de aprendizagem na produção de novos neurônios no giro dentado de ratos. O número de novos neurônios aumentou em animais treinados em condições de cegueira ou de aprendizagem espacial, duas tarefas dependentes da região hipocampal. Ao contrário, nenhuma mudança no número de novos neurônios foi encontrada em animais treinados em tarefas não dependentes do hipocampo. Um aumento da sobrevivência dos novos neurônios pode ocorrer quando a experiência de aprendizado ocorre algum tempo após a produção celular. Ainda, há alguma discussão se o aumento pode estar confinado apenas a partes específicas do giro dentado.
Em resumo, há várias condições que podem aumentar ou diminuir a neurogênese no giro dentado de adultos, indicando que a esse fenômeno pode ser importante para a função hipocampal.
O DOGMA SE DESPEDAÇA
Na década de 90 viu-se um aumento das evidências relacionadas à plasticidade do sistema nervoso central. Diversas demonstrações de plasticidade no cérebro de mamíferos adultos têm encorajado a procura de neurogênese em primatas adultos e tornado essa possibilidade muito mais plausível do que no passado.
No fim da década a neurogênese adulta foi mostrada no giro dentado de primatas utilizando marcação de BrdU combinada com marcadores neuronais, mostrando que novos neurônios tinham sido formados em marmoset, macaque e em humanos. O estudo de Erikson em humanos com câncer foi um ponto chave para aceitação da neurogênese humana como um fenômeno real, pois mostrou que mesmo no cérebro mais complexo existente, novos neurônios continuam a ser adicionados ao longo da vida. Não está claro se a taxa ou as características da neurogênese variam entre as ordens de primatas ou roedores, pois dados comparativos ainda não estão disponíveis. Evidências posteriores para a neurogênese adulta no hipocampo vêem de estudos nos quais células progenitoras capazes de proliferação foram isoladas do hipocampo de ratos e humanos adultos.
Recentemente Gould e colegas publicaram que um número relativamente pequeno de novos neurônios foi adicionado ao neocortex de macaque adulto. Como extensão a esse trabalho os autores mostraram que a maioria desses neurônios adultos gerados possuía uma existência transiente. Através de alguns métodos foi possível visualizar o nascimento e morte do neurônio.
Portanto, mais de 100 anos após a formação da doutrina dos neurônios, finalmente está claro que o fato de que “os neurônios não podem ser adicionados ao cérebro de mamíferos adultos” é falso. Mesmo em adultos, mesmo em primatas e aparentemente mesmo no córtex cerebral. A questão agora é: quais são as funções dessas novas células?
UM PAPEL NA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA?
Todos os dias milhares de novos neurônios são adicionados no cérebro de mamíferos. Apesar de que novos neurônios são uma minúscula proporção da população total, sua contínua adição através do tempo de vida implica numa considerável mudança estrutural. A magnitude e ubiqüidade da neurogênese adulta entre os vertebrados sugere que ela é funcionalmente significante e não meramente um vestígio do desenvolvimento.
Os dados disponíveis sobre essas novas células apresentam diferentes tempos de vida, variando de dias até a vida inteira do animal. Pode haver uma população de neurônios adultos que são gerados com longevidade curta e variável, e outra(s) população(ões) aparentemente de tamanho(s) menor(es), que é(são) permanente(s). O turnover da maioria dos novos neurônios parece mostrar que é improvável que suas funções sejam as de substituir as células mortas durante o desenvolvimento.
Essa seção considera a possibilidade que as células geradas no adulto tenham funções na aprendizagem e memória. Na próxima, uma seção mais especulativa, algumas possíveis funções dos novos neurônios na aprendizagem são discutidas. Ambas as seções enfocam o hipocampo devido ao fato de que a maior densidade de novos neurônios é gerada ali e ao maior conhecimento que temos sobre estes.
Existem cinco considerações que sugerem que a neurogênese nos mamíferos adultos pode ser importante para o aprendizado e memória.
1. Novos neurônios são adicionados a estruturas cruciais para a aprendizagem e memória. Isso inclui, na maioria dos vertebrados, o hipocampo (envolvido na aprendizagem espacial e consolidação da memória de longa duração), o córtex inferior temporal (envolvido na aprendizagem visual) e o cortex superior parietal (envolvido na aprendizagem espacial);
2. Várias condições que diminuem a proliferação de células granulares no giro dentado, como o estresse, aumento dos níveis de corticoesteróides circulantes, envelhecimento e administração de opiáceos, também prejudicam a aprendizagem dependente de hipocampo. Portanto esses prejuízos na aprendizagem podem estar relacionados com uma diminuição dos neurônios granulares gerados em adultos;
3. Várias condições que aumentam a proliferação de células do hipocampo aumentam a aprendizagem das tarefas dependentes de hipocampo. Isso inclui aumento nos níveis de oestrogênio, aumento da complexidade ambiental e “corrida na roda”. As descobertas de Praag que a corrida na roda aumenta o LTP do giro dentado, a neurogênese da região e a aprendizagem espacial também são consistentes com a idéia de uma associação entre a neurogênese adulta e a aprendizagem. Finalmente, aprendizado específico em tarefas hipocampais aumenta a vida das novas células no giro dentado. Esses resultados suportam a possibilidade que a neurogênese adulta no hipocampo pode ser importante para as funções de aprendizagem dessa estrutura. Entretanto deve-se notar que tanto os moduladores negativos da neurogênese (como o estresse) e seus moduladores positivos (como a complexidade ambiental) têm vários efeitos não relacionados à neurogênese, como mudança na estrutura dendrítica na sinapse, glia e na vascularidade, todas contribuindo para mudanças na performance de aprendizagem;
4. Novos neurônios (ou pelo menos aqueles anteriormente inutilizados) são preditos e requeridos para algumas teorias computacionais de aprendizagem. Muitos modelos contemporâneos de programação de aprendizagem encontraram que não é viável a utilização de redes já fixas. Então eles postularam a adição de unidades na rede ou a existência de neurônios não utilizados;
5. Os neurônios gerados em adultos podem ser similares aos gerados nas fases embrionárias e pos-natais no fato de possuírem algumas propriedades que podem fazê-los particularmente adequados para funções de aprendizado e memória. Por exemplo, durante o desenvolvimento, os novos neurônios estendem seus axônios e rapidamente fazem novas sinapses. Similarmente, neurônios gerados no giro dentado de adultos estendem seus axônios por 4 a 10 dias após sua geração, indicando que podem fazer sinapses longas antes de se tornarem completamente maduros. Talvez eles sejam particularmente plásticos e façam conexões mais prontamente durante estágios precoces. Finalmente células granulares que foram presumivelmente geradas na fase adulta têm um menor limiar de indução de LTP, produzindo maiores facilitações de curta duração, sendo mais plásticos e menos passíveis de inibição mediada por GABA do que células mais velhas, características que são coerentes com seu papel na memória de curta duração.
FUNÇÕES: ALGUMAS ESPECULAÇÕES
Nessa seção mais especulativa são discutidas possíveis funções dos neurônios gerados em adultos na aprendizagem e memória. Esses neurônios têm propriedades temporais que podem estar relacionadas à formação de memórias. A adição diária de neurônios no cérebro pode levar em conta o fato de que as memórias de longa duração são rotuladas de acordo com o tempo, um fenômeno sugerido por aspectos de perda de memória em pacientes humanos. Por exemplo, em condições como o mal de Alzheimer há uma perda retrogressiva das memórias. Ainda, na recuperação de amnésia traumática, as memórias mais antigas retornam primeiro. Esses gradientes temporais de amnésia implicam que as memórias mais jovens são diferentes das mais velhas, na medida que as mais velhas são mais resistentes a interferências traumáticas e de doenças. A adição continua de novos neurônios sugere um possível mecanismo para esse fenômeno. Pode haver grupos de células que guardam um tipo particular de memória, com novos neurônios adultos sendo gerados continuamente e integrados aos circuitos de memória. Portanto, quanto mais velhos os circuitos de uma memória particular mais neurônios ela deve ter e mais resistente deve ser a traumas devido à maior redundância, maior dispersão espacial ou ambos. Essa hipótese exige que haja uma população de neurônios gerados no adulto que tenham uma alta taxa de sobrevivência.
Entretanto, muitos neurônios gerados nos adultos parecem ter uma existência de tempo limitado. Isso pode estar relacionado ao processo transiente envolvido na memória. Um processo possível é a transformação de memória de curta duração a memória de longa duração. Talvez o padrão de atividade em circuitos envolvendo os neurônios recém gerados represente o tempo de estocagem de um determinado evento. Se o padrão de atividade persistir, pode produzir uma mudança nos neurônios mais velhos e permanentes que representam a memória de longa-duração, talvez atuando em sua expressão gênica resultando numa mudança na eficácia sináptica. Após a ocorrência dessa consolidação, os neurônios recém gerados no adulto podem morrer, permitindo que novos neurônios possam chegar, funcionando da mesma forma para a consolidação de novas memórias.
Um papel especifico para a geração de neurônios em adultos pode ser possível através de funções de armazenamento limitado por tempo no hipocampo. Essa estrutura parece ser essencial para armazenamento de memórias declarativas, apesar de que apenas por pouco tempo. A função do hipocampo na manutenção dessa informação diminui em memórias mais antigas, que se pensa serem estabelecidas nas áreas de associação neocortical. Essas funções de memórias temporárias no hipocampo podem envolver neurônios transientes gerados no hipocampo do adulto. Quando essas memórias tornam-se permanentemente guardadas nos circuitos neocorticais os neurônios adultos agora não-necessarios podem morrer. Em ratos, muitas células geradas no hipocampo de adultos morrem após três semanas de vida. Em macacos, muitos dos neurônios gerados em adultos morrem em nove semanas. Esses ciclos de vida correspondem aproximadamente à estimativa de duração do armazenamento hipocampal nas duas espécies, uma correlação que confere plausibilidade à idéia de que os neurônios transientes hipocampais podem ser importantes para o armazenamento transiente de funções no hipocampo.
CONCLUSÕES
A idéia que novos neurônios não são adicionados aos cérebros de mamíferos adultos vem desde as origens da moderna neurociência nos fins do século XIX. A persistência desse dogma em face a contradições empíricas e sua recente demolição mostram a força de uma tradição e a dificuldade de cientistas desconhecidos e jovens têm em alterar esses pensamentos pré-concebidos. Isso sugere também a necessidade de novas idéias surgirem juntamente com uma matriz de suporte de técnicas inovadoras que lhes tragam maior aceitação. A concordância geral sobre a neurogênese adulta, pelo menos no giro dentado do hipocampo é sugestiva e sugere uma mudança no paradigma corrente. Nos podemos estar no meio de uma revolução no nosso conceito da plasticidade do cérebro de um mamífero adulto.
Deve ser enfatizado que o número atual de neurônios gerados no cérebro de adultos é apenas uma pequena proporção da população total de neurônios. Mas a existência de neurônios gerados na fase adulta no hipocampo (e provavelmente em todos os lugares do cérebro) e a possibilidade que essas células possam funcionar na capacidade de aprendizado e memória oferecem novos mecanismos para o armazenamento de informações no cérebro. Pode ser que a aprendizagem e a memória envolvam o desenvolvimento de circuitos inteiramente novos com elementos novos e anteriormente não utilizados, tanto quando a modulação de velhos circuitos e conexões.
Finalmente, a neurogênese adulta pode também ser relevante na corrida para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para o tratamento dos danos cerebrais.
PERGUNTAS
Perguntas normais
1. Como a [3H]-timidina pode ajudar nos experimentos relacionados com a neurogênese em mamíferos adultos?
2. Quais eram os motivos para a não aceitação da neurogênese em adulto relatada por Altman nos anos 60?
3. Cite os novos avanços tecnológicos que sustentaram as evidências de Altman na atualidade. Fale um pouco do modo de ação de cada técnica.
4. Com a utilização de novas técnicas, qual foi a conclusão final aceita pelo mundo científico com relação a neurogênese em mamíferos adultos?
5. Os estudos de neurogênese em aves revelaram uma ligação deste fenômeno com um hábito importante destes organismos. Qual é este habito e sua ligação com a neurogênese?
6. Há várias condições que podem aumentar ou diminuir a neurogênese no hipocampo de adultos. Cite alguns deles e explique, se possível, como eles atuam.
7. Através de experimentos com marcadores que são incorporados ao DNA durante a replicação, como o BrdU, foi possível perceber a produção de novos neurônios nos sistemas nervosos de vários organismos. Além disso, os cientistas conseguiram também mostrar que essas células eram transientes, ou seja, elas tinham um tempo de vida limitado. Como eles conseguiram medir isso e qual a hipótese feita sobre a atuação dessas células no sistema de aprendizagem/memória?
8. Considerando qual fato os cientistas concluíram que o surgimento das células novas não era um evento isolado ou um erro no desenvolvimento e chegaram à conclusão de que esses neurônios deveriam ter uma função específica?
9. Quais são as cinco observações que fazem o autor concluir que a neurogênese nos mamíferos adultos pode ser importante para o aprendizado e memória?
10. Quais as três explicações especulativas que o autor dá para as possíveis atuações dos neurônios formados no cérebro de adultos na memória e na aprendizagem?
Perguntas filosóficas
1. Se a ciência, assim como a religião, pode conter seus dogmas, como o de que “os neurônios não se regeneram” ou “Deus existe”, qual a diferença entre as duas formas de se entender o mundo? Como a ciência e religião tratam a quebra de seus dogmas?
2. No início dos estudos em biologia molecular, o genoma dos organismos era visto como uma unidade altamente rígida, complexa e imutável. Apenas depois de muitos anos de estudo foi possível provar que o genoma é relativamente mutável e instável, podendo realizar quebras, rearranjos, trocas, transposições e mutações. A partir de agora estamos descobrindo que também as estruturas cerebrais não parecem ser tão coordenadas como pensamos, o que você pode esperar sobre as novas descobertas da neurobiologia? Será que descobriremos padrões cada vez menos rígidos, demonstrando uma maior plasticidade dos arranjos neuronais?
3. Uma vez li um livro de um médico indiano (que ainda pode ser encontrado nas livrarias) chamado longevidade do cérebro. O autor indicava, entre outras coisas, que os neurônios não se regeneravam em adultos (acho que o livro era de 95 então vá lá...). Entretanto ele dizia que os neurônios que sobreviviam aumentavam o número de conexões, podendo, à medida que o tempo passava, entrar em contato com um número maior de outros neurônios e que isso supriria a perda dos neurônios por morte. Existe alguma evidência que aponta isso ou o cara viajou? (Ele defendia também a aplicação de certas drogas e alimentos, inclusive de gingko biloba para aumentar a atividade cerebral, existe evidência para isso também?)
4. Como a complexidade ambiental, no caso mostrado, o fato do camundongo correr na roda poderia levar a um aumento na neurogênese?
Sinais de Despertar
Sinais de Despertar- Se eh verdade ou nao, isso ja nao posso afirmar....so repassando algo interessante.
“Shaumbra” significa Família e Amizade Interior profunda
Os Sintomas de Shaumbra
Os Doze Sinais do Seu Despertar Divino
De Geoffrey Hoppe e Tobias
Dores no corpo e sofrimentos, especialmente no pescoço, ombros e costas. Isto é o resultado de intensas mudanças no seu nível de DNA, enquanto a "semente Crística" é
despertada interiormente. Isto também passará.
Sentimento de profunda tristeza interna sem aparente razão. Você está soltando seu passado (dessa vida e de outras) e isto causa o sentimento de tristeza. Isto é semelhante a mudar-se de uma casa na qual você viveu por muitos, muitos anos para uma nova casa. Por muito que você queira mudar-se para uma nova casa, existe uma tristeza por deixar as memórias para trás, energias e experiências da velha casa. Isto também passará.
Chorar sem razão aparente. Semelhante ao item 2 acima. É bom e saudável deixar as lágrimas fluírem. Isto ajuda a soltar a velha energia interna. Isto também passará.
Repentina mudança no trabalho ou carreira. Um sintoma muito comum. Como você muda, coisas a sua volta igualmante mudarão. Não se preocupe em achar o emprego "perfeito" ou carreira agora. Isto também passará. Você está em transição e poderá fazer várias mudanças de empregos até se estabelecer em algum que caiba sua paixão.
Afastar-se das conexões familiares. Você está conectado com sua família biológica via velho carma. Quando você sai do ciclo cármico, os vínculos das antigas conexões são soltos. Vai parecer que você está afastando-se de sua família e amigos. Isto também passará. Depois de um período de tempo, você pode desenvolver uma nova conexão com eles, se isso for apropriado. Porém, a conexão será baseada na nova
energia sem elos cármicos.
Padrões de sono pouco comuns. É provável, que você acorde muitas noites entre duas e quatro horas da manhã. Há muito trabalho sendo feito em você, e isso muitas vezes faz você acordar para dar uma respirada" . Não se preocupe. Se você não puder voltar a dormir, levante-se e faça alguma coisa. É melhor do que deitar na cama e preocupar-se com coisas humanas. Isto também passará.
Sonhos intensos. Nestes podem ser incluídos sonhos de guerra e batalhas, sonhos de caçadas e sonhos com monstros. Você está literalmente soltando a velha energia interna, e estas energias do passado são muitas vezes simbolizadas como guerras, corridas para escapar e o "bicho papão". Isto também passará.
Desorientação física. Em tempos você sentirá muito sem chão. Você estará "mudando espacialmente" com a sensação de que você não pode por os dois pés no chão, ou que você está andando entre dois mundos. Conforme sua consciência muda para a nova energia , seu corpo algumas vezes "atrasa-se" e "fica para trás", isto é, ele não acompanha. Gaste mais tempo na natureza para ajudar a aterrar a nova energia interior. Isto também
passará.
Aumento da "conversa consigo mesmo". Você encontrar-se-á conversando com seu "Eu" mais freqüentemente. Você de repente perceberá que esteve batendo papo com você mesmo pelos últimos 30 minutos. Existe um novo nível de comunicação tomando lugar
dentro do seu ser, e você está experimentando a "ponta do iceberg" com a "conversa consigo mesmo". As conversas aumentarão, e se tornarão mais fluídas, mais
coerentes e com mais visões interiores. Você não está ficando maluco. Você é apenas Shaumbra movendo-se para a nova energia.
Sentimentos de solidão, mesmo quando em companhia de outros.Você pode sentir-se sozinho e longe dos outros. Você pode sentir desejo de evitar grupos e multidão. Como Shaumbra, você está percorrendo um caminho sagrado e solitário.Tanto quanto os sentimentos de solidão causem ansiedade, é difícil, neste tempo, contar sobre isto a outros.Estes sentimentos de solidão estão
associados ao fato de seus Guias terem partido. Eles estiveram com você em todas as suas jornadas, em todos os cursos de suas vidas. Era tempo deles se afastarem, assim você ocuparia esse espaço com sua própria
divindade . Isto também passará. O vazio interior será ocupado com amor e energia de sua própria consciência Crística.
Perda da paixão. Você pode sentir-se totalmente desapaixonado, com pouco ou nenhum desejo de fazer qualquer coisa. Isto está certo, e isto é apenas parte do processo. Pegue este tempo para fazer nada mesmo.
Não lute com você mesmo por isso, porque isto também passará. É semelhante a reprogramar um computador. Você precisa fechar por um breve período de tempo para
poder carregar com o novo e sofisticado software, ou neste caso, a nova energia da semente Crística.
Um profundo desejo de ir para Casa. Esta talvez seja a mais difícil e desafiante de qualquer uma das condições. Você pode experimentar um profundo e irresistível desejo de voltar para Casa. Isto não é um sentimento suicida. Não é baseado numa frustração ou
raiva. Você não quer fazer um grande negócio disto ou causar drama para você mesmo ou para outros. Tem uma quieta parte de você que quer ir para Casa. A raiz que origina isto é bastante simples. Você completou seus ciclos cármicos. Você completou seu contrato para esta duração de vida. Você está pronto para começar uma nova vida enquanto ainda está neste corpo físico. Durante este processo de transição você tem lembranças interiores do que é estar do outro lado. Você está pronto para alistar-se para outra viagem de serviço aqui na Terra? Você está pronto para um contrato de
desafios de mudanças em direção à Nova Energia. Sim, na verdade você pode ir para Casa agora mesmo. Mas, você veio até aqui, e depois de muitas, muitas vidas seria um pouco frustrante ir embora antes de ver o
final do filme. Além disso, O Espírito precisa de você aqui para ajudar outros na transição para a nova energia. Eles precisarão de um guia humano, como você, que fez a jornada da velha energia para a nova. O caminho que você está percorrendo agora fornece as
experiências que te habilita a vir a ser um Professor para o Novo Humano Divino.Tão solitária e escura que sua jornada possa ser às vezes. Lembre que você nunca está só.
Direitos de cópia 2006 de Geoffrey Hoppe, Golden,CO. Preparado em colaboração de Tobias do Círculo Carmesim. Por favor, distribua gratuitamente sem propósitos comerciais.
“Shaumbra” significa Família e Amizade Interior profunda
Os Sintomas de Shaumbra
Os Doze Sinais do Seu Despertar Divino
De Geoffrey Hoppe e Tobias
Dores no corpo e sofrimentos, especialmente no pescoço, ombros e costas. Isto é o resultado de intensas mudanças no seu nível de DNA, enquanto a "semente Crística" é
despertada interiormente. Isto também passará.
Sentimento de profunda tristeza interna sem aparente razão. Você está soltando seu passado (dessa vida e de outras) e isto causa o sentimento de tristeza. Isto é semelhante a mudar-se de uma casa na qual você viveu por muitos, muitos anos para uma nova casa. Por muito que você queira mudar-se para uma nova casa, existe uma tristeza por deixar as memórias para trás, energias e experiências da velha casa. Isto também passará.
Chorar sem razão aparente. Semelhante ao item 2 acima. É bom e saudável deixar as lágrimas fluírem. Isto ajuda a soltar a velha energia interna. Isto também passará.
Repentina mudança no trabalho ou carreira. Um sintoma muito comum. Como você muda, coisas a sua volta igualmante mudarão. Não se preocupe em achar o emprego "perfeito" ou carreira agora. Isto também passará. Você está em transição e poderá fazer várias mudanças de empregos até se estabelecer em algum que caiba sua paixão.
Afastar-se das conexões familiares. Você está conectado com sua família biológica via velho carma. Quando você sai do ciclo cármico, os vínculos das antigas conexões são soltos. Vai parecer que você está afastando-se de sua família e amigos. Isto também passará. Depois de um período de tempo, você pode desenvolver uma nova conexão com eles, se isso for apropriado. Porém, a conexão será baseada na nova
energia sem elos cármicos.
Padrões de sono pouco comuns. É provável, que você acorde muitas noites entre duas e quatro horas da manhã. Há muito trabalho sendo feito em você, e isso muitas vezes faz você acordar para dar uma respirada" . Não se preocupe. Se você não puder voltar a dormir, levante-se e faça alguma coisa. É melhor do que deitar na cama e preocupar-se com coisas humanas. Isto também passará.
Sonhos intensos. Nestes podem ser incluídos sonhos de guerra e batalhas, sonhos de caçadas e sonhos com monstros. Você está literalmente soltando a velha energia interna, e estas energias do passado são muitas vezes simbolizadas como guerras, corridas para escapar e o "bicho papão". Isto também passará.
Desorientação física. Em tempos você sentirá muito sem chão. Você estará "mudando espacialmente" com a sensação de que você não pode por os dois pés no chão, ou que você está andando entre dois mundos. Conforme sua consciência muda para a nova energia , seu corpo algumas vezes "atrasa-se" e "fica para trás", isto é, ele não acompanha. Gaste mais tempo na natureza para ajudar a aterrar a nova energia interior. Isto também
passará.
Aumento da "conversa consigo mesmo". Você encontrar-se-á conversando com seu "Eu" mais freqüentemente. Você de repente perceberá que esteve batendo papo com você mesmo pelos últimos 30 minutos. Existe um novo nível de comunicação tomando lugar
dentro do seu ser, e você está experimentando a "ponta do iceberg" com a "conversa consigo mesmo". As conversas aumentarão, e se tornarão mais fluídas, mais
coerentes e com mais visões interiores. Você não está ficando maluco. Você é apenas Shaumbra movendo-se para a nova energia.
Sentimentos de solidão, mesmo quando em companhia de outros.Você pode sentir-se sozinho e longe dos outros. Você pode sentir desejo de evitar grupos e multidão. Como Shaumbra, você está percorrendo um caminho sagrado e solitário.Tanto quanto os sentimentos de solidão causem ansiedade, é difícil, neste tempo, contar sobre isto a outros.Estes sentimentos de solidão estão
associados ao fato de seus Guias terem partido. Eles estiveram com você em todas as suas jornadas, em todos os cursos de suas vidas. Era tempo deles se afastarem, assim você ocuparia esse espaço com sua própria
divindade . Isto também passará. O vazio interior será ocupado com amor e energia de sua própria consciência Crística.
Perda da paixão. Você pode sentir-se totalmente desapaixonado, com pouco ou nenhum desejo de fazer qualquer coisa. Isto está certo, e isto é apenas parte do processo. Pegue este tempo para fazer nada mesmo.
Não lute com você mesmo por isso, porque isto também passará. É semelhante a reprogramar um computador. Você precisa fechar por um breve período de tempo para
poder carregar com o novo e sofisticado software, ou neste caso, a nova energia da semente Crística.
Um profundo desejo de ir para Casa. Esta talvez seja a mais difícil e desafiante de qualquer uma das condições. Você pode experimentar um profundo e irresistível desejo de voltar para Casa. Isto não é um sentimento suicida. Não é baseado numa frustração ou
raiva. Você não quer fazer um grande negócio disto ou causar drama para você mesmo ou para outros. Tem uma quieta parte de você que quer ir para Casa. A raiz que origina isto é bastante simples. Você completou seus ciclos cármicos. Você completou seu contrato para esta duração de vida. Você está pronto para começar uma nova vida enquanto ainda está neste corpo físico. Durante este processo de transição você tem lembranças interiores do que é estar do outro lado. Você está pronto para alistar-se para outra viagem de serviço aqui na Terra? Você está pronto para um contrato de
desafios de mudanças em direção à Nova Energia. Sim, na verdade você pode ir para Casa agora mesmo. Mas, você veio até aqui, e depois de muitas, muitas vidas seria um pouco frustrante ir embora antes de ver o
final do filme. Além disso, O Espírito precisa de você aqui para ajudar outros na transição para a nova energia. Eles precisarão de um guia humano, como você, que fez a jornada da velha energia para a nova. O caminho que você está percorrendo agora fornece as
experiências que te habilita a vir a ser um Professor para o Novo Humano Divino.Tão solitária e escura que sua jornada possa ser às vezes. Lembre que você nunca está só.
Direitos de cópia 2006 de Geoffrey Hoppe, Golden,CO. Preparado em colaboração de Tobias do Círculo Carmesim. Por favor, distribua gratuitamente sem propósitos comerciais.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Definição de reciclagem
Povo ambientalista,
Esta é a definição de reciclagem:
"O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar
ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características."
Isso quer dizer simplesmente, que a maioria das matérias primas que utilizamos não é reciclável. O termo é confundido com reutilização. E este equívoco é estimulado pelo sistema neoliberal.
Reciclar virou uma panacéia.
Tudo que é reciclável é permitido, e ainda sim muito poucas coisas o são.
Esta é a definição de reciclagem:
"O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar
ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características."
Isso quer dizer simplesmente, que a maioria das matérias primas que utilizamos não é reciclável. O termo é confundido com reutilização. E este equívoco é estimulado pelo sistema neoliberal.
Reciclar virou uma panacéia.
Tudo que é reciclável é permitido, e ainda sim muito poucas coisas o são.
O MITO DA RECICLAGEM
José Henrique Penido Monteiro
Artigo publicado no livro de fotografias “O aterro de Gramacho”, de Marcos Prado
Fevereiro de 2005
Afinal, reciclar para que? Vale a pena, é uma atitude politicamente correta? Será que também é ambientalmente correta? Reciclar o que, quando, como, porque?
De um modo geral as pessoas nem se fazem estas perguntas, obedecem a um instinto superior, a um mantra da sociedade de consumo moderna, que repete sem cessar: reciclar é bom, reciclar é preciso, vamos todos reciclar, vamos salvar o planeta reciclando....
Mas as coisas não são tão simples assim. Vale a pena refletir um pouco sobre este tema, começando do princípio, e abordando os aspectos ambientais, econômicos e sociais desta atitude, hoje tão debatida e comentada por todos.
Neste texto abordarei a reciclagem ou a recuperação dos materiais contidos apenas no lixo domiciliar urbano, ou seja, aquele lixo que é gerado em nossas casas e no comércio em geral. É um lixo que não traz maiores problemas de contaminação, afinal saiu de nossas casas poucas horas antes de ser manipulado por alguém que vai reaproveitá-lo de alguma forma. É aquele lixo que muitos apregoam ser muito valioso, que vale bilhões de dólares. Quando ouço alguém dizer isto, pergunto onde posso deixar os milhares de toneladas coletados na minha cidade, Rio de Janeiro, para que suas riquezas possam ser aproveitadas. Se nosso lixo de cada dia valesse alguma coisa, ele não seria um problema para as prefeituras, mas antes, uma matéria-prima disputada por todos, o que não acontece.
Na realidade, a gestão dos resíduos sólidos é um problema sério, no âmbito do saneamento básico, e que afeta a saúde da população e o meio ambiente se não for bem equacionado. No Brasil, assim como na maioria dos países em todo o mundo, a limpeza urbana é de responsabilidade dos municípios, e deve ser gerida a partir de uma decisão política do Prefeito. Mas se é realmente um problema, o que há afinal neste lixo que pode interessar a algumas pessoas e levá-las a buscar nele recursos que possam trazer alguma renda ou benefício?
Vamos primeiro ver que resíduos são esses. Nosso lixo domiciliar contém, em peso, cerca de 50 a 60 % de matéria orgânica de rápida decomposição, 30 a 40 % de materiais potencialmente aproveitáveis ou recicláveis e 10 a 20 % de terra, papéis ou plásticos sujos, sem possibilidades de reaproveitamento econômico ou reutilização, tais como papel higiênico, fraldas descartáveis, absorventes, lâmpadas, pilhas, papel celofane, vidros planos e outros. Conhecida a sua composição, vamos observar melhor os dois grandes grupos que nos interessam mais: matéria orgânica de rápida decomposição e materiais potencialmente recuperáveis ou reutilizáveis.
Na primeira categoria estão os restos de cozinha, de comida, flores, pó de café, frutas e legumes estragados ou suas cascas, tudo aquilo que se não for bem embalado ou retirado logo de nossas casas, começa a se decompor, exala maus odores e atrai insetos e ratos. É um tipo de resíduo que ninguém gosta muito de manusear, queremos que alguém os tire de perto de nós o mais rapidamente possível. Mas será que não há como fazer alguma coisa de útil com este “lixo”, que aparentemente não interessa a ninguém? Veremos isso adiante.
É mais agradável falarmos sobre o que todo mundo sabe, todo mundo vê, todo mundo gosta: os materiais recicláveis, mais limpos e mais fáceis de manipular. Papéis, papelão de embalagens, latas de conservas, latinhas de cerveja ou refrigerantes, garrafas e embalagens de PET, plásticos em geral, jornais e revistas, potes e garrafas diversas de vidro, todos fáceis de se guardar em um saco plástico, depois de uma lavagem rápida. Em seguida colocamos os sacos na calçada para serem recolhidos pela coleta seletiva ou pelos catadores. Pronto: fizemos a nossa parte, a mãe Terra agradece, estamos em paz com a nossa consciência ambiental. Mas será que é isto mesmo?
Não, não é tão simples assim. Quando separamos nossos recicláveis, não temos nenhuma idéia do que vai acontecer com eles depois de serem coletados por catadores ou por algum sistema formal de coleta seletiva. Achamos que, de alguma forma mágica, eles serão transformados em novos produtos e que, nesta operação, haverá economia de energia, de água e de matérias primas não renováveis, fato que muito contribui para um futuro melhor para as gerações que nos sucederão. Mas será que é assim mesmo? Vamos examinar o que acontece com alguns materiais separados como recicláveis em nossas casas, até que voltem a ser um produto de consumo, depois de submetidos a determinados processos industriais.
Tomemos inicialmente o papel e o papelão, produtos que há mais tempo são reciclados no Brasil, pelo menos desde os anos 50, pelos conhecidos “garrafeiros”, ou “burros sem rabo”, aqueles que passavam pelas ruas do Rio, de casa em casa, gritando “garrafeeeero!”, à cata de garrafas de vidro e jornais, revistas ou livros velhos, que compravam a preços muito baixos e os revendiam a intermediários, com um pequeno lucro. Os papéis iam para pequenas fábricas de papel, que os aproveitavam como sucatas, da mesma forma que as atuais indústrias operam: o processo começa nos hidrapulpers - do inglês, hydro pulpers -, ou grandes liquidificadores, que batem o material com água e soda cáustica até formar uma pasta homogênea, com as fibras do papel dissolvidas e limpas e passíveis de serem reorganizadas e ligadas umas às outras através de sucessivos caminhos e processos industriais, até que sejam transformadas em papel novo, pronto para ser novamente reutilizado. Para o branqueamento do papel utilizam-se compostos de cloro ou peróxido de hidrogênio. Para que toda esta explicação? Para sabermos que o insumo que mais se consome na reciclagem de papel/papelão é a água limpa, e que ela, depois do processo industrial de reciclagem, se não for muito bem tratada, o que custa muito caro, contaminará fortemente os recursos hídricos onde é despejada. Isto sem falar dos compostos de cloro que são adicionados durante o processo, e que também podem trazer malefícios à saúde de quem eventualmente tiver contacto com os efluentes líquidos da indústria. Gasta-se, também, muita energia neste processo, e tudo isto nos faz pensar se realmente vale a pena reciclar o papel. Deve valer, pelo que se ouve por aí, porque a reciclagem de papel salva árvores, o que é desejável, do ponto de vista ambiental. Acontece que as árvores que se abatem para a fabricação do papel são provenientes de empreendimentos florestais - árvores plantadas - e não de florestas nativas, como a Amazônia ou a Mata Atlântica. Árvores que, para se desenvolverem, utilizam as forças da natureza, como a água de chuva, os nutrientes do solo e a luz solar. Assim, se examinarmos o ciclo industrial da reciclagem do papel e o compararmos com o de sua fabricação a partir de árvores plantadas, considerando-se rigorosamente os aspectos ambientais e energéticos envolvidos, veremos que a segunda opção provavelmente será mais sustentável do que a primeira.
E com os plásticos, é a mesma coisa? De certa forma sim, pois os processos industriais de reciclagem deste material são extremamente poluentes e, para reduzir ou eliminar a agressão ao meio ambiente que eles causam é necessário fazer grandes investimentos, que nem sempre são realizados pelos pequenos e médios recicladores, porque o preço da matéria prima reciclada é relativamente baixo, e mal consegue cobrir os custos de aquisição dos materiais usados e do processo industrial. O resultado é que a maior parte destas indústrias não tem qualquer sistema de tratamento de efluentes líquidos e oferece péssimas condições de trabalho aos seus empregados, como ruídos excessivos, condições insalubres e alto risco de acidentes.
A reciclagem do alumínio, matéria-prima das latinhas de refrigerantes e cerveja, pelo menos vale a pena, não? Vamos ver: o material recuperado tem alto valor no mercado, e o Brasil é o campeão mundial neste tipo de reciclagem. No meu ponto de vista, não devemos ficar orgulhosos deste recorde. Este é um troféu vergonhoso, pois não foi conquistado graças à consciência ambiental dos brasileiros, mas antes, por causa da miséria de grande parte da população, que disputa as latinhas vazias para vendê-las a intermediários, que as comercializarão junto às grandes indústrias de embalagens de alumínio.
O uso do alumínio para embalagens também deve ser discutido. Quando se fala que o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes e que se gasta neste processo apenas 5% da energia despendida na fabricação a partir do minério, não se menciona que o alumínio para ser fabricado a partir do minério de bauxita, consome uma enorme quantidade de energia e gera grande volume de rejeitos. Exatamente por isto, as indústrias que o produzem são consideradas "sujas", e têm sido exportadas para os países em desenvolvimento. O uso do alumínio como embalagem e sua posterior reciclagem são, portanto, muito convenientes para os países que não tenham que fabricá-la a partir da extração da bauxita. Este não é o caso do Brasil, que tem grandes jazidas deste minério e fabrica o alumínio em grandes indústrias eletro-intensivas, algumas delas utilizando energia elétrica subsidiada pelo poder público.
Todas estas considerações nos levam a uma constatação: não se pode, a priori, estabelecer se a reciclagem é boa ou má para o meio ambiente ou para as pessoas, sem se estudar cuidadosamente o ciclo de vida do material a ser reciclado. Isto permite que se avalie o consumo de energia e os eventuais impactos ao meio ambiente que ocorrem durante este processo. Vamos exemplificar como estes aspectos podem ser variáveis dependendo das circunstâncias em que ocorrem: a produção de uma lata de alumínio de 33 cl na Inglaterra, usando alumínio fundido na Noruega, a partir da energia hidroelétrica, e posteriormente laminado na Alemanha, liberará 110 gramas de CO2 - equivalente a 6,5 toneladas de CO2 por tonelada de alumínio. Se a mesma lata, entretanto, for produzida na Alemanha, usando-se carvão como fonte primária de energia, haverá uma liberação de 280 gramas de CO2, valor este que será ainda maior se o alumínio for produzido na Tchecoslováquia, usando-se carvão de pior qualidade.
Vemos, assim, que também devemos ter, em nossas iniciativas individuais, a preocupação e a consciência do "balanço ambiental", para que não tomemos atitudes que acreditamos serem “ambientalmente corretas” mas que podem trazer grandes prejuízos ao meio ambiente.
Aqui está um exemplo interessante para ilustrar este conceito: no incentivo à prática da reciclagem, em várias cidades dos Estados Unidos e da Europa, a população é estimulada a levar os materiais recicláveis, como vidros, plásticos, papeis e papelão ou metais aos PEV’s - Pontos de Entrega Voluntária, depósitos especiais instalados em locais públicos destinados a armazenar temporariamente estes materiais. De lá, eles são levados para outros centros de triagem ou indústrias, que irão aproveitá-los na fabricação de novos produtos. Vamos imaginar que uma determinada residência esteja a 10 quilômetros de um destes PEV’s. Se algum morador usar o seu carro exclusivamente para levar os recicláveis até lá, poderá estar cometendo, com a melhor das intenções, um ato antiecológico, pois o combustível derivado do petróleo que estará consumindo neste deslocamento provavelmente contem mais energia do que a que se irá economizar com a reciclagem daqueles materiais que separou em sua casa. Além disso, devemos considerar a poluição que a descarga do motor do automóvel causará à atmosfera e o consumo de matérias-primas não-renováveis, como a gasolina, a borracha dos pneus e o asfalto das estradas. Portanto, antes de decidirmos o que separar em nossas casas como materiais recicláveis, que seriam normalmente descartados em aterros, é necessário estarmos seguros de que eles podem ser reciclados, que alguém vai querer comprá-los depois de reciclados e beneficiados, e que, finalmente, este processo não envolverá o uso de mais recursos naturais do que os que supomos que irá economizar.
Há muitas cidades no Brasil nas quais o poder público e a sociedade têm o desejo de implantar sistemas de reciclagem, mas se estão a grandes distâncias dos centros industriais que podem processar os materiais recicláveis, esta iniciativa estará inviabilizada, pois o custo de transporte acaba sendo maior do que o valor do próprio produto transportado. Se, no entanto, a vontade política voltada para o meio ambiente é grande, por que não reciclar a matéria orgânica, a partir da qual se pode produzir um composto orgânico de boa qualidade, que sempre terá uma aplicação útil, se não na agricultura, certamente nos parques e jardins da cidade?
Mas voltando à reciclagem de materiais potencialmente reaproveitáveis em processos industriais: se verificarmos que um determinado sistema de reciclagem não traz um balanço positivo ao meio ambiente e consome mais energia do que rende, o que fazer com todos estes materiais que levam centenas de anos para se decompor? Mandar, com todo o resto do lixo, para um aterro? Isto não é um absurdo, do ponto de vista ambiental? Bem, primeiro devemos ver o que acontece durante o processo de decomposição destes materiais quando depositados no solo: plásticos, vidros, metais, se decompõem lentamente, e causam um impacto mínimo ao meio ambiente durante este processo, apenas ocupam espaço na natureza. Então todos estes materiais que vão para os aterros sanitários, misturados com as coisas inaproveitáveis, ficarão lá pelo resto da vida, até virar pó? Sim, e isto não traz nenhum problema ao meio ambiente, desde que o aterro sanitário para onde eles são destinados seja construído com todos os requisitos ambientais que as normas e a legislação exigem. Estes locais, depois de encerradas as operações de vazamento de lixo, podem ser reflorestados e transformados em parques seguros, para usufruto da população local, com a vantagem de ainda produzirem energia durantes muitos anos, através da utilização do biogás. Um aterro construído acima do solo, depois de encerrado, pode transformar-se em uma elevação florestada, com equipamentos esportivos, trilhas, instalações para piqueniques, enfim, um local de fruição para a população, assim como qualquer morro da cidade, preservado como um lugar de lazer.
E se esta for a solução adotada por todos, faltará espaço na Terra para se enterrar todo o lixo produzido pela humanidade? Vai levar muito tempo até chegarmos a este ponto. Para se ter uma idéia do espaço que ocupam os aterros, vou transcrever aqui, livremente, um texto que li no livro “O ambientalista cético”, de Bjorn Lomborg (Editora Campus, 2002): se todo o lixo urbano gerado nos Estados Unidos, durante todo este século que está começando, fosse colocado em um só aterro sanitário, com 30 metros de altura (Gramacho, no Rio de Janeiro, está hoje com 36 metros), seria ocupada apenas uma área correspondente a um quadrado de 28 quilômetros de lado, o que corresponde a menos do que 1 % da superfície do país.
A reciclagem tem um efeito mais amplo do que se possa imaginar, tanto no uso de recursos naturais como nos impactos ambientais que eventualmente pode causar. Só a partir do conhecimento de todas as variáveis que envolvem o seu ciclo completo é que se pode decidir se se deve ou não reciclar um determinado material.
Os conceitos de energia, meio ambiente e economia estão interligados, quando se fala de reciclagem. Portanto devemos avaliar quem vai operar todo este complexo sistema, e de que forma, para que os custos não sejam altos, para que haja eficiência e para que os ganhos sejam bem aplicados e corretamente distribuídos.
Quando o poder público resolve operar diretamente o sistema, geralmente realizando a coleta seletiva, quase sempre a operação passa a custar muito para o bolso do cidadão. As prefeituras devem ficar longe da operação e usar sua competência para planejar, coordenar e fiscalizar os serviços sob sua responsabilidade.
A coleta seletiva de recicláveis custa em torno de 5 a 10 vezes mais do que a coleta convencional, e o valor do produto coletado é de 10 a 5 vezes menor do que este custo. Quem paga esta diferença? Se a coleta seletiva é feita pela Prefeitura, quem paga é o cidadão, através dos impostos municipais. Isto significa que a Prefeitura está gastando com a reciclagem um valor que poderia estar sendo aplicado em educação ou saúde, por exemplo. Tudo bem se a população for chamada a decidir sobre isto, como ocorreu na Alemanha, que gasta, por ano, cerca de 5 bilhões de dólares com seu sistema de reciclagem, conhecido como Ponto Verde. Em pesquisas realizadas em 2004, a população alemã foi amplamente favorável à manutenção do sistema de reciclagem, ainda que isto possa representar um aumento dos impostos. Será que o mesmo ocorreria nas cidades brasileiras, onde há carência de todos os serviços urbanos, a começar pelo saneamento básico?
Diante de toda esta argumentação, podemos concluir que a reciclagem não vale a pena? Ao contrário, creio que vale, desde que se escolha a forma certa de realizá-la, buscando concertar num mesmo programa os seguintes aspectos: benefícios sociais, melhoria da limpeza urbana e do meio ambiente e sustentabilidade econômica/financeira do sistema. Como conseguir esta proeza? Não há um modelo que se possa recomendar de forma genérica; cada cidade, cada comunidade, tem suas características próprias, e o sistema de limpeza urbana, onde se inclui a reciclagem, deve se adaptar a elas, tanto nos aspectos econômicos como sociais e culturais.
Mas uma coisa é certa: reciclar a simples separação dos recicláveis que fazemos hoje em casa, deixando a matéria orgânica de rápida decomposição ir para os aterros, contribui muito pouco para o meio ambiente. A reciclagem, em seu conceito integrado, deve incluir esta fração e outras, como entulhos de obras e restos de poda. A rigor, só deveriam ser destinados aos aterros os resíduos sem qualquer possibilidade de recuperação ou aproveitamento, norma adotada hoje na Comunidade Européia, onde a escassez de áreas para aterros justifica o dispêndio de rios de dinheiro nos programas de reciclagem. É bom lembrar que a matéria orgânica é o que realmente traz problemas para os aterros: é ela que gera o chorume - um líquido que se não tratado corretamente pode contaminar os corpos d’água -, e o biogás, que possui em sua composição cerca de 50% de metano, um gás altamente prejudicial ao efeito estufa, que provoca o aquecimento global da terra. E esta matéria orgânica pode ser transformada em composto orgânico, um excelente insumo agrícola, aplicável em quase todas as culturas, que promove o recondicionamento do solo e possui todos os nutrientes, ainda que em pequenas proporções, necessários ao desenvolvimento das plantas.
Se fizéssemos um estudo econômico para decidir sobre a implantação de um sistema de reciclagem da matéria orgânica, avaliando-se a redução que seria obtida nos custos de coleta, de transferência e de implantação e operação de aterros, talvez chegássemos à conclusão que esta é a forma mais viável de reciclagem do lixo urbano. Os custos com a coleta, transferência e disposição nos aterros seriam reduzidos à metade, pois a fração de matéria orgânica corresponde a 50 % do peso do lixo urbano. Além disso, os aterros durariam duas vezes mais e não teriam que ter as estações de tratamento de chorume nem os sistemas de extração e queima de biogás, o que também contribuiria para a redução drástica dos seus custos de implantação e operação. O difícil, entretanto, como já foi dito, é conseguir-se uma boa adesão da população para a coleta seletiva de orgânicos, mas se houver decisão política do poder público, com a divulgação de campanhas permanentes de sensibilização, creio que se conseguiria um certo êxito nesta empreitada, o que traria grandes benefícios ao meio ambiente.
Na maioria das cidades brasileiras e sul-americanas observa-se um aumento extraordinário da catação de produtos recicláveis nas ruas e nos aterros, fruto da crise econômica que se agravou na virada do século. Este fato é causado pelo enorme contingente de desempregados que vaga pela cidade, buscando sobreviver com a recuperação de recicláveis do lixo, que tem se mostrado, aí sim, uma fonte de recurso econômico importantíssima. Os catadores tradicionais passaram então a enfrentar uma concorrência inesperada, e, por causa dela, já vêm ocorrendo conflitos de grupos que disputam o controle de determinadas zonas ou bairros das cidades onde esta catação ocorre. Por outro lado, algumas prefeituras, por pressão da sociedade e dos movimentos ambientalistas, passaram a implantar sistemas oficiais de coleta seletiva de recicláveis, geralmente com a parceria de cooperativas de catadores, fato que vem aumentando, ainda mais, a freqüência dos conflitos nas ruas. Estes programas oficiais, embora bem-intencionados, não conseguem, nem de longe, absorver todo o contingente de catadores em atividade nas ruas, o que gera novos problemas, desta vez entre as pessoas não absorvidas pelo sistema oficial e a própria Prefeitura.
De qualquer forma, uma coisa é certa: não será o órgão ou empresa de limpeza urbana, nem mesmo a Prefeitura, sozinha, que resolverá a questão social do país, dando a todos aqueles que hoje sobrevivem da catação, melhores e mais seguras oportunidades de trabalho e renda. A meu ver, as discussões sobre este tema têm tomado um tal fervor e paixão que acabam gerando, dentro da própria instituição responsável pela limpeza urbana, focos de tensão que terminam por prejudicar o seu objetivo maior, que é a gestão integrada dos resíduos sólidos da cidade.
A participação da limpeza urbana no ordenamento da atividade dos catadores, na sua capacitação e na valorização do seu trabalho, é fundamental, pois aumenta a sua renda e evita a catação predatória nas ruas, o que melhora as condições sanitárias da cidade.
Ainda não se encontrou a fórmula ideal de reciclagem, mas a permanente discussão do tema pode trazer à baila soluções criativas que devem ser experimentadas, respeitando-se sempre as características de cada cidade. Uma destas formas, que talvez funcione, e que já está sendo experimentada em algumas cidades, é a contratação, pela Prefeitura, de cooperativas para realizar a coleta seletiva, através dos catadores e seus carrinhos ou mesmo com caminhões do tipo baú. Este serviço é pago pela Prefeitura, num valor equivalente ao custo da coleta convencional por ela realizada, o que é perfeitamente razoável, uma vez que este material é retirado do fluxo da limpeza urbana, reduzindo, portanto, os custos com a coleta, transferência e destinação dos resíduos. A cooperativa de catadores passa assim a ter com o poder público uma relação profissional, com direitos e deveres definidos em contrato, o que permite estabelecer formas de trabalho mais adequadas para a cidade. Com os recursos provenientes da prestação dos serviços de coleta e da venda dos recicláveis, a cooperativa passa a ter capacidade econômica para adquirir os equipamentos básicos para seu trabalho, como prensas, elevadores de fardos e balanças, e para alugar um galpão para armazenamento do material separado e beneficiado, caso a Prefeitura não tenha nenhum disponível, podendo assim transferir mais e melhores benefícios aos seus cooperativados.
Neste amplo espectro da atividade de reciclagem dos resíduos sólidos, não há como deixar de comentar a catação nos aterros de lixo, que ocorre ainda em muitas instalações em todo o Brasil, independente do tamanho das cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, no aterro de Gramacho, um dos maiores da América do Sul, cerca de 1.000 catadores atuam na frente de vazamento do lixo, de onde retiram perto de 200 toneladas por dia de materiais recicláveis. A COMLURB - Cia. Municipal de Limpeza Urbana, empresa pertencente ao município e que tem a responsabilidade pela gestão de resíduos na cidade do Rio de Janeiro, nunca proibiu a catação em seus aterros, e sempre foi muito criticada por isso. Quando alguns visitantes se surpreendem com os catadores em Gramacho, um aterro que hoje opera dentro dos requisitos da engenharia sanitária, e comentam as condições insalubres a que estão expostos, retrucamos que pior do que a insalubridade é a fome, e que ninguém está ali por prazer, e sim, por falta de melhores alternativas de trabalho.
Se a crise econômica e a miséria tornam inevitável a catação em aterros, o que se deve fazer é manter um cadastro atualizado dos catadores, para que possam ser acompanhados permanentemente por assistentes sociais. Deve-se também, na medida do possível, manter um certo ordenamento na frente de trabalho, de modo a reduzir os riscos de acidentes e não prejudicar as operações de vazamento e compactação do lixo e permitir a entrada controlada de caminhões para a retirada de recicláveis. É recomendável a prestação de atendimento aos catadores quando há algum acidente durante seu trabalho no aterro.
Em decorrência do desemprego generalizado, a demanda para a catação nos aterros tem sido muito grande, e, no caso do Rio de Janeiro, a COMLURB, por questões de segurança e operacionais, foi forçada a limitar a quantidade de catadores em Gramacho. Isto não tem sido uma tarefa fácil, pois é enorme a quantidade de gente desempregada que, diariamente, chega ao portão de Gramacho tentando entrar no aterro para sobreviver do lixo.
Como se vê, reciclagem, coleta seletiva, catação, compostagem, aterros sanitários, são problemas complexos e que não devem ser tratados isoladamente, e sim de forma integrada, pois são interligados operacional, social, econômica e ambientalmente. Além disso, podem causar impactos importantes à saúde da população, ao meio ambiente e ao orçamento municipal.
Quando pretendemos, cidadãos, organizações não-governamentais ou poder público, implementar ações de reciclagem, através da coleta e reaproveitamento de materiais recicláveis e/ou da matéria orgânica de rápida decomposição, devemos levar sempre em consideração as características culturais, sociais e econômicas da nossa cidade e de nosso povo, como também as práticas do sistema de limpeza urbana já existentes. Assim, serão alcançados os maiores benefícios para o meio ambiente, com os menores custos para a população.
Artigo publicado no livro de fotografias “O aterro de Gramacho”, de Marcos Prado
Fevereiro de 2005
Afinal, reciclar para que? Vale a pena, é uma atitude politicamente correta? Será que também é ambientalmente correta? Reciclar o que, quando, como, porque?
De um modo geral as pessoas nem se fazem estas perguntas, obedecem a um instinto superior, a um mantra da sociedade de consumo moderna, que repete sem cessar: reciclar é bom, reciclar é preciso, vamos todos reciclar, vamos salvar o planeta reciclando....
Mas as coisas não são tão simples assim. Vale a pena refletir um pouco sobre este tema, começando do princípio, e abordando os aspectos ambientais, econômicos e sociais desta atitude, hoje tão debatida e comentada por todos.
Neste texto abordarei a reciclagem ou a recuperação dos materiais contidos apenas no lixo domiciliar urbano, ou seja, aquele lixo que é gerado em nossas casas e no comércio em geral. É um lixo que não traz maiores problemas de contaminação, afinal saiu de nossas casas poucas horas antes de ser manipulado por alguém que vai reaproveitá-lo de alguma forma. É aquele lixo que muitos apregoam ser muito valioso, que vale bilhões de dólares. Quando ouço alguém dizer isto, pergunto onde posso deixar os milhares de toneladas coletados na minha cidade, Rio de Janeiro, para que suas riquezas possam ser aproveitadas. Se nosso lixo de cada dia valesse alguma coisa, ele não seria um problema para as prefeituras, mas antes, uma matéria-prima disputada por todos, o que não acontece.
Na realidade, a gestão dos resíduos sólidos é um problema sério, no âmbito do saneamento básico, e que afeta a saúde da população e o meio ambiente se não for bem equacionado. No Brasil, assim como na maioria dos países em todo o mundo, a limpeza urbana é de responsabilidade dos municípios, e deve ser gerida a partir de uma decisão política do Prefeito. Mas se é realmente um problema, o que há afinal neste lixo que pode interessar a algumas pessoas e levá-las a buscar nele recursos que possam trazer alguma renda ou benefício?
Vamos primeiro ver que resíduos são esses. Nosso lixo domiciliar contém, em peso, cerca de 50 a 60 % de matéria orgânica de rápida decomposição, 30 a 40 % de materiais potencialmente aproveitáveis ou recicláveis e 10 a 20 % de terra, papéis ou plásticos sujos, sem possibilidades de reaproveitamento econômico ou reutilização, tais como papel higiênico, fraldas descartáveis, absorventes, lâmpadas, pilhas, papel celofane, vidros planos e outros. Conhecida a sua composição, vamos observar melhor os dois grandes grupos que nos interessam mais: matéria orgânica de rápida decomposição e materiais potencialmente recuperáveis ou reutilizáveis.
Na primeira categoria estão os restos de cozinha, de comida, flores, pó de café, frutas e legumes estragados ou suas cascas, tudo aquilo que se não for bem embalado ou retirado logo de nossas casas, começa a se decompor, exala maus odores e atrai insetos e ratos. É um tipo de resíduo que ninguém gosta muito de manusear, queremos que alguém os tire de perto de nós o mais rapidamente possível. Mas será que não há como fazer alguma coisa de útil com este “lixo”, que aparentemente não interessa a ninguém? Veremos isso adiante.
É mais agradável falarmos sobre o que todo mundo sabe, todo mundo vê, todo mundo gosta: os materiais recicláveis, mais limpos e mais fáceis de manipular. Papéis, papelão de embalagens, latas de conservas, latinhas de cerveja ou refrigerantes, garrafas e embalagens de PET, plásticos em geral, jornais e revistas, potes e garrafas diversas de vidro, todos fáceis de se guardar em um saco plástico, depois de uma lavagem rápida. Em seguida colocamos os sacos na calçada para serem recolhidos pela coleta seletiva ou pelos catadores. Pronto: fizemos a nossa parte, a mãe Terra agradece, estamos em paz com a nossa consciência ambiental. Mas será que é isto mesmo?
Não, não é tão simples assim. Quando separamos nossos recicláveis, não temos nenhuma idéia do que vai acontecer com eles depois de serem coletados por catadores ou por algum sistema formal de coleta seletiva. Achamos que, de alguma forma mágica, eles serão transformados em novos produtos e que, nesta operação, haverá economia de energia, de água e de matérias primas não renováveis, fato que muito contribui para um futuro melhor para as gerações que nos sucederão. Mas será que é assim mesmo? Vamos examinar o que acontece com alguns materiais separados como recicláveis em nossas casas, até que voltem a ser um produto de consumo, depois de submetidos a determinados processos industriais.
Tomemos inicialmente o papel e o papelão, produtos que há mais tempo são reciclados no Brasil, pelo menos desde os anos 50, pelos conhecidos “garrafeiros”, ou “burros sem rabo”, aqueles que passavam pelas ruas do Rio, de casa em casa, gritando “garrafeeeero!”, à cata de garrafas de vidro e jornais, revistas ou livros velhos, que compravam a preços muito baixos e os revendiam a intermediários, com um pequeno lucro. Os papéis iam para pequenas fábricas de papel, que os aproveitavam como sucatas, da mesma forma que as atuais indústrias operam: o processo começa nos hidrapulpers - do inglês, hydro pulpers -, ou grandes liquidificadores, que batem o material com água e soda cáustica até formar uma pasta homogênea, com as fibras do papel dissolvidas e limpas e passíveis de serem reorganizadas e ligadas umas às outras através de sucessivos caminhos e processos industriais, até que sejam transformadas em papel novo, pronto para ser novamente reutilizado. Para o branqueamento do papel utilizam-se compostos de cloro ou peróxido de hidrogênio. Para que toda esta explicação? Para sabermos que o insumo que mais se consome na reciclagem de papel/papelão é a água limpa, e que ela, depois do processo industrial de reciclagem, se não for muito bem tratada, o que custa muito caro, contaminará fortemente os recursos hídricos onde é despejada. Isto sem falar dos compostos de cloro que são adicionados durante o processo, e que também podem trazer malefícios à saúde de quem eventualmente tiver contacto com os efluentes líquidos da indústria. Gasta-se, também, muita energia neste processo, e tudo isto nos faz pensar se realmente vale a pena reciclar o papel. Deve valer, pelo que se ouve por aí, porque a reciclagem de papel salva árvores, o que é desejável, do ponto de vista ambiental. Acontece que as árvores que se abatem para a fabricação do papel são provenientes de empreendimentos florestais - árvores plantadas - e não de florestas nativas, como a Amazônia ou a Mata Atlântica. Árvores que, para se desenvolverem, utilizam as forças da natureza, como a água de chuva, os nutrientes do solo e a luz solar. Assim, se examinarmos o ciclo industrial da reciclagem do papel e o compararmos com o de sua fabricação a partir de árvores plantadas, considerando-se rigorosamente os aspectos ambientais e energéticos envolvidos, veremos que a segunda opção provavelmente será mais sustentável do que a primeira.
E com os plásticos, é a mesma coisa? De certa forma sim, pois os processos industriais de reciclagem deste material são extremamente poluentes e, para reduzir ou eliminar a agressão ao meio ambiente que eles causam é necessário fazer grandes investimentos, que nem sempre são realizados pelos pequenos e médios recicladores, porque o preço da matéria prima reciclada é relativamente baixo, e mal consegue cobrir os custos de aquisição dos materiais usados e do processo industrial. O resultado é que a maior parte destas indústrias não tem qualquer sistema de tratamento de efluentes líquidos e oferece péssimas condições de trabalho aos seus empregados, como ruídos excessivos, condições insalubres e alto risco de acidentes.
A reciclagem do alumínio, matéria-prima das latinhas de refrigerantes e cerveja, pelo menos vale a pena, não? Vamos ver: o material recuperado tem alto valor no mercado, e o Brasil é o campeão mundial neste tipo de reciclagem. No meu ponto de vista, não devemos ficar orgulhosos deste recorde. Este é um troféu vergonhoso, pois não foi conquistado graças à consciência ambiental dos brasileiros, mas antes, por causa da miséria de grande parte da população, que disputa as latinhas vazias para vendê-las a intermediários, que as comercializarão junto às grandes indústrias de embalagens de alumínio.
O uso do alumínio para embalagens também deve ser discutido. Quando se fala que o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes e que se gasta neste processo apenas 5% da energia despendida na fabricação a partir do minério, não se menciona que o alumínio para ser fabricado a partir do minério de bauxita, consome uma enorme quantidade de energia e gera grande volume de rejeitos. Exatamente por isto, as indústrias que o produzem são consideradas "sujas", e têm sido exportadas para os países em desenvolvimento. O uso do alumínio como embalagem e sua posterior reciclagem são, portanto, muito convenientes para os países que não tenham que fabricá-la a partir da extração da bauxita. Este não é o caso do Brasil, que tem grandes jazidas deste minério e fabrica o alumínio em grandes indústrias eletro-intensivas, algumas delas utilizando energia elétrica subsidiada pelo poder público.
Todas estas considerações nos levam a uma constatação: não se pode, a priori, estabelecer se a reciclagem é boa ou má para o meio ambiente ou para as pessoas, sem se estudar cuidadosamente o ciclo de vida do material a ser reciclado. Isto permite que se avalie o consumo de energia e os eventuais impactos ao meio ambiente que ocorrem durante este processo. Vamos exemplificar como estes aspectos podem ser variáveis dependendo das circunstâncias em que ocorrem: a produção de uma lata de alumínio de 33 cl na Inglaterra, usando alumínio fundido na Noruega, a partir da energia hidroelétrica, e posteriormente laminado na Alemanha, liberará 110 gramas de CO2 - equivalente a 6,5 toneladas de CO2 por tonelada de alumínio. Se a mesma lata, entretanto, for produzida na Alemanha, usando-se carvão como fonte primária de energia, haverá uma liberação de 280 gramas de CO2, valor este que será ainda maior se o alumínio for produzido na Tchecoslováquia, usando-se carvão de pior qualidade.
Vemos, assim, que também devemos ter, em nossas iniciativas individuais, a preocupação e a consciência do "balanço ambiental", para que não tomemos atitudes que acreditamos serem “ambientalmente corretas” mas que podem trazer grandes prejuízos ao meio ambiente.
Aqui está um exemplo interessante para ilustrar este conceito: no incentivo à prática da reciclagem, em várias cidades dos Estados Unidos e da Europa, a população é estimulada a levar os materiais recicláveis, como vidros, plásticos, papeis e papelão ou metais aos PEV’s - Pontos de Entrega Voluntária, depósitos especiais instalados em locais públicos destinados a armazenar temporariamente estes materiais. De lá, eles são levados para outros centros de triagem ou indústrias, que irão aproveitá-los na fabricação de novos produtos. Vamos imaginar que uma determinada residência esteja a 10 quilômetros de um destes PEV’s. Se algum morador usar o seu carro exclusivamente para levar os recicláveis até lá, poderá estar cometendo, com a melhor das intenções, um ato antiecológico, pois o combustível derivado do petróleo que estará consumindo neste deslocamento provavelmente contem mais energia do que a que se irá economizar com a reciclagem daqueles materiais que separou em sua casa. Além disso, devemos considerar a poluição que a descarga do motor do automóvel causará à atmosfera e o consumo de matérias-primas não-renováveis, como a gasolina, a borracha dos pneus e o asfalto das estradas. Portanto, antes de decidirmos o que separar em nossas casas como materiais recicláveis, que seriam normalmente descartados em aterros, é necessário estarmos seguros de que eles podem ser reciclados, que alguém vai querer comprá-los depois de reciclados e beneficiados, e que, finalmente, este processo não envolverá o uso de mais recursos naturais do que os que supomos que irá economizar.
Há muitas cidades no Brasil nas quais o poder público e a sociedade têm o desejo de implantar sistemas de reciclagem, mas se estão a grandes distâncias dos centros industriais que podem processar os materiais recicláveis, esta iniciativa estará inviabilizada, pois o custo de transporte acaba sendo maior do que o valor do próprio produto transportado. Se, no entanto, a vontade política voltada para o meio ambiente é grande, por que não reciclar a matéria orgânica, a partir da qual se pode produzir um composto orgânico de boa qualidade, que sempre terá uma aplicação útil, se não na agricultura, certamente nos parques e jardins da cidade?
Mas voltando à reciclagem de materiais potencialmente reaproveitáveis em processos industriais: se verificarmos que um determinado sistema de reciclagem não traz um balanço positivo ao meio ambiente e consome mais energia do que rende, o que fazer com todos estes materiais que levam centenas de anos para se decompor? Mandar, com todo o resto do lixo, para um aterro? Isto não é um absurdo, do ponto de vista ambiental? Bem, primeiro devemos ver o que acontece durante o processo de decomposição destes materiais quando depositados no solo: plásticos, vidros, metais, se decompõem lentamente, e causam um impacto mínimo ao meio ambiente durante este processo, apenas ocupam espaço na natureza. Então todos estes materiais que vão para os aterros sanitários, misturados com as coisas inaproveitáveis, ficarão lá pelo resto da vida, até virar pó? Sim, e isto não traz nenhum problema ao meio ambiente, desde que o aterro sanitário para onde eles são destinados seja construído com todos os requisitos ambientais que as normas e a legislação exigem. Estes locais, depois de encerradas as operações de vazamento de lixo, podem ser reflorestados e transformados em parques seguros, para usufruto da população local, com a vantagem de ainda produzirem energia durantes muitos anos, através da utilização do biogás. Um aterro construído acima do solo, depois de encerrado, pode transformar-se em uma elevação florestada, com equipamentos esportivos, trilhas, instalações para piqueniques, enfim, um local de fruição para a população, assim como qualquer morro da cidade, preservado como um lugar de lazer.
E se esta for a solução adotada por todos, faltará espaço na Terra para se enterrar todo o lixo produzido pela humanidade? Vai levar muito tempo até chegarmos a este ponto. Para se ter uma idéia do espaço que ocupam os aterros, vou transcrever aqui, livremente, um texto que li no livro “O ambientalista cético”, de Bjorn Lomborg (Editora Campus, 2002): se todo o lixo urbano gerado nos Estados Unidos, durante todo este século que está começando, fosse colocado em um só aterro sanitário, com 30 metros de altura (Gramacho, no Rio de Janeiro, está hoje com 36 metros), seria ocupada apenas uma área correspondente a um quadrado de 28 quilômetros de lado, o que corresponde a menos do que 1 % da superfície do país.
A reciclagem tem um efeito mais amplo do que se possa imaginar, tanto no uso de recursos naturais como nos impactos ambientais que eventualmente pode causar. Só a partir do conhecimento de todas as variáveis que envolvem o seu ciclo completo é que se pode decidir se se deve ou não reciclar um determinado material.
Os conceitos de energia, meio ambiente e economia estão interligados, quando se fala de reciclagem. Portanto devemos avaliar quem vai operar todo este complexo sistema, e de que forma, para que os custos não sejam altos, para que haja eficiência e para que os ganhos sejam bem aplicados e corretamente distribuídos.
Quando o poder público resolve operar diretamente o sistema, geralmente realizando a coleta seletiva, quase sempre a operação passa a custar muito para o bolso do cidadão. As prefeituras devem ficar longe da operação e usar sua competência para planejar, coordenar e fiscalizar os serviços sob sua responsabilidade.
A coleta seletiva de recicláveis custa em torno de 5 a 10 vezes mais do que a coleta convencional, e o valor do produto coletado é de 10 a 5 vezes menor do que este custo. Quem paga esta diferença? Se a coleta seletiva é feita pela Prefeitura, quem paga é o cidadão, através dos impostos municipais. Isto significa que a Prefeitura está gastando com a reciclagem um valor que poderia estar sendo aplicado em educação ou saúde, por exemplo. Tudo bem se a população for chamada a decidir sobre isto, como ocorreu na Alemanha, que gasta, por ano, cerca de 5 bilhões de dólares com seu sistema de reciclagem, conhecido como Ponto Verde. Em pesquisas realizadas em 2004, a população alemã foi amplamente favorável à manutenção do sistema de reciclagem, ainda que isto possa representar um aumento dos impostos. Será que o mesmo ocorreria nas cidades brasileiras, onde há carência de todos os serviços urbanos, a começar pelo saneamento básico?
Diante de toda esta argumentação, podemos concluir que a reciclagem não vale a pena? Ao contrário, creio que vale, desde que se escolha a forma certa de realizá-la, buscando concertar num mesmo programa os seguintes aspectos: benefícios sociais, melhoria da limpeza urbana e do meio ambiente e sustentabilidade econômica/financeira do sistema. Como conseguir esta proeza? Não há um modelo que se possa recomendar de forma genérica; cada cidade, cada comunidade, tem suas características próprias, e o sistema de limpeza urbana, onde se inclui a reciclagem, deve se adaptar a elas, tanto nos aspectos econômicos como sociais e culturais.
Mas uma coisa é certa: reciclar a simples separação dos recicláveis que fazemos hoje em casa, deixando a matéria orgânica de rápida decomposição ir para os aterros, contribui muito pouco para o meio ambiente. A reciclagem, em seu conceito integrado, deve incluir esta fração e outras, como entulhos de obras e restos de poda. A rigor, só deveriam ser destinados aos aterros os resíduos sem qualquer possibilidade de recuperação ou aproveitamento, norma adotada hoje na Comunidade Européia, onde a escassez de áreas para aterros justifica o dispêndio de rios de dinheiro nos programas de reciclagem. É bom lembrar que a matéria orgânica é o que realmente traz problemas para os aterros: é ela que gera o chorume - um líquido que se não tratado corretamente pode contaminar os corpos d’água -, e o biogás, que possui em sua composição cerca de 50% de metano, um gás altamente prejudicial ao efeito estufa, que provoca o aquecimento global da terra. E esta matéria orgânica pode ser transformada em composto orgânico, um excelente insumo agrícola, aplicável em quase todas as culturas, que promove o recondicionamento do solo e possui todos os nutrientes, ainda que em pequenas proporções, necessários ao desenvolvimento das plantas.
Se fizéssemos um estudo econômico para decidir sobre a implantação de um sistema de reciclagem da matéria orgânica, avaliando-se a redução que seria obtida nos custos de coleta, de transferência e de implantação e operação de aterros, talvez chegássemos à conclusão que esta é a forma mais viável de reciclagem do lixo urbano. Os custos com a coleta, transferência e disposição nos aterros seriam reduzidos à metade, pois a fração de matéria orgânica corresponde a 50 % do peso do lixo urbano. Além disso, os aterros durariam duas vezes mais e não teriam que ter as estações de tratamento de chorume nem os sistemas de extração e queima de biogás, o que também contribuiria para a redução drástica dos seus custos de implantação e operação. O difícil, entretanto, como já foi dito, é conseguir-se uma boa adesão da população para a coleta seletiva de orgânicos, mas se houver decisão política do poder público, com a divulgação de campanhas permanentes de sensibilização, creio que se conseguiria um certo êxito nesta empreitada, o que traria grandes benefícios ao meio ambiente.
Na maioria das cidades brasileiras e sul-americanas observa-se um aumento extraordinário da catação de produtos recicláveis nas ruas e nos aterros, fruto da crise econômica que se agravou na virada do século. Este fato é causado pelo enorme contingente de desempregados que vaga pela cidade, buscando sobreviver com a recuperação de recicláveis do lixo, que tem se mostrado, aí sim, uma fonte de recurso econômico importantíssima. Os catadores tradicionais passaram então a enfrentar uma concorrência inesperada, e, por causa dela, já vêm ocorrendo conflitos de grupos que disputam o controle de determinadas zonas ou bairros das cidades onde esta catação ocorre. Por outro lado, algumas prefeituras, por pressão da sociedade e dos movimentos ambientalistas, passaram a implantar sistemas oficiais de coleta seletiva de recicláveis, geralmente com a parceria de cooperativas de catadores, fato que vem aumentando, ainda mais, a freqüência dos conflitos nas ruas. Estes programas oficiais, embora bem-intencionados, não conseguem, nem de longe, absorver todo o contingente de catadores em atividade nas ruas, o que gera novos problemas, desta vez entre as pessoas não absorvidas pelo sistema oficial e a própria Prefeitura.
De qualquer forma, uma coisa é certa: não será o órgão ou empresa de limpeza urbana, nem mesmo a Prefeitura, sozinha, que resolverá a questão social do país, dando a todos aqueles que hoje sobrevivem da catação, melhores e mais seguras oportunidades de trabalho e renda. A meu ver, as discussões sobre este tema têm tomado um tal fervor e paixão que acabam gerando, dentro da própria instituição responsável pela limpeza urbana, focos de tensão que terminam por prejudicar o seu objetivo maior, que é a gestão integrada dos resíduos sólidos da cidade.
A participação da limpeza urbana no ordenamento da atividade dos catadores, na sua capacitação e na valorização do seu trabalho, é fundamental, pois aumenta a sua renda e evita a catação predatória nas ruas, o que melhora as condições sanitárias da cidade.
Ainda não se encontrou a fórmula ideal de reciclagem, mas a permanente discussão do tema pode trazer à baila soluções criativas que devem ser experimentadas, respeitando-se sempre as características de cada cidade. Uma destas formas, que talvez funcione, e que já está sendo experimentada em algumas cidades, é a contratação, pela Prefeitura, de cooperativas para realizar a coleta seletiva, através dos catadores e seus carrinhos ou mesmo com caminhões do tipo baú. Este serviço é pago pela Prefeitura, num valor equivalente ao custo da coleta convencional por ela realizada, o que é perfeitamente razoável, uma vez que este material é retirado do fluxo da limpeza urbana, reduzindo, portanto, os custos com a coleta, transferência e destinação dos resíduos. A cooperativa de catadores passa assim a ter com o poder público uma relação profissional, com direitos e deveres definidos em contrato, o que permite estabelecer formas de trabalho mais adequadas para a cidade. Com os recursos provenientes da prestação dos serviços de coleta e da venda dos recicláveis, a cooperativa passa a ter capacidade econômica para adquirir os equipamentos básicos para seu trabalho, como prensas, elevadores de fardos e balanças, e para alugar um galpão para armazenamento do material separado e beneficiado, caso a Prefeitura não tenha nenhum disponível, podendo assim transferir mais e melhores benefícios aos seus cooperativados.
Neste amplo espectro da atividade de reciclagem dos resíduos sólidos, não há como deixar de comentar a catação nos aterros de lixo, que ocorre ainda em muitas instalações em todo o Brasil, independente do tamanho das cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, no aterro de Gramacho, um dos maiores da América do Sul, cerca de 1.000 catadores atuam na frente de vazamento do lixo, de onde retiram perto de 200 toneladas por dia de materiais recicláveis. A COMLURB - Cia. Municipal de Limpeza Urbana, empresa pertencente ao município e que tem a responsabilidade pela gestão de resíduos na cidade do Rio de Janeiro, nunca proibiu a catação em seus aterros, e sempre foi muito criticada por isso. Quando alguns visitantes se surpreendem com os catadores em Gramacho, um aterro que hoje opera dentro dos requisitos da engenharia sanitária, e comentam as condições insalubres a que estão expostos, retrucamos que pior do que a insalubridade é a fome, e que ninguém está ali por prazer, e sim, por falta de melhores alternativas de trabalho.
Se a crise econômica e a miséria tornam inevitável a catação em aterros, o que se deve fazer é manter um cadastro atualizado dos catadores, para que possam ser acompanhados permanentemente por assistentes sociais. Deve-se também, na medida do possível, manter um certo ordenamento na frente de trabalho, de modo a reduzir os riscos de acidentes e não prejudicar as operações de vazamento e compactação do lixo e permitir a entrada controlada de caminhões para a retirada de recicláveis. É recomendável a prestação de atendimento aos catadores quando há algum acidente durante seu trabalho no aterro.
Em decorrência do desemprego generalizado, a demanda para a catação nos aterros tem sido muito grande, e, no caso do Rio de Janeiro, a COMLURB, por questões de segurança e operacionais, foi forçada a limitar a quantidade de catadores em Gramacho. Isto não tem sido uma tarefa fácil, pois é enorme a quantidade de gente desempregada que, diariamente, chega ao portão de Gramacho tentando entrar no aterro para sobreviver do lixo.
Como se vê, reciclagem, coleta seletiva, catação, compostagem, aterros sanitários, são problemas complexos e que não devem ser tratados isoladamente, e sim de forma integrada, pois são interligados operacional, social, econômica e ambientalmente. Além disso, podem causar impactos importantes à saúde da população, ao meio ambiente e ao orçamento municipal.
Quando pretendemos, cidadãos, organizações não-governamentais ou poder público, implementar ações de reciclagem, através da coleta e reaproveitamento de materiais recicláveis e/ou da matéria orgânica de rápida decomposição, devemos levar sempre em consideração as características culturais, sociais e econômicas da nossa cidade e de nosso povo, como também as práticas do sistema de limpeza urbana já existentes. Assim, serão alcançados os maiores benefícios para o meio ambiente, com os menores custos para a população.
DIFERENÇA ENTRE LINHAÇA E OLEO DE PEIXE
Primeiramente o que é o tal “omega” 3, 6 ou 9?
Cerca de 90% das nossas gorduras alimentares vêm na forma de triglicéridos, os quais são constituídos por ácidos gordos e glicerol. Os ácidos gordos são constituídos por uma cadeia de átomos de carbono, com um grupo metil numa das extremidades e um grupo ácido na outra. Cada átomo de carbono tem um determinado número de átomos de hidrogénio ligados a si – o número exacto de átomos de hidrogénio está dependente do facto de se tratar de gorduras saturadas ou insaturadas. Os ácidos gordos saturados contêm o nível máximo de átomos de hidrogénio possível, enquanto que nos ácidos gordos insaturados, alguns dos átomos de hidrogénio encontram-se em falta, tendo sido substituídos por ligações duplas entre os átomos de carbono. Uma gordura é designada como “monoinsaturada” quando existe apenas uma ligação dupla, sendo que a designação de “polinsaturada” é utilizada quando existem duas ou mais duplas ligações. Os ómega 3 e ómega 6 constituem ácidos gordos, ambos do tipo polinsaturados. A diferença encontra-se a nível da ocorrência da primeira ligação dupla a nível da cadeia. Nos ácidos gordos ómega 3, a primeira ligação dupla encontra-se no terceiro átomo de carbono, enquanto que nos ácidos gordos ómega 6 a primeira dupla ligação ocorre no sexto átomo de carbono, a contar a partir da extremidade com o grupo metil (designada como ómega).
Há 3 tipos principais de ômegas hoje tão citados na alimentação.
O ômega 9 mais comumente achado nos alimentos é o ácido oléico. Uma gordura que se vc ingerir demais vai acumular e pode engordar. Apesar de haver citações de algumas propriedades anti-ateroescleróticas (há gorduras melhores p isso), ele não tem grandes outras grandes funções.
Do ômega 6 existem dois tipos principais (há vários outros contudo), um na forma de ácido linoléico e outro na forma de ácido gama-linolenico.
O ácido linoléico possui muita importancia no corpo para formação de estruturas celulares, etc, mas o seu consumo indicriminado como vem ocorrendo atualmente, desencadeia estados inflamatórios no organismo.
O ácido gama-linolênico possui efeito antiinflamatório e funciona quase como um hormonio na tpm, menopausa, está presente no óleo de primula, costumeiramente indicado p estes problemas. mas o corpo sintetiza este também à partir do ácido linoleico.
Do ômega 3 existem 3 principais, o ácido alfa-linolênico, o EPA e o DHA.
No caso do ácido alfa-linolênico, este é encontrado na linhaça. Sozinho ele não tem realmente as grandes propriedades ditas do omega 3 no corpo. Para funcionar assim ele precisa ser convertido pelo no organismo em EPA e DHA, as goduras que vão compor os neuronios no cerebro e destes em prostaglandinas do tipo 3 quando necessário.
Os omega 3 e 6 no corpo se convertem em prostaglandinas, que são substâncias de atividade quase similar a hormônios, sendo sinalizadores que ocasionam comportamentos celulares como inflamação, desinflamação, contrações musculares, alterações endócrinas, vasoconstrição ou vasodilatação, dor, etc.
Há 3 tipos principais de prostaglandinas:
- As prostaglandinas do tipo 1 e 3 são vasodilatadoras, modulam a coagulação, abaixam o mau colesterol e possuem atividade anti-inflamatória.
- As prostaglandinas do tipo 2 possuem efeito oposto.
Principalmente dois ácidos graxos poliinsaturados são indispensáveis ao bom fucionamento deste processo: Ácido linoléico (AL) e acido alfa-linolênico (AAL), ambos parte da família dos ômegas 3 e 6.
- As prostaglandinas do tipo 1 (PG1) são elaboradas à partir do ácido linoleico do tipo ômega 6 e ácido gama-linolênico AGL / GLA, ácido dihomo-gama-linolênico ADGL.
- As prostaglandinas do tipo 2 (PG2) são elaboradas à partir do ácido linoleico do tipo ômega 6 e ácido gama-linolênico AGL / GLA, ácido dihomo-gama-linolênico ADGL.
- As prostaglandinas do tipo 3 (PG3) são elaboradas à partir do ácido alfa-linolênico do tipo ômega 3 e ácido eicosapentaenóico ou EPA e ácido docosahexaenóico ou DHA).
O equiíbrio cárdio-vascular, por exemplo, depende grandemente da ação simultânea e antagonista destas prostaglandinas. A prostaglandina PGE2 possui uma ação vasoconstritiva e anti-hemorrágica (anti-coagulante), a PGE3 age estimulando a vasodilatação e a fluidificação do sangue.
A maior parte das pessoas sofrem de desordens que exigiriam mais a síntese de prostaglandinas do tipo 3 e não do tipo 2, mas a dieta tradicional atual das pessoas tem impedido isso e gerado cada vez mais prostaglandinas PGE2 que podem piorar ainda mais os problemas cardíacos, vasculares e articulares tão comuns na atualidade.
Para o ácido linoléico virar o ácido ácido araquidônico ele precisa ser convertido pela enzima Delta-5-desaturase (D5D) e assim irá virar prostaglandinas do tipo 2. Em certas situações esta prostaglandina é importante ao corpo, funciona como sinalizador inclusive para alertar que algo não está bem, mas seu excesso causa doenças inflamatórias graves como reumatismo, doenças auto-imunes, cancer, etc
O ácido linolênico para virar EPA e depois em prostaglandina do tipo 3 ou DHA, precisa ser também convertido pela Delta-5-desaturase (D5D). Aí então que mora a questão! Se você tem uma péssima alimentação, ingerindo altos teores de ômega 6 através de frituras (os óleo de girassol, soja, canola, algodão, milho são as principais fontes), a Delta-5-desaturase (D5D) fica emparedada e não consegue mais converter o ácido linolênico da linhaça em EPA! Por isso tem gente que toma óleo de linhaça e não fucniona, estão com os corpos lotados de frituras e óleos ruins, ricos em ômega 6. Daí só daria certo se tiver o EPA pronto, vindo do peixe.
Para que comece a dar certo, a pessoa precisa cortar as frituras e excesso de omega 6 da dieta, ou seja eliminar estes 5 óleos que citei anteriormente de sua cozinha.
Ninguem fica com deficiencia de omega 6 fazendo isso, enquanto ingerir sementes, castanhas que são fontes naturais e saudáveis destes óleos.
Também, os ácidos graxos ômega-3 competem com os ácidos graxos ômega-6 pelo mesmo local de ligação na enzima COX 1 que converte os ácidos graxos ômega 6 em prostaglandinas (razão pela qual a enzima COX 1 ou seu primo COX 2 são alvos de drogas anti-inflamatórias como o ibuprofeno). Quanto mais ácidos graxos ômega 3 presentes para bloquear os locais de ligação, menos ácidos graxos ômega 6 são capazes de se converterem em prostaglandinas.
As enzimas COX-1 e COX-2 são diretamente ligadas a processos inflamatórios no corpo e resumindo o omega 3 bloqueia seu efeito reduzindo inflamações como reumatismo e doenças auto-imunes e alergias tmb.
Embora ácidos graxos ômega-3 também sejam convertidos em prostaglandinas, as prostaglandinas formadas a partir do ômega 3 são geralmente de 2 a 50 vezes menos ativas do que aquelas formadas a partir do ômega 6. E elas agem desinflamando e estabilizando o corpo, trazendo sua homeostase.
A base bioquímica de outros benefícios do óleo de peixe - por exemplo, ácidos graxos de ômega-3 impactam no desenvolvimento neuronal e acuidade visual - são provavelmente devidos aos efeitos nos caminhos bioquímicos que regulam a transmissão nervosa. Compreender os diferentes caminhos através dos quais o ômega-3 trabalha para converter em protaglandinas ajuda a explicar porque os ácidos graxos ômega 6 não provêem os mesmos benefícios.
OBS:+++++ A utilização e assimilação dos ácidos graxos pelo organismo depende da ação sinérgica de uma série de nutrientes como minerais, vitaminas, oligo-elementos, enzimas, etc. A carência destes nutrientes numa dieta pode causar dificuldades na síntese adequada destas sustâncias pelo organismo e conseqüentemente favorecer o aparecimento de doenças. Assim: - O ácido linoleico exige zinco e magnésio para elaborar ácido gama-linolênico. - O ácido gama-linolênico exige a vitamina B6 para elaborar o ácido dihomo-gama-linoléico. - O ácido dihomo-gama-linolênico exige zinco, selênio, vitaminas B3, B9 e C para a elaboração das prostaglandinas. - Excesso de ácido linoléico na dieta pode impedir a conversão de ácido alfa-linolênico em PG3. Um dieta deficiente principalmente em verduras, frutas e cereais integrais pode desestruturar totalmente este sistema de conversão desencadeando um grande desequilíbrio funcional do organismo com o surgimento de doenças inflamatórias, mal funcionamento do metabolismo e das células, etc. ++++
Cerca de 90% das nossas gorduras alimentares vêm na forma de triglicéridos, os quais são constituídos por ácidos gordos e glicerol. Os ácidos gordos são constituídos por uma cadeia de átomos de carbono, com um grupo metil numa das extremidades e um grupo ácido na outra. Cada átomo de carbono tem um determinado número de átomos de hidrogénio ligados a si – o número exacto de átomos de hidrogénio está dependente do facto de se tratar de gorduras saturadas ou insaturadas. Os ácidos gordos saturados contêm o nível máximo de átomos de hidrogénio possível, enquanto que nos ácidos gordos insaturados, alguns dos átomos de hidrogénio encontram-se em falta, tendo sido substituídos por ligações duplas entre os átomos de carbono. Uma gordura é designada como “monoinsaturada” quando existe apenas uma ligação dupla, sendo que a designação de “polinsaturada” é utilizada quando existem duas ou mais duplas ligações. Os ómega 3 e ómega 6 constituem ácidos gordos, ambos do tipo polinsaturados. A diferença encontra-se a nível da ocorrência da primeira ligação dupla a nível da cadeia. Nos ácidos gordos ómega 3, a primeira ligação dupla encontra-se no terceiro átomo de carbono, enquanto que nos ácidos gordos ómega 6 a primeira dupla ligação ocorre no sexto átomo de carbono, a contar a partir da extremidade com o grupo metil (designada como ómega).
Há 3 tipos principais de ômegas hoje tão citados na alimentação.
O ômega 9 mais comumente achado nos alimentos é o ácido oléico. Uma gordura que se vc ingerir demais vai acumular e pode engordar. Apesar de haver citações de algumas propriedades anti-ateroescleróticas (há gorduras melhores p isso), ele não tem grandes outras grandes funções.
Do ômega 6 existem dois tipos principais (há vários outros contudo), um na forma de ácido linoléico e outro na forma de ácido gama-linolenico.
O ácido linoléico possui muita importancia no corpo para formação de estruturas celulares, etc, mas o seu consumo indicriminado como vem ocorrendo atualmente, desencadeia estados inflamatórios no organismo.
O ácido gama-linolênico possui efeito antiinflamatório e funciona quase como um hormonio na tpm, menopausa, está presente no óleo de primula, costumeiramente indicado p estes problemas. mas o corpo sintetiza este também à partir do ácido linoleico.
Do ômega 3 existem 3 principais, o ácido alfa-linolênico, o EPA e o DHA.
No caso do ácido alfa-linolênico, este é encontrado na linhaça. Sozinho ele não tem realmente as grandes propriedades ditas do omega 3 no corpo. Para funcionar assim ele precisa ser convertido pelo no organismo em EPA e DHA, as goduras que vão compor os neuronios no cerebro e destes em prostaglandinas do tipo 3 quando necessário.
Os omega 3 e 6 no corpo se convertem em prostaglandinas, que são substâncias de atividade quase similar a hormônios, sendo sinalizadores que ocasionam comportamentos celulares como inflamação, desinflamação, contrações musculares, alterações endócrinas, vasoconstrição ou vasodilatação, dor, etc.
Há 3 tipos principais de prostaglandinas:
- As prostaglandinas do tipo 1 e 3 são vasodilatadoras, modulam a coagulação, abaixam o mau colesterol e possuem atividade anti-inflamatória.
- As prostaglandinas do tipo 2 possuem efeito oposto.
Principalmente dois ácidos graxos poliinsaturados são indispensáveis ao bom fucionamento deste processo: Ácido linoléico (AL) e acido alfa-linolênico (AAL), ambos parte da família dos ômegas 3 e 6.
- As prostaglandinas do tipo 1 (PG1) são elaboradas à partir do ácido linoleico do tipo ômega 6 e ácido gama-linolênico AGL / GLA, ácido dihomo-gama-linolênico ADGL.
- As prostaglandinas do tipo 2 (PG2) são elaboradas à partir do ácido linoleico do tipo ômega 6 e ácido gama-linolênico AGL / GLA, ácido dihomo-gama-linolênico ADGL.
- As prostaglandinas do tipo 3 (PG3) são elaboradas à partir do ácido alfa-linolênico do tipo ômega 3 e ácido eicosapentaenóico ou EPA e ácido docosahexaenóico ou DHA).
O equiíbrio cárdio-vascular, por exemplo, depende grandemente da ação simultânea e antagonista destas prostaglandinas. A prostaglandina PGE2 possui uma ação vasoconstritiva e anti-hemorrágica (anti-coagulante), a PGE3 age estimulando a vasodilatação e a fluidificação do sangue.
A maior parte das pessoas sofrem de desordens que exigiriam mais a síntese de prostaglandinas do tipo 3 e não do tipo 2, mas a dieta tradicional atual das pessoas tem impedido isso e gerado cada vez mais prostaglandinas PGE2 que podem piorar ainda mais os problemas cardíacos, vasculares e articulares tão comuns na atualidade.
Para o ácido linoléico virar o ácido ácido araquidônico ele precisa ser convertido pela enzima Delta-5-desaturase (D5D) e assim irá virar prostaglandinas do tipo 2. Em certas situações esta prostaglandina é importante ao corpo, funciona como sinalizador inclusive para alertar que algo não está bem, mas seu excesso causa doenças inflamatórias graves como reumatismo, doenças auto-imunes, cancer, etc
O ácido linolênico para virar EPA e depois em prostaglandina do tipo 3 ou DHA, precisa ser também convertido pela Delta-5-desaturase (D5D). Aí então que mora a questão! Se você tem uma péssima alimentação, ingerindo altos teores de ômega 6 através de frituras (os óleo de girassol, soja, canola, algodão, milho são as principais fontes), a Delta-5-desaturase (D5D) fica emparedada e não consegue mais converter o ácido linolênico da linhaça em EPA! Por isso tem gente que toma óleo de linhaça e não fucniona, estão com os corpos lotados de frituras e óleos ruins, ricos em ômega 6. Daí só daria certo se tiver o EPA pronto, vindo do peixe.
Para que comece a dar certo, a pessoa precisa cortar as frituras e excesso de omega 6 da dieta, ou seja eliminar estes 5 óleos que citei anteriormente de sua cozinha.
Ninguem fica com deficiencia de omega 6 fazendo isso, enquanto ingerir sementes, castanhas que são fontes naturais e saudáveis destes óleos.
Também, os ácidos graxos ômega-3 competem com os ácidos graxos ômega-6 pelo mesmo local de ligação na enzima COX 1 que converte os ácidos graxos ômega 6 em prostaglandinas (razão pela qual a enzima COX 1 ou seu primo COX 2 são alvos de drogas anti-inflamatórias como o ibuprofeno). Quanto mais ácidos graxos ômega 3 presentes para bloquear os locais de ligação, menos ácidos graxos ômega 6 são capazes de se converterem em prostaglandinas.
As enzimas COX-1 e COX-2 são diretamente ligadas a processos inflamatórios no corpo e resumindo o omega 3 bloqueia seu efeito reduzindo inflamações como reumatismo e doenças auto-imunes e alergias tmb.
Embora ácidos graxos ômega-3 também sejam convertidos em prostaglandinas, as prostaglandinas formadas a partir do ômega 3 são geralmente de 2 a 50 vezes menos ativas do que aquelas formadas a partir do ômega 6. E elas agem desinflamando e estabilizando o corpo, trazendo sua homeostase.
A base bioquímica de outros benefícios do óleo de peixe - por exemplo, ácidos graxos de ômega-3 impactam no desenvolvimento neuronal e acuidade visual - são provavelmente devidos aos efeitos nos caminhos bioquímicos que regulam a transmissão nervosa. Compreender os diferentes caminhos através dos quais o ômega-3 trabalha para converter em protaglandinas ajuda a explicar porque os ácidos graxos ômega 6 não provêem os mesmos benefícios.
OBS:+++++ A utilização e assimilação dos ácidos graxos pelo organismo depende da ação sinérgica de uma série de nutrientes como minerais, vitaminas, oligo-elementos, enzimas, etc. A carência destes nutrientes numa dieta pode causar dificuldades na síntese adequada destas sustâncias pelo organismo e conseqüentemente favorecer o aparecimento de doenças. Assim: - O ácido linoleico exige zinco e magnésio para elaborar ácido gama-linolênico. - O ácido gama-linolênico exige a vitamina B6 para elaborar o ácido dihomo-gama-linoléico. - O ácido dihomo-gama-linolênico exige zinco, selênio, vitaminas B3, B9 e C para a elaboração das prostaglandinas. - Excesso de ácido linoléico na dieta pode impedir a conversão de ácido alfa-linolênico em PG3. Um dieta deficiente principalmente em verduras, frutas e cereais integrais pode desestruturar totalmente este sistema de conversão desencadeando um grande desequilíbrio funcional do organismo com o surgimento de doenças inflamatórias, mal funcionamento do metabolismo e das células, etc. ++++
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